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Ceramistas têm aumento de até 60% na energia

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As indústrias do setor cerâmico de Iranduba e Manacapuru, que recentemente passaram a pagar uma tarifa 100% mais cara para fazer a travessia dos caminhões no trecho Manaus-Cacau Pirêra, reclamam agora de um aumento de até 60% no custo da energia elétrica. Para reduzir o impacto dos reajustes, os empresários já estudam uma alta no preço do tijolo.

De acordo com o presidente da Acerim (Associação dos Ceramistas de Iranduba e Manacapuru), Frank Lopes Pereira, a isenção de 25% que as empresas tinham há dois anos sobre o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado na energia elétrica encerrou neste mês. “Com a queda da isenção, vamos ter um aumento substancial na conta de energia. Infelizmente, o nosso setor não dispõe de nenhum recurso para deixar de repassar esse reajuste ao consumidor”, afirmou.

Segundo cálculos do dirigente, a alta afetou diretamente as despesas de produção, onerando em R$ 8 o milheiro do tijolo, cujo preço médio cobrado pelas fábricas estava em R$ 220. O proprietário da Cerâmica Montemar, Sandro Santos, considerou que após os sucessivos aumentos no frete e na energia, o preço ideal do milheiro para os fabricantes seria de R$ 250.

Entretanto, é consenso entre os empresários do setor que um acréscimo dessa ordem no preço do produto não seria aceito pelo mercado revendedor.

Produção estocada

Os ceramistas ainda discutem se uma elevação no preço do tijolo traria o equilíbrio buscado para as finanças. Mesmo antes da elevação dos custos, as indústrias já enfrentavam dificuldades para vender toda a produção. Conforme o presidente da Acerim, não são poucas as empresas que estão com dezenas de milheiros estocados na fábrica.

Uma dessas indústrias é a Cerâmica Rio Negro, do empresário Antônio da Mata, que mantém uma produção mensal de 1 milhão de peças. De acordo com oleiro, a atual situação do pólo cerâmico é decorrente de três fatores. O primeiro é a elevação de 8% no piso salarial do trabalhador, que saiu de R$ 380 para R$ 410 em 2007.

Empresários buscam ajuda do governo para evitar novo reajuste

O segundo problema apontado por Antônio da Mata é o aumento na tarifa das balsas, que para caminhões saltou de R$ 30 para R$ 60. E a terceira dificuldade, considerada pelo empresário como a mais grave, é a alta na despesa de energia elétrica. “Estou avaliando a possibilidade de reduzir o volume de produção”, disse.

Como se não bastasse a queda da isenção, o presidente da Acerim adiantou que vem por aí uma nova “dor de cabeça”.

Segundo ele, a Eletrobrás (Centrais Elétricas Brasileiras), que controla a Eletronorte, já anunciou um reajuste de aproximadamente 9% na cobrança da tarifa de energia. “Estivemos em contato com o secretário de governo José Melo e colocamos as nossas preocupações.

Ele disse que governo do Estado, por meio de uma bancada de advogados, estaria se articulando em Brasília junto à Eletrobrás. Se eles não conseguirem reverter a queda da isenção do ICMS, pelo menos podem minimizar esse aumento”, disse.

O dirigente da associação, que administra a Cerâmica Três Irmãos, observou que todo acréscimo nas despesas impacta de modo significativo o setor. “Nossos custos são altos. Algumas empresas ficam localizadas no km 40 da estrada de Manacapuru (município localizado há 68 km de Manaus em linha reta) e precisam percorrer 80 km somando a ida e a volta. Além disso, pagamos o serviço dos estivadores e o transporte do produto”, lembrou Pereira.

“Boom” da construção civil ainda está distante dos produtores de tijolos

Sobre o tão falado “boom” da construção civil na capital amazonense, Frank Lopes Pereira assinalou que as empresas do segmento oleiro cerâmico não estão com as vendas aquecidas como resultado do lançamento de novos empreendimentos, porque há muita propaganda de imóveis que ainda nem começaram a ser construídos.

O setor oleiro cerâmico de Iranduba (há 25 km de Manaus) e Manacapuru reúne 30 empresas, que juntas pr

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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