Já é praxe. Vez por outra, somos surpreendidos por anúncios sobre o PIB, ora em situações de queda, ora em crescimento. Agora, as previsões são mais favoráveis, segundo estimativas do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Este ano, o PIB brasileiro deverá atingir crescimento de 1,8%, chegando a 1,3% de crescimento em 2023, aponta o Ipea. Ontem, a instituição divulgou a Visão Geral da Conjuntura, análise trimestral da economia brasileira.
Segundo o instituto, o destaque será para o setor de serviços, com estimativa de alta de 2,8%, enquanto os setores de agropecuária e industrial devem mostrar relativa estabilidade. Do lado da demanda, a projeção de crescimento do consumo das famílias ficou em 1,6% para este ano.
Depois da alta de 1% do PIB registrada no primeiro trimestre de 2022, a maioria dos setores produtivos apresentou desempenho positivo também em abril. As previsões do Ipea mostram que, em maio, o nível de atividade deve avançar na comparação com o mês anterior e com ajuste sazonal: 1,2% na indústria, 0,6% no comércio e 0,3% nos serviços.
A evolução dos indicadores de atividade está em linha com o desempenho do mercado de trabalho. Dados recentes mostram que o ritmo de recuperação se intensificou ao longo dos últimos três meses, combinando forte expansão da população ocupada e redução significativa da taxa de desocupação, mesmo com o aumento da taxa de participação.
Esse conjunto de indicadores sugere boas perspectivas para o PIB no segundo trimestre de 2022, com projeção de crescimento de 0,6% no período, em termos dessazonalizados, em relação ao trimestre anterior, e de 2,3% sobre o mesmo trimestre do ano passado.
Ainda de acordo com o Ipea, para o segundo semestre deste ano há expectativa de desaceleração da atividade econômica, em função de fatores externos e internos. Os aspectos externos apontam para menor crescimento e maior incerteza, dada a elevação das taxas observadas e esperadas de inflação na maioria dos países, e a persistência da guerra entre Rússia e Ucrânia – que deve prolongar os atuais problemas nas cadeias produtivas.
Do ponto de vista dos fatores internos, a persistência de taxas de inflação elevadas, além de inibir o consumo por meio da redução da renda real das famílias, tem levado ao aperto da política monetária no País, cujos efeitos atingem o mercado de crédito e tendem a se intensificar nos próximos meses.
Para o próximo ano, a projeção de crescimento do PIB é de 1,3%. Em termos de atividade econômica, 2023 deve ser tímido, no início, mas caracterizado por aceleração ao longo do ano. O cenário tem como base duas hipóteses. Primeiro, com o fim da guerra na Ucrânia, a atenuação dos problemas pelo lado da oferta reduzirá grande parte da pressão inflacionária do exterior, possibilitando que a política monetária possa cumprir seu papel de reduzir gradualmente a inflação sem a necessidade de uma queda mais profunda dos níveis de atividade.
Perfil
Abrindo caminhos para 2026
Lapidada desde o ano passado, a aliança entre David Almeida (Avante) e Wilson Lima (UB) tem olhos no futuro, abrindo caminhos para o prefeito concorrer ao governo em 2026, algo que está sendo muito bem desenhado. É uma contrapartida do apoio ao governador na campanha pela reeleição. Colado na imagem do seu principal cabo eleitoral, Lima tem grandes chances de se reeleger – tem a máquina estatal nas mãos e a visão positiva do eleitor sobre a atual gestão da prefeitura, configurada em obras de modernização na infraestrutura urbana e maior atenção às reivindicações da população, só para citar alguns pontos favoráveis.
Consolidada uma possível vitória em 2022, Lima governaria por mais quatro anos, indicando posteriormente o prefeito como seu candidato. Em seguida, disputaria o Senado. São metas costuradas nos bastidores, que agora se materializam nas parcerias seladas entre os dois gestores, envolvendo investimentos de pelo menos R$ 580 milhões em novas ações. A maneira de governar do prefeito agrada o manauara. A simplicidade, o fácil acesso e o seu jeito descolado de se apresentar são o maior trunfo desse projeto político.
Reconhecimento
O vice-presidente Hamilton Mourão não se intimida em discordar de medidas de Bolsonaro. Por vezes, sempre foi na contramão do governo, situações que sempre o colocaram em rota de colisão com as principais vozes do Planalto. Ao participar ontem da abertura da ExpoAmazônia Bio&Tic em Manaus, ele criticou a redução da alíquota do IPI, reconhecendo que a isenção do imposto é crucial para a sobrevivência da ZFM. São mais de 500 empresas que são beneficiadas. Existe maior defensor do que este?
Mascarando
O deputado estadual Serafim (PSB) disse, ontem, que empresas contratadas para a manutenção da BR-319 não cumprem regularmente as exigências, mascarando os serviços. Em geral, aplicam uma fina camada de asfalto que não suporta o tráfego de veículos. São estratégias para forçar contratações recorrentes que alimentam o faturamento de empresários. Segundo o parlamentar, os valores gastos com essas obras maquiadas ultrapassam os R$ 3 bilhões. É a corrupção que sangra o Brasil.
Violência
Os deputados estaduais dedicam bom tempo para discutir o aumento da violência em Manaus, capitaneada principalmente pelas facções criminosas. Não há um só dia em que alguém não seja fuzilado nas ruas e até em casa. Muitos são surpreendidos e fuzilados, sem tempo de esboçar qualquer reação. Os pistoleiros de aluguéis estão à solta, presentes em qualquer esquina, esperando a hora exata para dar o bote em suas vítimas. Onde está a polícia? O problema é que ela só chega depois do assassinato.
Piratas
A ação de piratas tem causado grandes perdas às embarcações que navegam pelos rios da região. O problema se agravou tanto que as empresas de navegação ameaçam paralisar as atividades, segundo alertou, ontem, o Sindarma, o sindicato que representa a categoria. O maior alvo dos assaltantes são os combustíveis, que hoje estão com os preços nas alturas. De janeiro a junho deste ano, o setor amargou um prejuízo de R$ 20 milhões, apontam os dados oficiais. Onde está a segurança?
Despejos
Os despejos e desocupações estão suspensos até o dia 31 de outubro deste ano no País, após o fim do período eleitoral, segundo determinou, ontem, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF. O magistrado havia decidido inicialmente, em junho de 2021, suspender ordens de remoção por seis meses, mas ampliou em outras três decisões esse período. Agora, afirma que houve uma tendência de alta na pandemia, o que justifica a medida. Nunca o brasileiro vivenciou crises tão severas como nesta época.
Recuo
Felizmente, as águas do Rio Negro estão recuando, mas a enchente de 2022 já é a quarta maior da história do Amazonas. A prefeitura e o governo do Amazonas executam um plano emergencial de auxílio às pessoas mais vulneráveis, concedendo ajuda financeira e logística para minimizar as dificuldades durante a cheia. No interior, a situação também é difícil. E muitos se viram como podem para driblar as adversidades. Agricultores amargam perdas. Precisa investir em ações preventivas.
Ameaças
Áudios vazados à imprensa complicam mais a vida de Pedro Guimarães, demitido da presidência da CEF acusado de assédio sexual contra uma funcionária do banco. No material, ele é ouvido gritando e ameaçando os funcionários. “Aqui não tem democracia” é uma de suas pérolas que servirão para incriminá-lo ainda mais. A nova presidente da instituição, considerada o braço direito de Paulo Guedes, diz que faz questão de dar continuidade às investigações. O público não suporta mais truculência.
Combustíveis
Mais reação contra o limite do ICMS. O Colégio Nacional de Procuradores Gerais dos Estados e do Distrito Federal pediu ao ministro do Gilmar Mendes, do STF, a suspensão da liminar concedida pelo colega André Mendonça que considerou os combustíveis bens essenciais e limitou a cobrança do imposto sobre a gasolina, o diesel e o etanol. A petição dos Estados foi uma resposta direta ao pleito da AGU que deu prazo de 30 dias para se manifestar sobre a proposta apresentada pelos governos estaduais.
FRASES
“Fazemos parcerias com todas as prefeituras”.
Wilson Lima (UB), governador, sobre ações nos municípios do interior.
“PEC que institui estado de emergência é um drible à lei eleitoral”.
Declarações de uma ala de ministros do TSE.
