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Casa Canavarro se mantém firme no mercado

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Em 1892, Manaus era uma cidade cujos limites não iam muito além do que é atualmente o centro e a população beirava as 40 mil pessoas, ou seja, o estádio Vivaldo Lima lotado. As economias das capitais da Amazônia, Manaus e Belém, estavam aquecidas, pois a região vivia o boom do comércio da borracha iniciado, efetivamente em 1840, após a descoberta da vulcanização, e com aumento considerável após 1876, com o capeamento dos fios ­condutores.
Empreendedores arriscavam abrir negócios, apostando nos ganhos fáceis que viriam junto com o crescimento desenfreado da cidade. Foi pensando assim que o português José de Souza Canavarro e o italiano Francisco Ventilari resolveram iniciar naquele ano de 1892, um empreendimento até então inexistente na cidade: uma loja de ferragens. Assim surgiu a Casa Canavarro e após 116 anos, ainda com suas portas abertas, atua no mesmo segmento de mercado e funciona no mesmo endereço, na rua dos Bares, na época de sua fundação, praticamente na beira do rio Negro, hoje, por detrás do Mercado Adolpho Lisboa.
Entre os primeiros empregados da Casa Canavarro, um deles, o português Antonio Jorge da Silva, possivelmente um adolescente, pois registros o classificam como sendo marçano, ou aprendiz, se tornaria o primeiro de quatro gerações de futuros proprietários da Casa Canavarro.
Antonio Jorge trabalhou durante anos na empresa como empregado de balcão até tornar-se, em 1910, gerente. Naquele ano, o comércio da borracha começava a dar os primeiros sinais de que estava deixando de ser um bom negócio, pois os países asiáticos conseguiam quebrar a hegemonia da Amazônia no comércio exclusivo do ­pro­duto.

Diversificando
os negócios

Com a saída de José Canavarro da sociedade com Ventilari, eis que o ex-empregado de balcão e agora gerente Antonio Jorge se habilita para ocupar o seu lugar. Diversificando os seus negócios, os proprietários da Casa Canavarro investiram em outras atividades, curiosamente em segmento que nada tinha a ver com a área de ferragens: o bancário. É que a Manaus daquela época carecia de agências bancárias, e as moedas de vários países circulavam por aqui devido ao intenso comércio da borracha com o mundo, daí que na loja de ferragens também fun­cionou uma espécie de ­agência ­correspondente de bancos europeus.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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