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CARREIRA

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Novos mercados de trabalho, renovação no setor de RH e gestão, dicas para empregadores e candidatos a emprego, estes foram alguns dos temas da palestra “Carreiras e Emprego” do executivo e conferencista Max Gehringer. Em bate papo bem humorado na noite da última quinta feira (30), o palestrante contou suas experiências e deu conselhos de alguém que tem no currículo os cargos de presidente da Pepsi-Cola Engarrafadora, presidente da Pullman/Santista Alimentos, diretor da Elma Chips e diretor da PepsiCo Foods nos Estados Unidos.
O evento fez parte da comemoração de 20 anos do Uninorte (Centro Universitário do Norte) e marcou o início de um ciclo de palestras voltados à estudantes da instituição e público em geral. Em uma hora e trinta minutos, Gehringer conversou com a imprensa e cerca de 2.000 pessoas que lotavam o centro de convenções de um shopping local e respondeu a perguntas variadas.

Iniciando a carreira
O executivo iniciou a conversa com a imprensa, falando sobre as chances de se conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho, sugerindo novas modalidades e melhor preparação “ser trainee é como ser um funcionário, é ser mais que estagiário e te dá a oportunidade de ser remunerado e passar por vários setores da empresa, mostrando que merece a confiança depositada. Mas não é o fim, é necessário aprimoramento, a escada da hierarquia tem degraus muito largos,” conta Gehringer.
Boa qualificação aliada a flexibilidade e visão podem ser decisivos para o sucesso, afirma o executivo “o funcionário tem de evitar ser prisioneiro do diploma, passar por várias áreas e descobrir que tem habilidades e aptidões que desconhecia ou nem sabia que tinha. “Talento é algo que todos temos, mas quanto mais suas habilidades coincidirem com as necessidades da empresa, maiores serão as chances de sucesso. Boa parte dos bem sucedidos, não atua na área de em que se formaram,” resumiu.
Perseverança e luta estão na lista de fatores determinantes para um bom emprego “quem não consegue um estágio, que procure outro, as opções são ONGs, instituições, serviço comunitário, coisas que serão relevantes em um currículo. As empresas hoje contam com a chamada responsabilidade social, aí isso vai valer a pena. O que não se pode é ficar parado, procurando culpados para o fracassso e não se contentar com o famoso ‘a vida é assim mesmo,’” disse o executivo.
Gehringer ainda sugere que o candidato ou mesmo o empregado já efetivado, se empenhe sempre mais “busque participar mais e ter seu nome reconhecido na empresa, se tornando conhecido e diferenciado dos demais. Faça cursos, assista palestras e treinamentos, seja voluntário em ações da empresa. Faça com que o mundo saiba que você existe.”
Usando seu próprio exemplo (Gehringer, começou a trabalhar aos doze anos, nos serviços gerais de um cinema do interior de São Paulo), o palestrante sugere que os jovens iniciem mais cedo a busca por emprego “na adolescência já somos criticados e cobrados em família, logo, o que acontece no trabalho é uma extensão de casa. Quanto mais cedo apanhamos, mais cedo aprendemos a bater (ser chefe).”

Gestão e RH
Comentando sobre tendências e novidades do setor de RH, Gehringer aproveita para desmistificar alguns clichês “o mercado de trabalho segue algumas palavras da moda, uma delas é ‘motivação’ em minha época isso se chamava obediência. Sempre fui um funcionário motivado, se a empresa me dava motivos para sê-lo, o que pode ser um bom salário e outros benefícios. A relação empresa/funcionário é como um casamento, as vezes é preciso falar o que o outro quer ouvir.” As novas formas de gestão em que há o compartilhamento de responsabilidades novas estratégias, foram lembradas pelo palestrante “formação de líderes e gestão de pessoas são outras tendências, e os consultores de RH têm procurado por isso. Mas quando se procuram líderes, raramente estes aparecem ou não aceitam a responsabilidade. Costumamos avaliar e descobrir as lideranças. Em uma turma de dez, oito nunca serão chefes e selecionamos dois para a disputa.”

Novos nichos
Visando novos nichos, Gehringer deu dicas de como abrir negócios próprios e se manter no mercado “a profissão do século 21 é ser empreendedor, ser empreendedor é ser líder e isso é ter visão de mercado. Cerca de 50% das MPEs (micro e pequenas empresas) quebram no terceiro ano de vida ou antes, pois foram abertas pelos motivos errados, como não suportar chefes, não querer acordar cedo e outros. E isso não é assim. É necessário ter mais que uma boa ideia, precisa de plano de negócios, capacitação e o Sebrae é de grande ajuda, através de programas como o Empretec.”
Um novo mercado ascendente é o de franquias, o que é bem visto por Gehringer “a taxa de mortalidade de franquias é de 5%, uma das maiores razões para se investir. Nessa modalidade, de 80 a 90% das dúvidas já são respondidas, do tamanho do negócio, a marca e campanhas publicitárias, tudo já é padronizado e o que é investido é proporcional ao que é apurado.”

A hora de sair
Quando perguntado sobre a hora de mudar de emprego, Gehringer foi enfático ao afirmar que “o tempo ideal de ficar no emprego é sempre. Só deixamos um bom emprego por três fatores: melhor remuneração, melhor ambiente de trabalho e oportunidades futuras de crescimento. Dois desses fatores… muito bom. Os três… ótimo. Um ou nenhum, seu novo emprego será um inferno,” fecha.

Copa do Mundo
Sem perder o bom humor, Gehringer ao ser questionado sobre investimentos para o campeonato, polemizou “como torcedor e brasileiro, fiquei feliz com a escolha do Brasil como sede. Mas como diretor de empresa, acho que não valeria a pena o investimento, o retorno efetivo é muito pouco. Creio que se 20% dos recursos fosse usados em campanhas publicitárias para alavancar o turismo antes, durante e depois dos jogos, teríamos o retorno esperado. Afinal, o que será mostrado pro mundo? Os jogos e algumas horas sobre as cidades sedes. E depois, o que será lembrado? Manaus tem a vantagem do turismo, mas e a arena, temos futebol para ocupá-la?”
Ainda usando a Copa como analogia para gestão de empresas, Gehringer criticou o ‘jeitinho brasileiro’ e a busca por vantagens “para a Copa foi assinada uma carta de compromissos, mas logo após, começaram as negociações para modificar alguns itens, como a marca da cerveja a ser vendida, o que se pode falar ou não, qual o legado para as cidades e outras. Ainda há a questão da corrupção. Como chefe de multinacionais, nunca trabalhei com que me cobrasse ‘um por fora’ para conseguir vantagens.”

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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