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Brasil e Paraguai estreitam relações

Em sua primeira visita de Estado ao Brasil, o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, agradeceu o apoio que tem recebido do governo da presidente Dilma Rousseff, desde que tomou posse, em 15 de agosto deste ano. Após o encontro que tiveram ontem no Palácio do Planalto, os dois líderes deixaram claro que a recente suspensão do Paraguai do Mercosul (Mercado Comum do Sul) não afetou as relações entre os dois países.
O Paraguai ficou suspenso do bloco entre 29 de junho de 2012 e 12 de julho deste ano porque os líderes políticos da Argentina, do Brasil e do Uruguai discordaram da forma como o então presidente Fernando Lugo foi destituído do poder, por impeachment. Com o processo eleitoral e a vitória de Cartes, que tomou posse em 15 de agosto, a suspensão foi extinta, mas o país ainda não retornou ao bloco. Na ausência do Paraguai, houve a incorporação da Venezuela como país-membro do bloco, a adesão da Bolívia e a inclusão, com o status de membros associados, da Guiana e do Suriname. Pelas regras do Mercosul, o Poder Legislativo de cada um dos países-membros precisa aprovar a entrada de novos participantes, como a Venezuela, adesão que é questionada pelo Paraguai.
O presidente Cartes tem de lidar com os benefícios que o retorno ao Mercosul trará ao país e a oposição de parte do Legislativo a medidas tomadas pelo bloco durante a suspensão. A presidente Dilma Rousseff disse hoje, após encontro com Cartes, que a suspensão não afetou as relações bilaterais com o Brasil.
Cartes ressaltou que o Paraguai não quer pedir favores ao Brasil e sim sentar para negociar, buscando benefícios para ambos os países, pois sabe que tem recursos naturais que interessam aos brasileiros. “Neste momento em que o Paraguai goza de um crédito de que não gozava ontem, queremos dizer ao Brasil que queremos sentar à mesa grande, e só quando as coisas forem boas para os dois, em [uma relação de] ganhar-ganhar. Estamos seguros de que temos condições de retribuir, pelo menos em parte, tanta generosidade do Brasil.”
Segundo Cartes, seu país está em falta com brasileiros que foram há décadas para o Paraguai produzir alimentos e reivindicam títulos de propriedade de suas terras. Cartes enfatizou que os estrangeiros que foram para o Paraguai produzir, quando ainda não havia nenhuma estrutura, o ensinaram que seu país tinha atrativos e, por isso, se sente com enorme responsabilidade sobre o tema.
Antes do almoço oferecido à sua comitiva no Palácio Itamaraty, Cartes destacou que cerca 85% da economia vêm dos rios. Entre as principais atividades econômicas, estão a agricultura e a pecuária, sendo o país, que tem 406 mil quilômetros quadrados, um dos cinco maiores produtores de carne bovina no mundo. Com 6,5 milhões de habitantes, o Paraguai enfrenta altos índices de desigualdade de renda, com 40% da população em faixa de pobreza e 18% de extrema pobreza.
“Quero que o meu gabinete seja lembrado pelo combate à pobreza. Obrigada por nos oferecer a experiência e a disposição neste combate. Estamos em condições de aceitar e de fazer as coisas juntos”, disse Cartes, que agradeceu ao governo brasileiro por oferecer ao Paraguai as tecnologias dos programas Bolsa Família e Brasil sem Miséria.
No almoço oferecido aos paraguaios no Itamaraty, Dilma e Cartes tiveram a companhia do presidente interino do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), do vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), do senador e ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e de outras autoridades.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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