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Carlos Almeida promete processar Wilson Lima por sustar demissão de secretário

O vice-governador Carlos Almeida (PSDB) disse, ontem, que vai processar o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e o diretor da Imprensa Oficial, João Guimarães Júnior, pela acusação de fraude em documentos e por sustar a exoneração do secretário de Estado de Segurança Pública, Louismar Bonates.

Carlos Almeida determinou a demissão de Louismar Bonates ao assumir interinamente o governo do Estado após a viagem de Wilson Lima para cumprir uma agenda oficial em Brasília.

Wilson Lima declarou que o ato de demissão do secretário é inválido. A Imprensa Oficial deixou de publicar a decisão, expondo ainda mais a ‘queda de braço’ travada entre o governador e o vice que há muito tempo trocam insultos e acusações. Os dois estão rachados até hoje.

“A alegação é leviana do Estado do Amazonas. Eu vou tomar as medidas legais, tanto criminais como civis, para processar os responsáveis”, reagiu Almeida, sem esconder a sua indignação. “Vou processar o governador por afirmar essa leviandade e o responsável pela Imprensa Oficial por fazer um ato ilegal de constrição da determinação do comandante neste momento. Tudo isso é uma falácia”, acrescentou o vice-governador.

Segundo Carlos Almeida, a exoneração de Louis Bonates é um ato de extrema necessidade diante do escândalo que a permanência do secretário representa à frente da SSP-AM (Secretaria de Estado da Segurança Pública do Amazonas).

O vice-governador alega que o Estado vem sendo vítima de uma infinidade de desvios éticos em vários setores, atingindo também a Segurança Pública. Essas alegações constam em sua justificativa oficial pedindo a demissão sumária de Louismar Bonates.

O secretário Louismar Bonates se manifestou em uma nota divulgada pela SSP-AM, acusando “o vice-governador Carlos Almeida e um funcionário da Casa Civil de criar uma falsificação para pedir a sua demissão do cargo”.

Sem comunicação

Carlos Almeida disse que Wilson Lima viajou para Brasília na madrugada de quarta-feira (22), mas não o comunicou. Uma clara demonstração de que o vice é uma voz isolada, sem nenhuma influência, e nem forças, nos bastidores do governo do Amazonas, segundo avaliam analistas políticos consultados pela reportagem.

“Mesmo estando fora, o governador sustou ato assinado, fazendo com que a publicação que deveria estar ocorrendo em nome da moralidade deste Estado pudesse ser impedida”, protestou Almeida. O documento não chegou a ser publicado no Diário Oficial do Estado. A última edição foi em 19 de julho.

O governo do Amazonas questionou a autonomia do vice em tomar decisões mesmo com a ausência do titular, já que Wilson Lima continuou assinando termos de cooperação e parcerias em nome do Estado na capital federal.

De acordo com a cúpula do Estado, o artigo 53 da Constituição do Amazonas estabelece que o “governador só necessitará de um substituto para o cargo quando o seu afastamento for maior que 15 dias. Nesse caso, ele deve enviar pedido de licença para a Assembleia Legislativa do Estado, informando o motivo da viagem, e tal pedido deverá ser aprovado pelo poder legislativo”. E diz ainda que “a Lei Delegada 123 determina que o vice-governador vai auxiliar o chefe do Executivo estadual apenas quando convocado, o que não ocorreu”, segundo o governo.

Ontem, o governo do Amazonas publicou uma nota acusando Carlos Almeida de fraudar documentos com a ajuda do chefe da consultoria técnico-legislativa, Lourenço Braga Júnior, que acabou sendo demitido.

Em resposta, o vice-governador Carlos Almeida afirmou que todas as medidas criminais e administrativas serão tomadas em relação aos servidores que se opuseram ao cumprimento da ordem de exoneração.

Foto/Destaque: Divulgação

Marcelo Peres

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