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Chefs Cláudio Procópio e Natália Miranda querem muito mais

Evaldo Ferreira: @evaldo.am

Fotos: Evaldo Ferreira

Um casal de chefs voltou consagrado de Macapá, nesta semana. Cláudio Procópio e Natália Miranda foram eleitos, na sexta-feira, 12, durante a realização da 7ª edição do Prêmio Nacional Dólmã, o Oscar da gastronomia brasileira, ele, Embaixador Gastronômico do Norte; e ela, Embaixadora Gastronômica do Amazonas. Em 2015 Cláudio havia sido escolhido Embaixador Gastronômico do Amazonas, agora, no próximo ano, ele irá ao Rio de Janeiro, onde ocorrerá a 9ª edição do evento tentar se tornar Embaixador Gastronômico do Brasil, enquanto Natália irá tentar conquistar o título hoje pertencente a Cláudio.

O Prêmio Nacional Dólmã laureia chefs que se destacam no cenário gastronômico. A cada ano, desde 2014, são escolhidos embaixadores estaduais, regionais e nacionais. O título, vitalício, é concedido pelo Comitê da Gastronomia Brasileira. Idealizado em 2013, o evento já aconteceu em Pernambuco (2014), Mato Grosso do Sul (2015), Amazonas (2016), Ceará (2017), Goiás (2018), e Piauí (2019). Em 2020 não foi realizado por conta da pandemia. Pará (2021), e Amapá (2022).

Cláudio Procópio é carioca, mas se considera amazonense. Começou sua trajetória gastronômica trabalhando nos restaurantes do Grupo Accor de Hotéis, no Rio, depois em São Paulo e Brasília.

“Quando estava trabalhando no Club Mediterranee, na Ilha de Itaparica, na Bahia, o diretor do Club veio a Manaus participar da inauguração do hotel navio Iberostar, e me chamou para vir trabalhar aqui. Fiquei dez anos no navio e saí para montar meu restaurante, ‘Taberna do Chef Procópio’, em 2018, aqui nos altos do Mercado Adolpho Lisboa”, contou.

O sonho, concretizado, de Cláudio era ter um restaurante no Centro de Manaus, que levasse seu nome, onde pudesse receber os amigos, chefs locais e de fora, e turistas, além dos manauaras.

“Vi a carência de um restaurante que servisse comida regional, que não fosse chique, mas acolhedor, onde o manauara pudesse vir comer seu jaraqui com farinha, numa mesinha, sendo bem atendido”, falou. 

Cláudio lembrou que ficou sabendo do Prêmio Nacional Dólmã através do Face, em 2014. Para ser escolhido Embaixador, conta o currículo do profissional e, na disputa com outros chefs, os votos recebidos de admiradores. Logo no primeiro ano que participou, o chef carioca foi eleito. Este ano Cláudio voltou a participar do Prêmio tentando galgar mais um degrau na sua carreira. Disputou com chefs do Amapá, Acre, Roraima e Rondônia e foi o escolhido Embaixador Gastronômico do Norte.

“Esse Prêmio é muito importante. As pessoas passam a te respeitar mais. Representar o Amazonas é muito gratificante. A simples menção do meu nome como Embaixador Gastronômico do Norte foi fantástico”, concluiu.

Aprendeu com as avós

A paixão de Natália pela gastronomia começou quando, na infância, ela ia visitar a avó Ana Maria, no Purupuru, um distrito do município do Careiro Castanho

“Tive experiências bem legais na casa da minha avó, comendo o peixe fresquinho, que ela fazia. Lá começou meu amor pela nossa culinária de raiz, ribeirinha e indígena”, revelou.

Confirmando a sapiência das avós, Natália captou um pouco do que suas avós faziam na cozinha.

“Eu aprendi a cozinhar mesmo foi com minha avó materna, Ivaneide, já com minha avó paterna, Ana Maria, eu aprendi a amar cozinhar ao vê-la fritar cará com farinha, e outras iguarias que preparava”, recordou.

A trajetória profissional de Natália tem sido bem dinâmica. Com 17 anos ela começou a cozinhar com o pai, no restaurante Tambaqui Nativo, que abriram juntos. Aos 25 ela inaugurou o próprio empreendimento, Perfeito Vida Saudável, somente com delivery, fechado quatro anos depois por conta da pandemia.

“Desde então atuo como personal chef, organizando pequenos eventos onde mostro a culinária regional. Também assino cardápios de restaurantes e pretendo, sim, abrir um novo restaurante ainda este ano”, adiantou.

Apaixonada pela culinária cabocla com um toque gourmet, Natália gosta de preparar uma caldeirada de jaraqui, um filé de jaraqui e a lasanha caboquinha, prato de sua autoria.   

Para participar do Prêmio Nacional Dólmã deste ano, Natália foi indicada pela Embaixadora Gastronômica do Amazonas do ano passado, a chef Manueli Andrade, a Manu, e competiu com os chefs Naifon Lima e José de Souza.

“Já ganhei um concurso, em 2014, quando preparei para o chef Edu Guedes a lasanha caboquinha. A primeira vez que ele comeu tucumã foi aqui na nossa cidade, e adorou”, disse.

“No próximo ano, com certeza estarei no Rio de Janeiro em busca de me tornar Embaixadora Gastronômica do Norte. Títulos e prêmios são muito importantes em nossa profissão, pois abrem portas no nosso meio. Quem recebe um título como esse, fica visado, ganha destaque e respeito. É uma coroação pelo nosso esforço no trabalho”, acrescentou.

“Para mim será uma honra levar a culinária amazonense para o resto do Brasil. Nesses eventos comparecem chefs de todo o país. Quando cozinhamos, muito mais do que os ingredientes regionais, levamos a nossa cultura gastronômica para além das fronteiras”, finalizou.

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Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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