Até o fim de setembro, todas as mudas do projeto experimental de cultivo de frutas de clima temperado no Ceará estarão plantadas nos perímetros irrigados Jaguaribe-Apodi, Serra da Ibiapaba e Tabuleiro de Russas. A informação foi confirmada durante a realização da Frutal 2010, pelo pesquisador da Embrapa Semiárido (PE), Paulo Roberto Coelho Lopes.
Estão sendo implantados os cultivos de maçã, cacau, pera, caqui e oliveira (azeitona) em 12 fazendas privadas espalhadas nessas regiões estratégicas. O programa é uma parceria da Embrapa, BNB (Banco do Nordeste), Adece (Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará) e Univale (União dos Agronegócios do Vale do Jaguaribe).
De acordo com Paulo Roberto, a ideia original era implantar o projeto em 2009. Contudo, em virtude da ausência das mudas, não foi possível iniciar as atividades naquele ano. “Como não temos estações experimentais instaladas aqui, surgiram produtores que se dispuseram a disponibilizar as áreas para a realização da pesquisa. Isso é bom porque, devido ao interesse dos parceiros, a gente tem condições de avançar mais rápido e apresentar mais resultados em um tempo menor”, destacou o pesquisador, explicando que cada fazenda contratou um técnico agrícola e bancou o custo de alguns insumos para o início dos experimentos. Além disso, a Adece disponibilizou um profissional de agronomia para fazer o acompanhamento de todo o trabalho.
Ele descartou o experimento com a nêspera (fruta da família da pera, maçã e marmelo, também conhecida no Brasil como ameixa-amarela), em virtude da falta de rentabilidade deste tipo específico de cultivo para o produtor.
Paulo adiantou que ainda é muito cedo para saber os resultados desses experimentos no Ceará, apesar dos avanços identificados em outras regiões nordestinas onde já ocorreram testes.
Conforme o engenheiro agrônomo da Univale, Diógenes Henrique Abrantes Sarmento, que foi designado para realizar o acompanhamento da evolução do plantio das frutas temperadas, as primeiras plantações de cacau já foram feitas em Tabuleiro de Russas.
Para o presidente do Instituto Frutal, Euvaldo Bringel Olinda, esses experimentos só vêm reforçar uma tendência de introdução de novas variedades no Estado.
