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Câmara enviará comissão para visitar o Vale do Javari

As mobilizações em defesa da proteção da Amazônia ganham, hoje, maior visibilidade no cenário nacional e internacional, principalmente após o assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira na região do Vale do Javari, no município de Atalaia do Norte, no Amazonas.

Isso já é um fato. Infelizmente, porém, foi necessário um episódio tão brutal, com requintes de tanta crueldade, para todas as lideranças mundiais se voltarem mais para uma região alvo de facções criminosas, que agem protegidas pela densa floresta para cometer todo tipo de atrocidades.

Phillips e Bruno sempre denunciaram essas operações ilegais. Mas suas denúncias só reverberaram com tanto impacto após suas mortes. Pagaram com a própria vida pela defesa incansável das terras amazônicas e dos povos que a habitam. Despertaram tanto ódio entre pescadores e madeireiros ilegais, narcotraficantes, que tiveram seus corpos desmembrados.

E nada justifica tantos requintes de violência. Agora, parece que sua bandeira de luta em prol das riquezas dessas terras tão extensas e das comunidades indígenas ressoa mais entre as lideranças nacionais e mundiais.

Ainda esta semana, a Câmara dos Deputados deve enviar uma comissão que virá ao Amazonas para ouvir o sistema de segurança, representantes de etnias, a própria Funai (Fundação Nacional do Índio), enfim, todos os atores envolvidos na questão em defesa da Amazonia.

O deputado José Ricardo Wendling (PT) é um dos líderes que comandam essa comissão. Ele tem levado o assunto a muitas discussões entre os seus pares no Parlamento. Recentemente, o procurador-geral Augusto Aras esteve em Manaus, onde ouviu o governador Wilson Lima (UB), lideranças de etnias e o sistema de segurança envolvido na força-tarefa que localizou os corpos de Phillips e Bruno enterrados em uma área de mata de difícil acesso.

Até agora, as investigações apontam oito pessoas suspeitas de orquestrarem os assassinatos. E três permanecem presas, entre eles os irmãos Amarildo e Eliseo Oliveira, que teriam feito os disparos de espingarda, matando o jornalista e o indigenista após uma perseguição pelo leito do rio.

Lima disse ter definido estratégias com Aras para o combate ao crime no Vale do Javari, a segunda maior reserva indígena do País. Por enquanto, as próprias comunidades fazem a defesa de seu extenso território porque a presença do poder púbico é praticamente inexistente. Operações ilegais contaminam o ambiente em que vivem e ainda tiram o seu sustento. Tomara que o clamor dos povos da floresta toque fundo na alma de todas as autoridades constituídas.

Nota abre Perfil

Até quando seremos reféns da Petrobras?

O governo Jair Bolsonaro (PL) mantém frequentes ofensivas para controlar a escalada de preços na Petrobras. Porém, essas tentativas só acirram mais a briga entre o Executivo e a empresa, que também respinga no Congresso. A mobilização é intensa nesse sentido. E serve ainda até como mote de pré-campanha visando às próximas eleições. Algo muito bem aproveitado por Lula, com amplas possibilidades de voltar à Presidência da República. Os reajustes na gasolina, no diesel e no etanol causam uma reação em cadeia. Praticamente, tudo sobe na economia, impactando principalmente nos alimentos.

A verdade é que estamos reféns da política selvagem da companhia. Ela fatura bilhões de dólares, enquanto a população brasileira tem seu poder de compra corroído continuadamente, levando muitos a não terem nem o básico para comer. E preocupa muito mais ainda quando um ministro de Bolsonaro fala, em alto e bom som, que não pode fazer nada para baixar os valores dos combustíveis. Acionistas do segmento não estão preocupados. Só agregam mais lucros, seguindo o valor do barril do petróleo no mercado internacional e a oscilação do dólar.

Alívio?

As declarações do procurador-geral Augusto Aras em favor da ZFM repercutiram positivamente junto a lideranças da região. Ele disse ser favorável à suspensão dos decretos presidenciais que reduzem o IPI. Sua fala dá um certo alívio (?) aos embates travados entre o Amazonas e o Ministério da Economia no STF.  Por enquanto, está mantida a decisão monocrática do ministro Alexandre de Moraes que isentou a Zona Franca das medidas. Mas falta o respaldo dos outros ministros. Qual será o desfecho?

Alívio 2?

O deputado estadual Roberto Cidade (UB), presidente da Assembleia, pegou carona no posicionamento de Augusto Aras para ficar mais ainda sob os holofotes da mídia. Ele avalia como uma grande vitória as declarações do procurador-geral defendendo a manutenção da isenção do IPI à ZFM. “É mais um ponto a favor na batalha para manter os incentivos fiscais às empresas que operam na região”, ressaltou. No entanto, nada garante que o plenário do STF será favorável à ação do ministro Alexandre de Moraes.

Crueldade

Ontem, repercutiram na Câmara as cenas de um cachorro sendo arrastado por uma caminhonete que supostamente já estava morto. As imagens viralizaram, causando revolta nas redes sociais. As manifestações de indignação foram tão intensas que vereadores dedicaram um bom tempo para debater o episódio na sessão plenária. O vereador Kennedy Marques (PMN), que preside a Comissão de Meio Ambiente, classificou o ato como desumano. Muita crueldade. O responsável deve ser punido.

Transporte

Mais polêmica no transporte público. Ontem, a desembargadora Joana Meirelles, do TJAM, rejeitou o recurso do Sinetram que pedia a suspensão da decisão proibindo a troca dos validadores de cartões de passagens instalados nos ônibus e terminais de integração de Manaus. A magistrada argumenta que já existe um contrato, firmado em outubro de 2021, entre o sindicato e a empresa Meson Amazônia para prestação dos serviços de bilhetagem eletrônica.  Aliás, o setor sempre foi sacudido por turbulências.

Obras

Às vésperas das próximas eleições, a prefeitura e o governo do Amazonas estreitam mais ainda as parcerias para grandes obras em Manaus. São pelo menos R$ 580 milhões em novos investimentos. A capital recebe projetos de modernização na infraestrutura urbana. Feiras e mercados são restaurados. As unidades de saúde e de educação são ampliadas, gerando mais benefícios à população. O prefeito e o governador mostram serviço. Muito bem montadas as estratégias pela reeleição.

Festival

Mesmo com as passagens salgadas, o Festival Folclórico de Parintins deve receber um público 15% superior ao registrado em 2019. As festas ficaram paralisadas durante dois anos por conta da pandemia, mas prometem voltar com todo gás. A economia da cidade agrega os louros desta época – o comércio fatura alto, músicos, artistas e produtores de alegorias e fantasias aumentam seus ganhos, a rede hoteleira se expande, enfim, todos levam uma fatia de toda essa bolada. É o turismo renascendo.

Demagogia

A Amazonas Energia recorre a argumentos demagógicos para justificar a instalação dos novos medidores. A empresa alega ser impossível ao Ipem periciar todos os aparelhos do sistema. Para a concessionária, o órgão não tem capacidade suficiente para atender a uma “demanda desta monta” com a sua atual infraestrutura. Suas alegações não convencem. A população está cansada de pagar tarifas abusivas. O sistema é precário. Opera irregularmente em Manaus e no interior.  E ninguém mais lhe dá crédito.

Auxílio

Lideranças estão extremamente preocupadas com os aumentos da Petrobras. Ontem, o governo Bolsonaro e o Congresso decidiram ampliar o Auxílio Gás e criar outro benefício para caminhoneiros como resposta à alta nos preços dos combustíveis. Os detalhes foram acertados em uma reunião entre o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e os presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). As eleições estão próximas. São manobras para fisgar o eleitor.

FRASES

“Temos a melhor saúde básica do País”.

David Almeida (Avante), prefeito, ao anunciar reajuste para servidores.

“Adesão à OCDE é prioridade”.

Hamilton Mourão, vice-presidente, sobre rumos na política externa do País.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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