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Cerveja deve ficar mais cara, anuncia Ambev

Quem consome e comercializa cerveja vai ter que pagar e repassar o valor mais alto.  Nesta quarta-feira (29) a cervejaria Ambev anunciou o aumento no preço do produto, mas ainda sem data oficial. A previsão, segundo a Abrasel-AM (Associação de Bares e Restaurantes) é que o reajuste passe a valer no dia 1º de outubro.

Em nota, a Ambev informou que faz, periodicamente, ajustes nos preços de seus produtos e as mudanças variam de acordo com as regiões, marca, canal de venda e embalagem. A empresa não esclareceu sobre os novos valores dos produtos. E disse ainda que as datas dos reajustes variam conforme as regiões, e limitou-se a falar sobre a data. 

Embora representantes do segmento em Manaus já esperassem pelos reajustes, os efeitos para o mercado ficam ainda mais evidentes. Abrasel-AM “A gente já esperava, mas cogitávamos que iam retardar mais um pouco para não inibir o consumo. Mas por conta dessa variação cambial, eles, sendo uma multinacional, vão repassar o preço de venda para os restaurantes”, comenta o conselheiro da entidade Rogério Cunha. 

Cunha considera que o impacto para os setor é que vai frear o consumo, mesmo porque a renda das famílias foram afetadas durante a pandemia. “Como a gente trabalha com a maioria do público da classe C e D, vamos ter que repassar o valor. É a curva da oferta e demanda, a gente aumenta um pouco o preço e com isso há uma leve tendência de uma queda na venda”. 

Neste momento em que todo mundo está cotando normalmente o melhor preço, mas também leva em consideração o ambiente e o atendimento ele diz estima que vai ter um impacto de leve para médio impacto. “Depende do grau de dependência daquele estabelecimento com a bebida. Aqueles que vendem mais  vão sentir um pouco mais”. 

Rogério Cunha, provê que o aumento de preços deve ser reajustado em torno de 8% a 10%. 

Procurado pelo Jornal do Commercio, o Sindicerv (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja) informou que não se manifesta sobre relações comerciais entre as associadas e seus clientes, especialmente no tocante a preços. 

Distribuidores

Para o segmento que comercializa os produtos que vinham numa escala crescente no volume de vendas durante a pandemia, a notícia desanima. O empresário do ramo de bebidas, Júnior Brandão conta que o mercado tem enfrentado muita dificuldade. Ele considera que o Brasil perdeu o controle de tudo e cada dia é o anúncio de um novo aumento. “É uma situação dramática. Muitos aumentos e o salário permanece o mesmo”.  Para o empresário é uma preocupação muito grande. Mais um aumento que no momento delicado como este  influencia muito o mercado. 

“A verdade é que a Ambev segurou o quanto pode esse reajuste. E isso vai refletir na queda de 30% nas vendas. Quem bebe duas cervejas vai diminuir a quantidade. O menor consumo vai impactar muito no valor final”.

Para ele, que garantiu incremento nas vendas no período de pandemia, não é fácil imaginar uma possível retração na demanda. “Foi o momento em que mais ganhamos. Não só os pequenos negócios, mas a indústria também. Mesmo em isolamento social as pessoas consumiam muito mais, aliás em dobro”. 

O empresário dono de uma distribuidora de bebidas, Aristóteles Alves, afirma que a categoria já previa os reajustes porque não ocorria há dois anos. “Eu acredito que eles seguraram esse aumento porque muitos comércios, restaurantes, bares ficaram fechados durante a pandemia. Não é  nosso caso, porque nós conseguimos atuar muito bem com entregas via delivery”. 

Para ele, logo que for praticado os novos valores a tendência é que a demanda sofra uma queda, o que é normal. “Vai dar uma esfriada, mas a gente acredita que depois volte a aquecer, mas isso vai depender do percentual desse reajuste para que o mercado se mantenha ativo”. 

Mas ele lembra que as pessoas que consomem cerveja, geralmente é um público que não deixa de adquirir o produto. O empresário afirma que apesar do aumento preocupar não é algo que vá deixar o setor sem sobreviver. “Os produtos tendem a sofrer aumento anualmente. Eu estou neste ramo há muitos anos, nós  já temos essa experiência”. 

No estabelecimento dele a maior parte da venda, em torno de 60% é voltada à demanda por cervejas. Os outros itens apenas complemnetam. “A gente sobrevive da venda de bebida alcoólica, dá mais popular a artesanal, com valores que vão de R$ 2,50 a R$ 15”. 

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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