Pesquisar
Close this search box.

Clone de cartão afeta negócios

Clone de cartão afeta negócios

Em 2019, as fraudes via cartão de crédito clonado fez o Amazonas subir quatro posições no ranking das tentativas de fraudes no e-commerce brasileiro. O levantamento é do Censo da Fraude 2020, elaborado pela Konduto, antifraude para e-commerces e pagamentos digitais, a partir da análise de mais de 175 milhões de pedidos que passaram pelos sistemas da empresa de janeiro a dezembro do ano passado, o Estado passou da 23ª colocação para a 19ª. O aumento corresponde uma oscilação de 0,48% para 0,64%.

No entanto, o Amazonas, assim como qualquer Estado brasileiro, também é alvo de golpes cibernéticos que vem aumentando nos últimos meses no Brasil em meio à pandemia. Um dos principais é o phishing –criminosos enviam mensagens por e-mail ou redes sociais se passando por instituições confiáveis (bancos, telefônicas, etc) e induzem a vítima a ceder informações sensíveis.

“Pesquisas mostram que mais pessoas passaram a se conectar e a comprar pela internet no Brasil durante a pandemia e o Amazonas não é diferente. Portanto, vale a recomendação de desconfiar de ofertas mirabolantes, tomar muito cuidado com os dados pessoais –principalmente bancários –e não clicar em links de origem desconhecida”, afirma Tom Canabarro, cofundador da Konduto.

Ele diz que é importante pontuar que há mais gente comprando online no Norte. “Pelos nossos dados, o Amazonas detinha 0,32% do share do e-commerce brasileiro em 2018 e em 2019 passou para 0,42%. O Pará, que é o Estado da região com mais pessoas comprando online, foi de 0,69% para 0,89%. Com mais pessoas comprando pela internet, é natural que os criminosos também tentem tirar vantagem disso”.

O Censo da Fraude tem dois dados: fraud share, que leva em consideração essa representatividade dos Estados e das regiões no e-commerce brasileiro, e tentativas de fraude, no qual apenas dividi-se o total de fraudes pelo total de compras por cada Estado e região.

Tom Canabarro diz que em via de regra, o que ocorre é que São Paulo –e o Sudeste – concentram o maior fraud share porque são o Estado e a região com o maior share de e-commerce do país. Lá a atividade criminosa se dilui em meio a um número alto de pedidos legítimos. Por outro lado, em Estados com menor participação no comércio eletrônico nacional, as compras fraudulentas se sobressaem em meio a um número total pequeno de pedidos “bons”.

Conforme o levantamento, o setor de eletroeletrônicos é o que mais concentra, como acontece em quase todos os Estados brasileiros. Os criminosos tradicionalmente focam em produtos como smartphones, laptops, tablets e afins por causa do alto valor agregado e alto poder de revenda que possuem. Outro segmento que registrou um número elevado de fraudes no AM e no Norte é o de passagens aéreas e rodoviárias –criminosos compram com cartão clonado e depois revendem as passagens a preços mais em conta por redes sociais.

Ele esclarece que as datas sazonais não necessariamente contribuem para este cenário. O que é possível notar é que durante a pandemia algo que já aconteceu em datas sazonais como a Black Friday, em que os pedidos no e-commerce aumentam exponencialmente. Nestas ocasiões, o número de fraudes realmente aumenta em números absolutos, mas não proporcionalmente.  

“O que aumenta em uma data sazonal é o número de pedidos legítimos no e-commerce, uma vez que muitos consumidores se animam com as campanhas promocionais dos varejistas (no caso da Black Friday). Por outro lado, os criminosos cibernéticos não intensificam seus golpes, o que acaba “diluindo” a quantidade de pedidos fraudulentos”.

Não é correto, portanto, dizer que o e-commerce ficou mais inseguro na pandemia ou que é mais perigoso comprar online no Natal ou na Black Friday. “Observamos que as fraudes migram para ‘onde está o dinheiro’, e como há mais dinheiro em jogo hoje no e-commerce, a atividade fraudulenta se concentrou no setor”.

Conforme um outro estudo realizado pela empresa, em 2019, o Raio-X da Fraude, dos R$ 128 bilhões processados nos sistemas, R$ 5,4 bilhões eram pedidos fraudulentos –4,22% dos pedidos.

“O ticket médio dos pedidos fraudulentos no Amazonas foi de R$ 473,90, valor mais alto do que os pedidos “bons” do e-commerce do Estado –R$ 384,83 o que reflete em parte o que pontuamos na resposta das categorias”. 

Números

O relatório também faz um recorte por regiões. Neste caso, o Sudeste é o primeiro em tentativas de fraude (com 55,33%, contra 60,03% em 2019). O Nordeste é o segundo, com 18,74%, agora seguido mais de perto pelo Sul, que saltou aproximadamente cinco pontos percentuais em relação ao ano passado e responde por 14,01% dos pedidos ilegítimos. Centro-Oeste (8,01%) e Norte (3,92%) fecham a lista.

Interessados em acessar todos os dados sobre fraud share, tentativas de fraude e share do e-commerce de cada Estado e região brasileira podem baixar o Censo da Fraude 2020 gratuitamente no endereço a seguir: http://content.konduto.com/lp-censodafraude-2020

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar