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Caos no PT pode puxar decadência

A pouco mais de 4 meses da eleição, o PT (Partido dos Trabalhadores) está cada vez mais ‘rachado’ e pode entrar no pleito dividido oficialmente. Passada a reunião de delegados do PT do Amazonas, ocorrida no início do mês, onde ficou definido apoio da legenda ao candidato do PR, Alfredo Nascimento, ao governo do Amazonas, os ‘rebeldes’ petistas que apóiam a reeleição de Omar Aziz (PMN), ignoram a decisão das executivas estadual e nacional e expõem as feridas do partido, demonstrando os motivos pelos quais o PT nunca conseguiu credibilidade e força no Amazonas.
A cada eleição, novas disputas internas surgem e, com a bagunça exposta na mídia, os eleitores se afastam e a tendência é não levar mais o partido à sério.
Divergências e briga de egos dentro de um partido são fatos normais, em se tratando de grupos políticos. No entanto, a guerra instaurada dentro do PT do Amazonas vai além do limite da compreensão da sociedade. Uma vez tomada uma decisão, correntes de poderes contrárias surgem e o poder do partido que possui como membro, o homem mais poderoso do País, divide-se ‘para todos os lados’, mas sem nenhuma direção. Para o sociólogo e cientista político, Antônio Oliveira, a atitude tomada por alguns membros do PT no Amazonas, de apoiar um candidato contrário àquele definido pelas Executivas nacional e estadual, é imoral e cínico. “O partido está desmoralizado publicamente. Ainda que se salve um ou outro militante, alguns parecem totalmente corrompidos pelo alpinismo social”.
Na última semana, após a vinda do presidente Lula a Manaus, a corrente petista que insiste em apoiar o governador Omar Aziz (PMN), liderada pelo deputado estadual Sinésio Campos, reafirmou que marchará, nas próximas eleições no caminho diverso dos demais colegas, cujo compromisso firmado é com o candidato do PR, Alfredo Nascimento. “O O fisiologismo tomou conta das gerações mais antigas de dirigentes como das gerações mais novas, além daqueles que entram no partido no auge da sua acomodação nas esferas do Estado”, disse Antônio Oliveira.

João Pedro perdeu poder de articulação

Na última reunião dos delegados petistas do Estado, no início do mês, a maioria dos membros escolheu apoiar o senador Alfredo. Na ocasião, o presidente estadual do PT, João Pedro, assegurou que mantida a decisão da maioria, os petistas pró-Omar deveriam voltar atrás e seguir o estatuto e o código de ética do partido, sob pena de perderem legenda para estas eleições. No entanto, os ‘rebeldes’ petistas não obedeceram e João Pedro recuou, demonstrando fragilidade como líder.
Para um partido que elegeu um presidente da República, o PT no Amazonas nunca teve tanta força. Os maiores cargos que conseguiu ocupar foram o de deputado federal, com Francisco Praciano (PT) e o de senador, com João Pedro, este último sem obter um só voto, alcançando o cargo por suplência. “Até mesmo a candidatura do deputado Praciano à prefeitura de Manaus, em 2008, passou por brigas e obteve resistência destes mesmos ‘rebeldes’ que queriam apenas acompanhar a indicação do governo e não queriam apoiar um candidato forte e promissor de suas bases”, avaliou o sociólogo.
“Ficar com um pé no Alfredo e outro em Omar, é o cúmulo da cretinice e do cinismo”.
Com essa guerra pública, o PT entrará na disputa desmoralizado e corre o risco de perder a pouca força que tem e entrar em verdadeira decadência, já que o eleitor vota pela credibilidade, não apenas do candidato, como do partido.
“O PT iniciou sua decadência quando resolveu apoiar um governo ao qual sempre fez oposição. Agora com essa bagunça, a tendência é piorar”, avaliou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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