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Cheia impulsiona produção agrícola

No primeiro semestre deste ano o setor agrícola amazonense registrou crescimento de 50% na produção, em relação à safra de 2015. O aumento, impulsionado pela fruticultura e pelo cultivo de hortaliças, teve como fator contribuinte o menor nível da cheia dos rios, com menor impacto nas plantações nas áreas de várzea. Como resultado, é possível encontrar frutas como mamão, maracujá e banana, e diversos tipos de hortaliças em abundância no comércio da capital com preços mais acessíveis.
O presidente da Faea (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas), Muni Lourenço, explica que a enchente deste ano atingiu menores índices em relação aos registrados em anos anteriores, atingindo em menor grau as áreas de várzea onde ocorrem os plantios.
“A cheia deste ano ficou bem abaixo em relação à registrada em 2015 e inferior à média normal, atingindo muito menos as áreas de várzea que são extremamente férteis. Os produtores rurais têm histórica cultura produtiva nessas áreas”, disse.
Lourenço relata que o menor impacto das águas tem favorecido praticamente todos os municípios amazonenses, dentre os quais ele destaca os que integram a calha do rio Solimões como São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá, Tonantins, Jutaí, Fonte Boa, Alvarães, Tefé, Coari, Codajás, Anamã, Anori e Manacapuru.
Os principais cultivos beneficiados são as produções de mandioca, mamão, maracujá e banana; e a produção de hortaliças em geral como couve, cheiro verde, entre outros.
“Os municípios da calha do rio Solimões aumentaram sua produção nas áreas de várzea. Os produtores começaram a plantar mais cedo do que nos outros anos quando essas áreas estavam submersas pelas grandes cheias”, disse. “O mamão, por exemplo, teve o preço reduzido e boa parte dessa produção vem de regiões de várzea”, completa.
O gerente de apoio às organizações dos produtores do Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas), Lázaro Reis, destaca aumento produtivo também nos municípios de Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Itacoatiara e Iranduba com a colheita da laranja. Em Presidente Figueiredo também houve aumento na safra de banana e na horticultura.
Reis informou que as plantações localizadas na área da calha do rio Madeira, fortemente atingidas durante a cheia dos rios de 2015, estão retomando o volume produtivo com as primeiras colheitas. Ele explica que antes da devastação as produções aconteciam somente em áreas de várzea e que após a enchente os produtores investiram em mecanização, o que permite o cultivo em terra firme. Nessas áreas acontecem o plantio de banana, mandioca, melancia, macaxeira e jerimum.
“A enchente acabou com tudo no último ano e somente agora os produtores estão conseguindo recuperar as áreas atingidas. Agora, haverá produção tanto em área de várzea como em terra firme. Manaus também já começa a receber produtos desses locais”, informa.
Segundo Reis, somado ao aumento da safra, os produtores são beneficiados por programas que incentivam a compra dos produtos regionais para o uso na merenda escolar e à distribuição em feiras e comércio local. “O aumento na safra viabiliza melhores vendas ao produtor por meio dos programas do governo do Estado que incentivam a compra dos produtos para o preparo da merenda escolar e a distribuição das frutas e hortaliças em feiras e supermercados de Manaus”, comenta. “Por outro lado, a população também é beneficiada por produtos de boa qualidade e por preços mais acessíveis”, completou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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