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Cieam comemora 30 anos em defesa da Zona Franca

As diversas ocasiões em a ZFM (Zona Franca de Manaus) foi prorrogada contaram com a participação do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), que completou 30 anos de existência no último dia 10. A primeira vez foi o decreto nº 92.560, de 16 de abril de 1986, assinado pelo presidente José Sarney, ampliando o prazo até 2007. A segunda veio pelo artigo nº 40, das Disposições Transitórias da Constituição, que prorrogou a validade do modelo até 2013. No fim de 2003, a emenda constitucional nº 43, assinada pelo presidente Lula, ampliou o prazo para 2023.
O presidente do Cieam, Maurício Loureiro, lembra que a primeira prorrogação da ZFM deu muito trabalho porque requereu o envolvimento político de várias autoridades da época – senadores, deputados federais, governadores-, que se juntaram aos dirigentes de classe do PIM (Polo Industrial de Manaus), no Congresso Nacional, num grande embate, mas o resultado foi positivo para os empresários instalados no Distrito Industrial.

Abertura econômica

O segundo embate aconteceu em 1990, quando Fernando Collor de Mello assumiu a presidência da República e instalou a abertura econômica e a liberalização das importações no Brasil, fator que reduziu o atrativo comercial de Manaus e o turismo de compras na cidade, que até então era predominantemente doméstico. Segundo Loureiro, todo mundo dizia que a ZFM iria acabar. “O Cieam acreditava no modelo e dizia: Nós vamos passar por dificuldades, mas a ZFM não vai acabar”, assinalou.
Na opinião do dirigente, de certa forma a abertura que Collor trouxe ao país fortaleceu consideravelmente a ZFM, porque os empresários começaram a perceber que ter a proteção do Estado brasileiro era muito confortável e muito bom, mas ter o desafio de superar aquilo que estavam vivendo foi melhor. “Aquele momento demonstrou que os empresários do PIM e as autoridades do Estado e de classe daquela época tiveram vontade política e força para reagir e fazer com que a ZFM começasse a crescer significativamente no cenário nacional, de 1990 até os dias de hoje”, assegurou.

Momentos difíceis na década de 90

Loureiro reconhece que os anos 90 não foram dos melhores para a indústria instalada na ZFM, mas ressalta que tambérm foram um passaporte para o século 21 com uma mentalidade e uma força revigorada, fazendo com que o Amazonas tivesse um crescimento significativo em relação ao Brasil desde aquela época.
“Esses percalços trouxeram maturidade para a gente enxergar o futuro de uma outra forma e não acharmos que. por sermos ZFM, podemos tudo. Ou seja, temos que estar preparados para o futuro. Essa sacudida que o Collor deu no país e, em especial na ZFM, findou sendo muito bom para todos nós”, admitiu.

Alcançando maturidade

Ao avaliar as três décadas de existência do Cieam -comemoradas na última sexta-feira, num coquetel realizado no Clube do Trabalhador-, Maurício Loureiro considera que a data simboliza o alcance da maturidade da entidade em todos os sentidos, em especial nas relações obtidas ao longo desse período. O dirigente disse que o órgão nasceu do esforço e da visão estratégica de alguns empresários que naquela época já operavam na ZFM, a exemplo de Mario Guerreiro (o primeiro presidente do Cieam).
Depois, lembra o dirigente, vieram os demais que colaboraram nesse esforço de transformar o Cieam no que ele é hoje – uma entidade de classe com alcance nacional, que se projetou não somente no Amazonas, mas nacionalmente, conseguindo ter voz naquilo que é mais importante para o Amazonas: a ZFM. “O Cieam tem defendido os interesses do modelo, dos empresários que trabalham no Estado e os que vieram investir com credibilidade e coerência ao longo de sua trajetória”, frisou.
O Cieam hoje é um colegiado –são 27 conselheiros que fazem parte do conselho superior da entidade, cujo presidente é o diretor da Panasonic, Iuquio Ashibe. Maurício Loureiro esclarece que em sua gestão a presidência-executiva do órgão representa uma parte muito pequena daquilo que tem sido feito. “Discuto abertamente e francamente com todos os conselheiros do conselho superior sobre as necessidades, os caminhos a seguir”, garantiu, citando a importância do presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, como conselheiro do Cieam, além dos empresários Amauri Blanco e Maurício Quintino.

Entidade representa 180 associados

Loureiro ressaltou ainda a importância do posto avançado, em Brasília, um projeto das entidades de classe do PIM – Fieam, Cieam, Sinaees (Sindicato da Indústria de Aparelhos Eletricos, Eletrônicos e Similares de Manaus), Sindicato dos Metalúrgicos, e outras entidades- que apóiam esse projeto, que tem como representante Saleh Hamdeh, um executivo que trabalhou em multinacionais instaladas no DI e que está hoje a serviço das entidades de classe do PIM e do Amazonas em Brasília.
“Essa maturidade que o Cieam adquiriu ao longo desses 30 anos faz com que a gente passe a acreditar mais obiamente em coisas boas e positivas no futuro para o Amazonas. Ou seja, não só a maturidade da entidade, mas das demais que o apóiam”, declarou.
O Cieam representa hoje 180 empresas associadas e mais um grupo de pessoas jurídicas convidadas (associados honorários) – Fieam, Eletros, Sinaees, Associação dos Consultores do Estado do Amazonas, ACA, Fecomércio, Faea. “São empresários unidos por um objetivo e que resolvem em comum acordo, com responsabilidade e credibilidade, os problemas que afetam o setor produtivo local”, disse Loureiro, ressaltando que o discurso é focado no coletivo e não no individual. “Olhando para o coletivo, olhamos para o Amazonas e a sociedade como um todo”, completou.

Trabalhando pela afirmação do PIM

O presidente da Fieam, Antonio Silva, apontou a existência do Cieam como vitoriosa e que nesses 30 anos tem ajudado a combater os ataques sofridos pelo modelo de forma covarde. Ele disse que o desenvolvimento da Amazônia como um todo, da forma como tem sustentado a floresta intacta, somada às receitas dos impostos federais, tem levado o Amazonas a ser o oitavo Estado que mais contribui com a Receita Federal. “É meritório o trabalho que o Cieam fez ao longo dos 30 anos e continuará fazendo mais ainda sob o comando de Maurício Loureiro, uma pessoa que conhece o chão de fábrica e que tem feito tudo para continuar -em conjunto com a Fieam- defendendo os interesses do PIM”, disse.
O presidente da Fecomércio, José Roberto Tadros, também considera importante o trabalho do Cieam para o Estado, nos 30 anos de sucesso, de afirmação, de defesa intransigente no modelo ZFM. “Luta que tem redundado numa economia pujante, transformando Manaus na maior metrópole do Norte do Brasil e na terceira maior cidade do Norte e do Nordeste”, disse, ressaltando que tudo isso é um somatório de esforços que o Cieam tem feito em defesa da ZFM. “É uma entidade de sucesso, que deve servir de exemplo para todos aqueles que no futuro virão a militar na defesa do modelo”, finalizou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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