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Coari não registra mortes por Covid-19 em junho

O município de Coari (distante 450 quilômetros de Manaus), no Amazonas, é a única cidade mais populosa do Brasil a não registrar mortes por Covid-19 em julho, segundo uma pesquisa feita por Wesley Colta, da Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais.

A cidade ribeirinha tem hoje quase 86 mil habitantes. E é a quinta maior do Amazonas. A última morte registrada pela doença no município foi em 15 de junho, segundo as autoridades de saúde da região.

A prefeitura do município informou que pessoas com 18 anos ou mais já podem se vacinar contra o novo coronavírus.  E a vacinação foi importante para o controle da doença em Coari, que  tem hoje uma das maiores receitas tributarias do Estado por conta da exploração do gás natural na bacia de Urucu.

Em julho deste ano, 31% dos municípios brasileiros não registraram mortes em decorrência da doença, o maior número dos últimos cinco meses. Foram 1.750 cidades sem notificação de óbito no mês passado, segundo Wesley Colta.

Já em agosto, Coari voltou a registrar, porém, mais  mortes pela doença. Até a sexta-feira (6), 230 pessoas tinham morrido em decorrência de complicações do coronavírus, sendo confirmados mais de 9 mil casos.

Até agora, em todo o Amazonas, mais de 15 mil pessoas morreram com Covid. Durante o caos no sistema de saúde do Estado, em janeiro deste ano, na segunda onda da pandemia, pelo menos sete pacientes internados no Hospital Regional de Coari morreram por falta de oxigênio.

O infectologista Renato Kfouri, do Departamento Científico de Imunizações da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), atribui o registro de nenhuma morte por Covid em Coari, em julho, ao reflexo do avanço da campanha de imunização na cidade.

Segundo a prefeitura, Coari já vacinou 58,8% da população maior de 18 anos com pelo menos uma dose, e 34% com a segunda dose de imunizantes. Para Kfouri, os impactos da vacinação no País começam a ser notados em relação a quadros graves, hospitalizações e mortes, especialmente em municípios e Estados onde o alcance da vacinação dos grupos mais vulneráveis já ocorreu.

“É um fenômeno observado em diversos países do mundo e que está se reproduzindo no Brasil. Regiões como o Amazonas, que já enfrentaram duas ondas da pandemia com intensidades muito grandes”, diz. “Esses locais apresentam, somados a isso, um número de infectados muito grande, o que faz que a circulação do vírus associado ao número de vacinados seja reduzida”, acrescentou ele.

Prevenção

O infectologista ressalta que a vacinação também é importante para prevenir formas graves da doença ocasionadas pelo vírus ou de variantes. “O impacto da vacina nas formas graves é o que se espera. É que a doença, a despeito da circulação maior que ocorre em boa parte do País com a chegada da variante Delta, não impacte em formas graves, ou seja, a vacina continua protegendo formas graves, hospitalizações e mortes”, conclui.

O diretor do Hospital Regional de Coari, Fabrício Botelho, também atribui a redução do número de mortes à intensificação da vacinação no município.

“Coari foi um dos primeiros a conseguir realizar a vacinação por faixa etária e chegar ao público de 18 anos. Nesse sentido, estamos realizando constantes campanhas e mutirões de vacinação com busca ativa nas residências dos pacientes”, afirma.

Fabrício conta que a queda de mortes por Covid na cidade representa alívio para ele, que também é enfermeiro e atuou na linha de frente contra a pandemia.

“Eu tenho o sentimento de gratidão primeiramente a Deus e aos profissionais que, em nenhum momento, recuaram quando foram escalados para estarem na linha de frente dessa avassaladora pandemia, pois estamos lidando com algo desconhecido. O que fica é o aprendizado do dia a dia e a satisfação de ter conseguido salvar muitas vidas com os cuidados prestados”, afirmou.

O diretor-presidente da FVS-AM (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas)), Cristiano Fernandes, disse  que o plano de contingência estadual acompanha de perto a situação da Covid-19 no interior do Estdao.

“Só com o aumento da cobertura vacinal, poderemos conter o avanço da doença e evitar o surgimento de novas variantes do coronavírus”, ressaltou ele.

Foto/Destaque: Divulgação

Marcelo Peres

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