Os gastos de brasileiros no exterior chegaram a US$
1,915 bilhão em fevereiro, de acordo com dados do BC
(Banco Central), divulgados nesta segunda-feira (24).
Esse é o maior resultado para meses de fevereiro já
registrado pelo BC, superando os gastos do mesmo
período de 2013 (US$ 1,862 bilhão).
Esse avanço aconteceu mesmo com o dólar mais caro:
estava em R$ 2,03, na média de janeiro, e R$ 1,97 em
fevereiro do ano passado; a média da cotação do dólar
no primeiro bimestre deste ano ficou em R$ 2,38.
Já as receitas de estrangeiros em viagem no Brasil
chegaram a US$ 591 milhões em fevereiro deste ano,
contra US$ 624 milhões, em igual período de 2013.
Gastos no exterior diminuíram
Em janeiro deste ano, os gastos dos brasileiros no
exterior foram de US$ 2,120 bilhões, abaixo dos US$
2,299 bilhões de janeiro do ano passado.
Assim, nos dois primeiros meses deste ano, os
brasileiros deixaram no exterior um total de US$ 4,036
bilhões, redução de 1,5% em relação ao mesmo período
do ano passado (US$ 4,162 bilhões).
Há sinais de diminuição, mas ainda moderados, nos
gastos de brasileiros no exterior, segundo o chefe do
Departamento Econômico do BC (Banco Central), Túlio
Maciel.
De acordo com Maciel, se for considerada a média
diária de gastos, há uma queda de 6% no bimestre. O
motivo para essa moderação, segundo Maciel, é a alta
do dólar.
Maior em dez meses
A entrada de dólares no Brasil supera em US$ 5 bilhões
a saída de recursos estrangeiros em março, segundo
dados parciais do Banco Central até dia 20. Essa é a
maior entrada mensal desde maio do ano passado (US$
10,8 bilhões).
A maior parte do dinheiro (US$ 4,8 bilhões) se refere
ao segmento de operações financeiras. O restante faz
parte da conta comercial.
Entre os destaques do mês está a entrada líquida de
US$ 4 bilhões para investimentos estrangeiros em renda
fixa, aplicação que ganhou força desde o ano passado
com a alta da Selic (taxa básica de juros), que subiu
de 7,25% para 10,75% ao ano.
Também se destacam no mês corrente as captações de
recursos no exterior por empresas brasileiras, como
Petrobras e Banco do Brasil.
Estimativas reduzidas pelo BC
O BC reduziu a previsão para o superavit da balança
comercial em 2014 de US$ 10 bilhões para US$ 8
bilhões. A explicação para a mudança é a expectativa
para as exportações, que recuou de US$ 255 bilhões
para US$ 253 bilhões. Para as importações, foi mantida
a projeção de US$ 245 bilhões.
Devido à reestimativa para o saldo comercial, o banco
alterou sua previsão para o deficit nas transações de
bens e serviços com o exterior, que subiu de US$ 78
bilhões para US$ 80 bilhões.