Em pesquisa realizada pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), constatou-se que 47% dos inadimplentes do país pertencem a classe C. De acordo com a pesquisa, pertencer à classe C, ser autônomo, ter gasto fixo com aluguel e possuir baixa escolaridade são algumas das características dos consumidores inadimplentes. Por outro lado, pertencer às classes A, D ou E, ser funcionário público e estar empregado há mais de cinco anos são atributos relacionados a quem mantém as contas em dia.
A classe B também contém alto número de inadimplentes, com 34%, seguido pela classe D com 13%. As classes A e E correspondem a apenas 3% dos inadimplentes no país.Os dados do estudo também mostram número daqueles que moram em casas alugadas e são inadimplentes que correspondem a 33%, enquanto o dos adimplentes equivalem só a 22%. Na avaliação dos economistas do SPC, esse tipo de despesa alta consome um percentual considerável do orçamento familiar e colabora para que haja menos dinheiro disponível para o pagamento das outras contas.
Outro dado destacado pela pesquisa é que os funcionários públicos correspondem a apenas 5% dos inadimplentes. Número sete vezes menor que os trabalhadores de empresas privadas que correspondem a 38% dos inadimplentes. Entre os autônomos o número é de 28%.Quando perguntados se a dívida adquirida poderia ter sido evitada, quase metade (46%) das pessoas entrevistadas responderam que sim. A maioria (66%) afirmou que “deveria ter controlado os impulsos e ter resistido mais” e 32% admitiram que não estariam inadimplentes caso “tivessem feito um planejamento financeiro, controlando o orçamento sem gastar mais do que recebem”.
A pesquisa ressalta que a renegociação da dívida se encontra facilitada em 2013. De acordo com o SPC, 84% dos consumidores inadimplentes conseguem quitar as dívidas renegociando o valor diretamente com os bancos. Para a entidade, há uma mudança clara de comportamento na maneira como as instituições financeiras passaram a se relacionar com os clientes, sobretudo os de menor poder aquisitivo. Um dado curioso é que a pesquisa demonstra que consumidores das classe C, D e E que conseguiram chegar a um acordo com os bancos é 6% maior do que os consumidores da classe alta (A e B).O presidente da FCDL-AM (Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas do Amazonas), Ezra Azury Benzion, destaca que os consumidores estão parcelando suas dívidas e com isso voltando a comprar. “Para nós é interessante e atrai mais o consumidor. Quanto mais ele puder fazer para resolver essa questão melhor. Mas ainda está sendo pouco sentido no comércio”.
Inadimplência
No Amazonas a taxa de inadimplência no comércio é de 3,2%, segundo a CDLM (Câmara dos Dirigentes e Lojistas de Manaus). Segundo o presidente Ralph Assayg é uma taxa que corresponde quase à metade da taxa nacional e o objetivo é manter uma taxa estável desde o ano passado. “Essa média é menor que a do Brasil. Essa taxa no Brasil gira em torno de 5,9%. Nós aqui buscamos chegar a 2,8% e com essa facilidade para renegociar com os bancos isso deve acontecer” comentou.
Ralph destacou que as vendas esse ano superam a do ano passado e isso tende a aumentar a inadimplência, portanto, a estabilidade é considerada positiva e espera alcançar a diminuição da inadimplência com o Cadastro Positivo. “O Cadastro Positivo vai propiciar se pagar valores pagando menos taxas, menos práticas de aumentar o teu valor em relação a furos que você pode está pagando.As pessoas que já foram inadimplentes, não têm problemas, é um novo levantamento que vamos fazer para te dar vantagens na hora que você for comprar ou você for pedir um financiamento” conta.