Para os deputados Marco Antônio Chico Preto (PMDB) e José Ricardo (PT), as discussões sobre o Código Florestal devem ser ampliadas no âmbito do Senado, com maior participação dos Estados da região Norte, ao contrário do que ocorreu quando a matéria tramitou na Câmara Federal. Chico Preto defende a ampliação dos debates, inclusive por entender que o Código será lei e ditará as normas que orientarão a execução de políticas públicas para o setor primário em todo o país.
Segundo ele, os debates, como os desenvolvidos na audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa na tarde de terça-feira (28), são importantes para o encaminhamento, ao relator da matéria, senador Jorge Viana (PT-AC), de questões mostrando ao governo federal a necessidade da adoção de políticas diferenciadas para a região e evitando que as discussões sobre o Código no Congresso se limitem à disputa exclusiva entre as bancadas ruralista e ambientalista. Na opinião de Chico Preto, um Estado complexo geograficamente e com as dimensões continentais do Amazonas exige um tratamento diferenciado no contexto do Código para permitir ao governo estadual o incremento de projetos capazes de impulsionar e valorizar atividades como a agricultura e a piscicultura, respeitando o meio ambiente e consoante às normas de sustentabilidade que regem as iniciativas do governo.
De acordo com Chico, o Amazonas é um Estado com uma nítida vocação agrícola e com rios e lagos com amplas condições para o desenvolvimento de grandes projetos voltados para a piscicultura. “Por isso, o nosso Estado é fundamental para a produção de alimentos, uma preocupação hoje da FAO e da ONU no mundo inteiro, e é claro que isso requer uma legislação clara e essa legislação será o Código e, assim, temos que ser ouvidos”, diz.
Chico Preto entende que as discussões sobre o Código também contemplam questionamentos sobre a situação fundiária da região, sem o que – aponta ele – os projetos destinados ao fortalecimento do setor primário seriam inviabilizados, a despeito da coerência das políticas governamentais com relação ao meio ambiente.
“O governo precisa investir em tecnologia para desenvolver a agricultura e a piscicultura, mas nada disso acontecerá se não tivermos um arcabouço sério de leis e se tivermos problemas fundiários como os que hoje se apresentam”, avisa. Também o deputado José Ricardo defende tratamento diferenciado para o Estado do Amazonas dentro da política de elaboração do novo Código Florestal, estabelecendo o percentual de reserva legal para o incremento dos projetos governamentais, e manifestou-se contra aos privilégios com que o Código trata os “grandes desmatadores da Amazônia”, em detrimento dos pequenos agricultores.
Código deve dar tratamento diferenciado ao Amazonas, dizem deputados estaduais
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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