Um manifesto assinado por 40 renomados cientistas especializados em mudanças climáticas foi divulgado ontem, pedindo que os países desenvolvidos reduzam suas emissões de gases de efeito estufa em 40% até 2020 para que o aumento da temperatura do planeta se mantenha abaixo de 2ºC. Há seis brasileiros entre os cientistas que assinam o documento.
A ação da comunidade científica foi apoiada pela Rede WWF e endossada por ícones como Sir John Houghton, ex-presidente do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), órgão científico da ONU (Organização das Nações Unidas) quando o assunto é aquecimento global.
“É importante ver a comunidade científica empenhada em mandar um recado claro para os governantes mundiais”, afirmou a secretária geral da WWF-Brasil, Denise Hamú. “Estamos às vésperas de importantes encontros de cúpula, como a Assembleia-Geral da ONU e o G-20, e cada sinal que os chefes de Estado fazem de que irão realmente comprometer recursos e esforços para deter o aquecimento global no prazo necessário é um passo em direção a um acordo justo, eficiente e ambicioso em Copenhague (Dinamarca), em dezembro”, completou.
As evidências científicas indicam que até mesmo um aumento de temperatura de 2ºC terá consequências graves principalmente para países mais pobres, pois os eventos climáticos extremos como ciclones, enchentes e secas podem ficar cada vez mais fortes e mais frequentes. Esses países serão os mais afetados por não terem recursos financeiros e tecnológicos disponíveis para enfrentar os desastres provocados por esses eventos.
Por isso, a Rede WWF avalia que será necessário que os países desenvolvidos, além de reduzir suas emissões, contribuam com cerca de US$ 160 bilhões por ano para ajudar a financiar ações de adaptação, transferência de tecnologia e redução de emissões nos países em desenvolvimento.
O WWF-Brasil espera também que os países em desenvolvimento busquem estabilizar e reduzir suas emissões de gases de efeito estufa nas próximas décadas. “O compromisso com uma economia de baixa emissão de carbono e a adoção de medidas e ações para a redução dessas emissões são fundamentais no esforço comum que todos devem fazer para manter a temperatura do planeta abaixo dos 2ºC”, afimou o coordenador do programa de Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil, Carlos Rittl.
Entre os seis cientistas brasileiros que assinam o manifesto, cinco são autores principais do 4º Relatório de Avaliação do IPCC. São os doutores Carlos Afonso Nobre, José Antonio Marengo, Paulo Artaxo, Roberto Schaeffer e Suzana Kahn Ribeiro. O presidente do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Dr. Luis Pinguelli Rosa, também assina o documento.
O WWF-Brasil é uma organização não governamental brasileira dedicada à conservação da natureza com os objetivos de harmonizar a atividade humana com a conservação da biodiversidade e promover o uso racional dos recursos naturais em benefício dos cidadãos de hoje e das futuras gerações. O WWF-Brasil foi criado em 1996, está sediado em Brasília e desenvolve projetos em todo o país
Cientistas recomendam reduzir emissões
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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