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Cheia eleva preços nas feiras de Manaus

O consumidor está pagando mais caro por legumes, frutas e hortaliças nas feiras de Manaus. O aumento é consequência da cheia dos rios, que teve um impacto significativo nos preços dos alimentos. De acordo com permissionários, os preços variam a depender da demanda e da escassez de alguns produtos.

O feirante Júnior Marques cita como exemplo o mamão que antes era adquirido pelos permissionários a R$ 80 a caixa e agora o custo chega a R$ 100. Esse aumento reflete no bolso do consumidor varejista que antes pagava R$ 25 pela caixa e hoje o produto chega a ser comercializado a R$ 90 .Para o consumidor final o item que tinha a média de preço entre R$2 a R$ 3 chega a R$ 7 e está em falta. 

Segundo ele, a escassez de alguns produtos só não está pior porque as escolas tiveram as atividades suspensas e consequentemente a merenda escolar que demanda itens para o preparo ficaram paradas. “Apesar dos custos dos produtos terem sofrido alterações, alguns já estão sendo vendidos com preço normal. É o caso do cheiro verde, no pico da cheia custava R$ 10, hoje já é vendido a R$ 2”. O maracujá também encareceu o quilo do item antes vendido a R$3.50, agora custa R$ 6”. 

As culturas como mamão, maracujá, cheiro verde, foram duramente impactados em decorrência da cheia, além da cebolinha, feijão de metro, jerimum, couve, pepino, quiabo, dentre outros.

O feirante Oscar Mendes lembra que o quilo do quiabo está sendo vendido a R $25. “Todos os anos em decorrência do episódio de cheia os alimentos sofrem reajustes. Tivemos que comprar alguns produtos de Rondônia e do Pará”. 

De acordo com o presidente do Sindicato dos Feirantes de Manaus e da Comissão Gestora da Feira Manaus Moderna, Davi Lima,  com a várzea totalmente tomada pela água, os produtos que mais sofreram impacto foram os regionais. A logística na região metropolitana com relação a terra firme e os ramais neste momento estão intrafegáveis o que impossibilita o produtor de escoar mercadoria. “Os feirantes têm que buscar produtos fora do estado e o frete encarece ainda mais porque dependemos do aéreo ou fluvial. Leva-se muitos dias para chegar até aqui. Como se trata de produtos perecíveis demanda uma certa rapidez e o frete aéreo é caríssimo. O que afeta os preços elevando os custos ao consumidor final”, comenta. O presidente afirma que os preços tiveram alta de até 500%.  

“É um impacto econômico para a categoria. Mesmo porque eles se deslocam de Manaus para os municípios como Novo Airão, Presidente Figueiredo, Iranduba, além dos estados como Rondônia, Pará e Boa Vista, a procura dos produtos. Isso gera despesa. Muitas das vezes eles retornam sem trazer nada porque não encontram  e quando trazem os valores são bem mais caros do que estão acostumados a comprar. E isso gera prejuízo porque vendem com preços mais baixos do que adquirirem. É um impacto negativo em relação às vendas. Estão vendendo menos, lucrando menos, a despesa aumenta”.

Balanço

A cheia registrada nos últimos meses contabilizou prejuízos em mais de R$206,1 milhões. De acordo com o Idam ( Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas). A produção agrícola foi a mais atingida. A cultura agrícola de banana, por exemplo, registrou prejuízos na de R$ 66,65 milhões e mais de 66.648 toneladas em perdas. A farinha de mandioca (R$ 31,12 milhões e 7.779,5 toneladas), hortaliças (R$ 29,51 milhões e 404,8 toneladas), mamão (R$ 24,26 milhões e 16.172,3 toneladas), macaxeira (R$ 16,74 milhões e 16.745,3 toneladas) e laranja (R$ 9,49 milhões e 37.981,2 toneladas), estão na lista das cultura agrícolas mais afetadas no período. 

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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