Pesquisar
Close this search box.

Cesta básica mantém alta em Manaus

https://www.jcam.com.br/ppart07082012.jpg

O custo da cesta básica em Manaus não para de subir. Ao registrar o 5º aumento consecutivo este ano, os 12 produtos essenciais representaram um gasto para o trabalhador de R$ 279,06 em julho deste ano.
De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) este é o valor mais alto já pago pelo manauara desde setembro de 2008, quando o órgão iniciou sua série histórica.
Na época, o conjunto dos produtos básicos custava R$ 209,23. Significa que, de lá para cá, o aumento já é de 33,37%.
Com a cifra atual, a capital amazonense ocupa o 6° lugar dentre as 17 capitais pesquisadas e registra aumento de 1,95% em relação a junho deste ano (R$ 273,73) e de 11,8% na comparação com julho do ano passado, quando os mesmos itens custavam R$249,49.
“O aumento percentual em relação a junho não foi dos maiores porque a alta foi generalizada em praticamente todas as capitais pesquisadas, mas para quem recebe um salário mínimo, o valor da cesta é preocupante”, avaliou a supervisora técnica do escritório regional do Dieese, Alessandra Cadamuro.
Segundo o levantamento, em sete meses a cesta manauara já acumula alta de 9%. “Esse aumento no acumulado de apenas sete meses já é maior do que a inflação dos últimos doze meses do ano, agora em volta de 5%”, destacou.
Para o vice-presidente do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Amazonas), Francisco de Assis Mourão Junior, alguns fatores pesam mais sobre o valor final da cesta básica paga pelo trabalhador de Manaus. Um deles seria a alta carga tributária. “Apesar de alguns produtos serem isentos de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), que é um imposto estadual, os tributos federais ainda são bastante onerosos, principalmente para os revendedores, ou seja, proprietários de mercadinhos e supermercados que precisam repassar o custo para o consumidor”, explanou.
Outro custo, destacado pelo economista, diz respeito à logística. “Importamos muitos produtos e o gasto para trazê-los por meio aéreo ou fluvial também é extremamente pesado”, complementou.

Itens da cesta

Entre os itens que formam a cesta, oito apresentaram alta nos preços em julho e quatro anotaram redução frente ao mês imediatamente anterior.
Com 8,79% de acréscimo, o tomate puxou a alta do mês. No ano, o produto já acumula alta de 11,53%.
De acordo com o relatório, o produto sofre flutuações constantes no preço por ser muito suscetível às variações climáticas como fortes chuvas e baixas temperaturas que têm diminuído a oferta e encarecido o produto. Todas as 17 capitais pesquisadas registraram aumento no preço do tomate.
O arroz apareceu em seguida, com alta de 3,07% no mês e variação de 7,27% no ano, também devido à adversidades do clima. Além de Manaus, outras onze cidades anotaram acréscimo no preço do grão.
O terceiro produto mais caro foi a manteiga com acréscimo de 2,94% no mês e de 24,37% no acumulado do ano.
Em sentido inverso, o açúcar apresentou a maior redução em julho (-3,54%), seguido da farinha (-2,48%), da carne (-1,33%) e do feijão (-1,30%).
No entanto, Alessandra Cadamuro ressalta que a preocupação com os preços deve se estender mesmo sobre esses produtos que registraram redução nos preços.
Apesar do bom desempenho atual, ela lembra que o feijão, por exemplo, já acumula aumento de 45,26% nos sete primeiros meses do ano.
Ela diz que não há como prever o comportamento dos preços nos próximos meses, mas aconselha o consumidor a ficar atento aos preços da farinha, manteiga e da banana que registraram, entre janeiro e julho deste ano, acréscimos de 23,3%, 23,2% e 17,4%, respectivamente.

Alternativas

Mourão Junior avalia que uma das soluções possíveis para alto valor cobrado por produtos essenciais é o incentivo à agricultura familiar, “alternativa que abasteceria Manaus com mais facilidade e não encareceria tanto o produto. Mas para escoar essa produção até aqui é preciso incentivo ao agricultor tanto da parte do governo estadual quanto do federal”, apontou.
Por enquanto, ele enfatiza que a única solução é o consumidor continuar pesquisando os preços. “Listas pela internet são uma boa dica. Para quem tem acesso é só comparar a lista de preços de todos os supermercados, disponível na rede e, além disso, ficar atento às promoções para diminuir os prejuízos e evitar sustos no orçamento familiar”.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar