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Cheia eleva tarifas de corridas por aplicativos

As corridas por aplicativos para quem solicita a viagem com destino ao Centro da cidade ou da área para o bairro estão 35% mais altas. Esse efeito no bolso do usuário, é o reflexo da histórica  vivenciada pelo Amazonas neste ano. A informação é do representante da (Ameap-AM) Associação de Motoristas por Aplicativo de Manaus, Alexandre Matias.  

Ele diz que desde que a Prefeitura de Manaus mudou por meio do IMMU (Instituto Municipal de Mobilidade Urbana) o trajeto dos ônibus articulados e os executivos em razão das subidas das águas, o trânsito na região central está totalmente inviável para a categoria, que tem levado por volta de 30 minutos parado o trânsito. “Para pegar ou deixar passageiros estamos gastando muito mais tempo. Nosso impacto financeiro é no combustível, quanto mais tempo parado, mais prejuízos”. 

Ele reclama que a categoria não tem uma área específica para pegar o passageiro, o que dificulta ainda mais a situação. “Solicitamos do prefeito um ponto de referência para evitar mais trânsito na localidade, mas até o momento não fomos atendidos”. De acordo com o representante da classe, mais de 705 motoristas atuam na área central. “O passageiro está pagando mais caro , porque o preço dinâmico, está atrelado a demanda de passageiros  em relação a oferta de veículos disponíveis em determinados horários e regiões. E muitos motoristas estão evitando fazer viagens para o Centro”.

Ele lembra que quando solicitado viagens de qualquer área para o Centro da cidade já acende o alerta entre os grupos para saber a condição do local. “Muitos desistem devido ao tempo que tem levado em função do engarrafamento. Estamos sentindo porque 80% das chamadas por app são de ida ou de volta para o Centro”. 

O estudante Diogo Nunes, sentiu o peso no aumento das corridas que ele faz rotineiramente para o Centro. De acordo com o estudante, corridas que antes davam em média R$12, triplicou. “É mais fácil descer nos pontos de ônibus indicados pela Prefeitura e seguir a viagem andando. Infelizmente eu trabalho na área central e depois do expediente tenho outros compromissos. Desde que esse caos se instalou eu não consigo manter meus horários, estou sempre atrasado”, diz ele.  

Há dois meses os trabalhadores enviaram um ofício ao prefeito David Almeida solicitando uma espécie de terminal para os motoristas de app no Centro. “Seria viável para o motorista e amenizaria o trânsito. Mas não tivemos retorno. São mais de 70 mil motoristas por aplicativo sem infraestrutura. Em termos de mobilidade, a nossa classe que é tão grande não tem apoio”. 

Para os taxistas, a consequência é ainda maior. A dificuldade de acesso em torno das principais vias totalizam mais de 90% de perdas. “O impacto é muito grande. Com o desvio do transporte urbano a dificuldade de mobilidade é praticamente zero. É muito triste pois pagamos diária, arcamos com o rádio táxi, investimento em estacionamento, funcionários, despesas em geral e a demanda caiu muito”, conta o taxista  Charlier Vasconcelos. “Não faço corrida para aquela área, infelizmente tenho ficado apenas nos bairros”. 

A mesma dificuldade é compartilhada pelo taxista Anderson Tavares. Ele também viu a renda da atividade retrair. “Eu atuo há mais de 12 anos nesse ramo no Centro da cidade, mas eu nunca imaginei passar por isso. Passo o dia inteiro parado. Muita gente tem movimentado o Centro, mas ninguém quer serviços de táxi. Minha última passageira eu tive que  negociar a corrida por conta do taxímetro. Quem vai pagar para ficar uma hora num engarrafamento?”, questiona ele. 

Mudança

Desde o dia 24 de maio, o IMMU alterou o itinerário das linhas de ônibus que circulam na área central de Manaus. A mudança deu início ao trecho da avenida Floriano Peixoto, impedindo o trânsito dos veículos.

Na tarde desta terça-feira, (1), os ônibus articulados que atendem linhas da zona Norte de Manaus deixaram de circular pelas avenidas Epaminondas, 7 de Setembro e Getúlio Vargas, no centro comercial de Manaus e passaram a retornar aos bairros de origem a partir da praça da Saudade. A mudança, adotada pela Prefeitura de Manaus, por meio do IMMU, compreende as linhas 356, 448, 500, 560 e 640.

A opção para os usuários dessas linhas que queiram seguir até o Centro deve ser a de desembarcar no Terminal de Integração 1 (T1), na Constantino Nery, e embarcar em qualquer outra linha – que opere com ônibus convencionais – em direção à área central.

Outra mudança programada envolve os ônibus executivos que irão retornar aos bairros a partir da rua 10 de Julho, em seguida converter à esquerda na avenida Getúlio Vargas, a partir de onde seguem seus itinerários normais.

O diretor-presidente do IMMU, Paulo Henrique Martins, explicou que a medida tornará mais ágil o trânsito na área. “Os usuários dos micro-ônibus executivos vão entrar na 10 de Julho e os veículos articulados oriundos da zona Norte da cidade vão até a praça da Saudade, e retornam pela rua Ferreira Pena e depois Leonardo Malcher, em seguida acessam a Constantino Nery, retornando ao seu itinerário normal”, salientou.

Na área do Centro atuam 60 agentes de trânsito e 14 fiscais de transporte orientando os condutores e passageiros do transporte público.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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