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Cervejas para brindar a vida

Cervejas para brindar a vida

Hoje é o Dia Internacional da Cerveja, há treze anos comemorado sempre na primeira sexta-feira de agosto. Essa comemoração surgiu, não por acaso, num bar, na cidade de Santa Cruz, na Califórnia, em 2007, e se espalhou pelo mundo. Este ano, os objetivos da criação da data têm tudo a ver com o momento vivido pelo mundo. Os idealizadores do Dia Internacional da Cerveja queriam homenagear os fabricantes e aqueles que servem a cerveja; estar com os amigos para saborear a bebida; e promover a união mundial dos apreciadores de cerveja.

Com a pandemia, aos poucos, ficando para trás, é hora de brindar a saúde e a vida, por isso o Jornal do Commercio foi ouvir José Pereira Lima, o mestre cervejeiro da Cervejaria Rio Negro, a maior fabricante de cervejas artesanais do Amazonas, para que ele desse algumas dicas de como saborear de forma correta os vários estilos da bebida. Atualmente a Rio Negro produz mais de 20 estilos de chopes e cervejas.

Quando chegamos a um bar e pedimos uma cerveja, nossa primeira preocupação é se ela vem muito gelada. Tem pessoas que até reclamam se vier pouco gelada. Mas na Europa e nos Estados Unidos os consumidores costumam beber cervejas em estado natural.

“O ideal é tomar a cerveja com temperatura entre três e cinco graus centígrados. Nestas temperaturas conseguimos perceber o sabor e o aroma da cerveja. Temperaturas muito baixas adormecem as papilas gustativas, que temos na língua e, principalmente os sabores, não são percebidos. Temos a cultura de tomar cerveja bem gelada em função do nosso clima quente. Isso nunca vai mudar”, esclareceu Lima.

Cerveja com pimenta

Ainda com relação ao clima, o vinho conseguiu se estabelecer como a bebida das estações frias mas, devagar, vem buscando espaço nas estações quentes sendo indicado, inclusive, gelado. E a cerveja? Pode ser bebida quente, no frio?

“A cerveja pode ser consumida em todas as estações, de acordo com seus estilos. Em Manaus, como só temos as estações quente e chuvosa, indico as lager (pilsen) para os períodos mais quentes, e as bocks, para os dias chuvosos e menos quentes”, disse.

Entre as pilsen da Rio Negro, Lima destacou a Yahu e a Muyra, esta, premium pilsen. As pilsen são as famosas ‘louras geladas’, claras, amargas e com espuma cremosa. Lager se refere ao tempo que ficaram maturando. Já as bocks têm a coloração âmbar, escuras, sabor intenso, pouco amargas e com aromas fortes oriundos do malte. Toho, bem escura, e Tembetá, morena como as caboclas da Amazônia, são as bocks da Rio Negro.

“Resumindo: para os dias quentes, beba cervejas claras, mais refrescantes e leves, com baixo teor alcoólico, por isso o volume do consumo é maior. Nos dias frios, ou no nosso caso, chuvosos, delicie-se com as cervejas escuras, mais encorpadas”, explicou.    

Servida a cerveja, um tira-gosto vai bem, mas entre tantos, qual o melhor?

“Como são vários os estilos de cervejas, é natural que também sejam vários os tipos de tira-gostos para acompanhá-las: queijos, salames, azeitonas, dependem da preferência de cada consumidor e região que se encontra. As cervejas de trigo (wizen), na Rio Negro é a Sá, por exemplo, combinam com salsichas alemãs, joelhos de porco defumado, pão alemão e mostarda”, ensinou.

E as cervejas com pimenta (isso mesmo, cerveja com pimenta) combinam com pratos regionais e bolinhos de piracuí e pirarucu, revelou Lima.

“Na Rio Negro temos uma apa (com lúpulo americano) que leva pimenta murupi em sua composição, bem ao gosto do paladar amazônico”, afirmou.

Volta à normalidade

Se você ainda não percebeu, cada bebida tem seu tipo específico de copo ou taça: a cachaça e o whisky (só copo), o champanhe (só taça), o vinho (copo e taça), os coquetéis (vários formatos e cores de copos e taças), o café (copo e xícara) e, claro, a cerveja.

“A cerveja, também, deve ser servida em copos e taças, de acordo com seu estilo. Os recipientes mais tradicionais são as tulipas. Existem ainda as canecas de litro, e até taças de cristal com borda de ouro, porém, o ideal é que seja um copo de vidro transparente para que se possa visualizar melhor a bebida, observar o colarinho e sentir o seu aroma”, concluiu.

Durante o isolamento social e o fechamento de todo o tipo de comércio, a Cervejaria Rio Negro teve que se adaptar rapidamente à nova situação, passando a atender somente com delivery.

“As vendas reduziram bastante, porque nossos principais compradores, bares, restaurantes e choperias, estavam fechados, então tivemos que nos direcionar para quem estava em casa e mesmo para estes estabelecimentos, que continuaram atendendo delivery”, contou.

“Felizmente tudo está passando, as vendas estão em alta, voltando à quase normalidade. Só temos a comemorar e agradecer, com muita cerveja”, brindou.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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