9 de dezembro de 2024

Codam avalia pauta de R$ 698 milhões 

O Codam avalia, nesta quinta (20), uma pauta de 44 projetos, que preveem o aporte de R$ 698 milhões em capital produtivo e a geração de 991 empregos no PIM, em até três anos. Outros 403 postos de trabalho serão remanejados na própria indústria. A pauta da 308ª Reunião Ordinária do Conselho de Desenvolvimento do Amazonas inclui 15 propostas de implantação de novos negócios, 27 de diversificação de linhas já operantes no Polo Industrial de Manaus e 2 de atualização. Os dados são da Sedecti (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação).

A terceira reunião do Codam programada para este ano conta com números mais acanhados do que os registrados na edição anterior. Em abril, o colegiado havia apreciado 38 propostas, que previam aportes globais de R$ 1,28 bilhão e uma oferta de 1.069 novas vagas, e redirecionamento da mão de obra de 394 trabalhadores. A comparação com o saldo do encontro de 12 meses mostra um quadro menos desigual – embora nem tanto nos empregos. Na época, os conselheiros apreciaram 36 proposições, que renderam a perspectiva de injeção de R$ 766,93 milhões e abertura de 1.245 novos postos de trabalho. 

Caso a pauta de hoje seja aprovada na íntegra, o Conselho de Desenvolvimento do Amazonas terá dado sinal verde para uma cifra próxima a R$ 3,63 bilhões em novos investimentos, no aglutinado do primeiro semestre. O saldo seria também de 2.808 novos empregos, alocados em um total de 114 projetos. O quantitativo ficaria pouco acima do balanço do mesmo período de 2023, em termos de aportes de capital (em torno de R$ 2,57 bilhões) e abertura de vagas no mercado de trabalho local (3.293) registrados nas três reuniões, com uma quantidade pouco menor de iniciativas empresariais (119).

Responsável pela arbitragem do incentivo estadual do modelo ZFM, o Codam define estratégias e aprova projetos alinhados com as diretrizes de desenvolvimento do Estado. O encontro, que também costuma ser fórum de discussões, acontece em meio a uma quadra ainda incerta para o PIM, em meio às expectativas em torno da regulamentação da reforma tributária. Há apreensão, por outro lado, em torno das perspectivas de uma nova vazante tão severa quanto a do ano passado. Lideranças ouvidas pela reportagem do Jornal do Commercio, no entanto, mantêm o otimismo e garantem que os números reafirmam a confiança do investidor na Zona Franca de Manaus.

Eletroeletrônicos em destaque

Como de hábito, a pauta de produtos previstos nas propostas submetidas ao crivo dos conselheiros é extensa e variada. Ela inclui linhas de produção de etiquetas/rótulos; insumos para a construção civil; produtos do polo naval; artefatos de joalheria; alimentos processados; termoplásticos; produtos de metal; móveis; computadores; televisores; condicionadores de ar; e partes e peças para a indústria eletrônica, entre outros itens.

Entre os 15 projetos de implantação listados, o maior investimento vem da Venttos Indústria e Comércio de Componentes Eletrônicos Ltda. A empresa propõe produzir condicionadores de ar, tanto os de modelos de janela/parede, quanto os da categoria split system. Para isso, está aplicando R$ 81,9 mi em volume de capital e espera criar 162 postos de trabalho, entre diretos (135) e indiretos (27).

Fortalecendo a lista de diversificação, desponta o projeto da Cal Comp Indústria e Comércio de Eletrônicos e Informática Ltda. A empresa está investindo R$ 83 milhões para fabricar televisores LCD, gerando 66 vagas. A Tecplam Indústria Eletrônica Ltda tem aporte de R$ 66,8 milhões para produzir etiquetas eletrônicas de prateleiras, com previsão de 45 oportunidades de trabalho. A Salcomp Industrial Eletrônica da Amazônia Ltda comparece com duas propostas, para “fonte de alimentação com técnica digital para luminária de lâmpada LED” e para “carregador de bateria para smartwatch”. O capital produtivo é de R$ 77,7 milhões, proporcionando 39 novos empregos.

A lista de proposituras de atualização se resume a iniciativas das empresas Colortech da Amazônia Ltda, e da Fitas Flax Amazônia Ltda. A primeira planeja fabricar resinas termoplásticas estruturadas, com injeção de R$ 3,82 milhões e 11 postos de trabalho. A segunda propõe uma linha de produção de fitas adesivas, com previsão de 33 empregos e R$ 9,88 milhões de injeção de capital.

“Confiança do investidor”

O presidente da Fieam e vice-presidente-executivo da CNI, Antonio Silva, considera que os números da pauta são “altamente positivos”, denotando mais uma vez a força e a competitividade do modelo ZFM. “Os projetos demonstram a confiança do investidor aqui instalado. São empresas já consolidadas e que confiam na solidez do Polo. Por isso, continuam a ampliar seus investimentos em solo manauara. O segmento eletroeletrônico segue como um dos carros-chefes do PIM, contribuindo para o adensamento da cadeia produtiva, que possui inúmeras etapas realizadas localmente”, asseverou.

O vice-presidente da Fieam e presidente do Sindicato da Indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus, Nelson Azevedo, vai na mesma direção. “É importante destacar a quantidade de projetos a serem aprovados, confirmando que a confiança dos investidores na ZFM continua em alta. É uma pauta sobremodo robusta, com grande diversificação de segmentos industriais e com previsão de novos postos de trabalho e investimentos em patamares bastante relevantes. Destaco também o projeto da Yamaha para a produção de motonetas elétricas, que representa a diversificação de uma de nossas maiores indústrias”, frisou.

Já o presidente da Aficam, Roberto Moreno, aponta que a pauta revela um cenário “bem positivo” de fortalecimento do PIM e crescimento da importância da ZFM no cenário nacional. “A maioria dos projetos é de implantação e diversificação, com a agregação de novos empregos. Isso ratifica a demonstração da confiança do empresariado no Polo, funcionando como um ciclo virtuoso. Com mais negócios, fica mais interessante aos olhos de quem está estudando investir na ZFM. E reforça as boas condições do ambiente já existente, auxiliando na decisão de novas empresas a virem se instalar em nossa região”, arrematou.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio

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