Pesquisar
Close this search box.

Cláudia Trindade: “ser artista em Manaus é difícil”

Ela tem a alegria da arte nas veias, o fogo do samba no corpo e um vozeirão de dar arrepios ao seu público. A cantora Cláudia Trindade foi a convidada desta sexta-feira no programa/podcast Trends JC, gravado diretamente dos estúdios do JCAM Streaming, no Jornal do Commercio. 

Claudinha, como é conhecida no cenário musical do Amazonas falou sobre as dificuldades vivenciadas na pandemia e também sobre a volta aos palcos. “Estamos voltando. Os eventos estão voltando, mas ainda enfrentamos muitas dificuldades. Faltam espaços que apostem nos nossos talentos e queiram pagar pela arte”, disse. 

Apesar dos eventos estarem voltando, o problema (antigo) da remuneração do artista local em bares, restaurantes e casas de show continua a puxar para baixo a movimentação do setor. “Por trás de um show ou da performance de um artista, há toda uma cadeia que precisa ser paga e ainda temos muitos bares e locais de shows que não querem pagar os valores que trabalhamos, sempre puxando para baixo. Isso é muito ruim”, contou a cantora. “Vemos ainda que muita gente até quer ir nos prestigiar nos eventos, mas não querem pagar para ajudar. Sendo que quando vamos fazer um show, há toda uma logística e uma cadeia por trás. Mas, quando vem alguém de fora, cobrando valores altíssimos, aí vemos mais apoio e investimento fácil. É muito difícil ser artista aqui. A gente está nessa vida aqui sendo artista por muito amor à arte mesmo”, desabafou Claudinha,  que, hoje, é um dos destaques no mundo do samba. 

Cláudia faz parte do projeto “Elas cantam Samba”, que reúne ainda Márcia Siqueira e Lucilene Castro. É também intérprete da ala musical da Escola de Samba ‘Grande Família”, da zona Leste. “Eu amo o samba. Nasci e fui criada em roda de samba e é essa energia que eu levo para os palcos”, disse. Durante a entrevista, Cláudia Trindade cantou sucessos como “Cabide” (Ana Carolina/Mart’nalia), “As rosas não falam” (Cartola), “Brasileira” (Lucinha Cabral) e Sandália de Prata (Ary Barroso). Ela aproveitou para divulgar dois novos trabalhos. O projeto “Elas cantam samba” lançou um videoclipe novo “Bom dia Amor”, em composição de Herlon do Banjo, disponível no canal da Lucilene Castro no YouTube. Outra boa dica é o lançamento da música “Armando Felicidade” que já está disponível em todas as plataformas.

Apesar de tantos percalços que Cláudia como artista vem passando, a diferença e o impacto que sua arte causa na cidade é incontestável. A alegria da sua música fala mais alto e contagia os ouvintes. Sorte a nossa que a arte resiste. É entretenimento, mas também é resistência. Como já dizia o poeta contemporâneo Marcelo Falcão, a “arte ainda se mostra primeiro”. É isso que acontece com a música de Claudinha Trindade.

Agenda Cláudia Trindade

  • Sábado (28) às 20h – Samba Casa de Noca – Cláudia Trindade e Lucilene Castro, no La Casa Pub (Adrianópolis)
  • Sábado (28)  às 23h – Pub 046 – (São Jorge)
  • Domingo (29) às 18h – Cláudia e Antonio Bahia / Meet (Vieralves)

Lílian Araújo

É Jornalista, Artista, Gestora de TI, colunista do JC e editora do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar