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Braga diz que deixa o governo em boas mãos, as de Omar Aziz

Um governo que dividiu opiniões; reuniu a maior base de apoio político da história do Amazonas; bateu recordes de popularidade, conseguiu aproximação inédita com a comunidade indígena do Estado e trouxe à tona o maior debate coletivo da história: a preservação ambiental. Chega ao fim a gestão do governador Eduardo Braga (PMDB), que se desincompatibilizou, ontem, para participar das eleições deste ano. Com sua saída, assume o homem que esteve ao seu lado por 7 anos e 3 meses, o vice-governador, Omar Aziz (PMN). “Deixo o governo em boas mãos. O Omar conhece todos os detalhes de tudo o que nosso grupo construiu ao longo destes anos”, declarou Eduardo Braga.
Um período curto tem pela frente o novo governador do Amazonas para consolidar sua própria marca administrativa no Estado. São apenas nove meses restantes para que Omar gere novos frutos dos programas iniciados pelo governo do qual faz parte, defendendo a continuidade dos resultados.
São milhares de obras contratadas, iniciadas e em fase final, espalhadas pelo interior do Estado. Programas como o Prosamim (Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus), Zona Franca Verde, Proama (Programa Água para Manaus), a RMM (Região Metropolitana de Manaus), o gasoduto e as obras de preparação de Manaus para sediar a Copa do Mundo 2014, são considerados prioritários e que necessitam de continuidade, segundo Eduardo Braga. “Mais do que obras, nosso grupo criou programas. O Prosamim não é uma obra é um programa, complexo e difícil, a Região Metropolitana, da mesma forma, a criação dela gerou grandes possibilidades, a começar pela ponte sobre o rio Negro. São programas que têm que continuar e possuem o dinamismo próprio da economia amazonense. Confio nessa continuidade. Enfim, espero que o povo do Amazonas tenha aprovado nosso esforço e nossa dedicação. É o fim de uma etapa importante, que começou em 2002, ainda na campanha”, afirmou Braga.
Em sua despedida, Eduardo Braga buscou cumprir suas promessas e entregar à população obras que fizeram parte do projeto de governo apresentado em campanha, em 2002 e que foi o escolhido pela população em dois processos de sucessão estadual. Os últimos dias do governador marcaram a entrega de complexos hospitalares, como o novo 28 de Agosto e o Platão Araújo (zona leste), a viabilização da Avenida das Torres (Manaus), a entrega de equipamentos, tanto para o setor rural, quanto para as unidades policiais e sociais em todo o Estado e a inauguração das obras do Prosamim nos bairros de Manaus. “Não estou entregando estas obras agora porque estou saindo do governo. Estamos inaugurando tudo isso, porque prometemos ao povo”, disse Braga, já como ex-governador do Amazonas.

Braga deixa o governo como grande articulador

Acumulando um crescente índice de popularidade, o ex-governador Eduardo Braga, deixa o governo nas mãos de seu vice-governador, para iniciar o desafio de ser o grande articulador de seu grupo político, que não envolve apenas o Estado do Amazonas, mas inclui os planos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
A expectativa do grupo pela liderança de Braga no cenário político é grande, tendo em vista o potencial agregador que o ex-governador conquistou em sete anos de gestão, atingindo a meta de reunir a maioria dos partidos políticos em sua base de apoio. Até mesmo partidos que, historicamente, sempre se estiveram em posição esquerdista extrema, passaram a trabalhar sob sua regência, como o PT e o PCdoB. A influência e prestígio de Braga já começam a se refletir no período pré-eleitoral, quando os partidos se posicionam para firmar coligações, em que a preferência pelo apoio ao grupo de Braga tem rachado partidos e causado brigas políticas em Manaus.
“Apoio a candidata do presidente Lula, a ministra Dilma (Rousseff), por tudo o que o Lula fez pelo Amazonas e que, eu acredito, que mereça continuar acontecendo para o nosso Estado. Ainda vamos falar de campanha e política, mas no decorrer deste mês (abril). Nada precipitado. As pré-candidaturas que estão aí são legítimas e boas para a democracia”, desconversou Braga.

Dona Delphina Rinaldi Abdel Aziz, a mãe de Omar Aziz

O homem que assume a posição de maior autoridade do Amazonas, Omar José Abdel Aziz (PMN), 51 anos, iniciou a vida pública aos 15 anos de idade, quando veio com a família para Manaus e começou a se envolver com o movimento estudantil, para iniciar, posteriormente, a militância política em Manaus e no Amazonas.
“Ele se envolveu, logo que chegou a Manaus, com pouco mais de 15 anos, no movimento estudantil. As questões do transporte coletivo e a meia-passagem, eram uma bandeira de luta para ele”, explicou a mãe do governador, Delphina Rinaldi Abdel Aziz.
Segundo a matriarca da família, Omar Aziz, que é engenheiro civil, formado pela Ufam (Universidade Federal do Amazonas), começou a se destacar como líder estudantil nos anos do regime militar tornando-se, na década de 80, diretor do Centro Acadêmico de Engenharia da Ufam, onde começou a se envolver em movimentos nacionais, pela redemocratização do país, como o ‘Diretas Já’.
Sua militância política, que tanta preocupação causou à mãe, também deu ao jovem político visibilidade e chamou a atenção de velhos ‘generais’ da política do Amazonas, entre eles o atual prefeito de Manaus, Amazonino Mendes. “Ele vivia naquela luta, fazendo greves, protestos, brigando pela conquista popular dentro do sistema de transporte coletivo, até que o Amazonino gostou dele e começou a apóia-lo”, lembrou a mãe.
Para o prefeito, a escalada de seu ex-pupilo, Omar, é fruto de mais uma escolha acertada dentro da política amazonense. “Sempre gostei de premiar e promover talentos. Um governador e um vice-governador reeleitos, um ministro e deputados federais. Isso é fruto de uma escola política que implantei não para superar adversários, mas de forma mais profunda, para formar equipes qualificadas para o desempenho do serviço público”, assinalou.
Segundo Delphina Rinaldi Abdel Aziz, mãe de cinco filhos homens, sendo o primogênito um governador de Estado, e avó de 15 netos, Omar Aziz nunca se interessou pelos negócios da família, que atua no ramo de panificação e trigo, mas passou a maior parte de sua vida estudando e militando dentro da política. “É a vida dele. Nunca quis saber de trabalhar com a família, mas sempre viveu a política. Ele estudou para isso. Vivia buscando aprender cada vez mais, por um único simples motivo: ele queria chegar lá”, diz Delphina, lembrando que a vida pública atrapalhou até na hora de obter graduação universitária. “Ele vive tanto em função de política que só se formou há cinco anos, como engenheiro. Antes disso, estudou a política todos estes anos”.

De posse do título, da cadeira, da caneta e da responsabilidade de ser o governador do Amazonas, Omar Aziz se diz preparado, ansioso e disposto a trabalhar. “É uma responsabilidade imensa. O governador Eduardo Braga deixa um grande legado ao estado e esse legado, é importante dizer, que tenho que dar continuidade. Tanto no interior como na capital, temos projetos importantíssimos. No setor primário, por exemplo, a crescente produção, merece grande atenção. A cadeia produtiva do setor vai desde a entrega das sementes até a comercialização dos produtos, por exemplo. Não são obras e decisões. São programas completos e complexos”, explicou o governador.
Para Omar Aziz, não se trata de uma pessoa à frente do Executivo estadual. Assim como o seu antecessor, Omar afirmou que a máquina governamental trabalha por um grupo. “Não foi apenas o Eduardo. Não serei eu, o responsável pela grande transformação do Amazonas. É fruto de uma equipe que acreditou no planejamento que tínhamos para o Estado. Esse grupo permanece, no meu entendimento, trabalhando comigo”, garantiu.

Liderança também dentro de casa

Para a mãe, a maior característica do governador do Amazonas é a seriedade com que atua, tanto dentro de casa, como na vida pública. “Ele é o chefe da família. Meus filhos não fazem nada sem falar com ele e sem o aval dele. Nunca o Omar misturou a família com sua carreira. Nenhum dos meus filhos nunca foi secretário ou trabalhou em alguma secretaria. Isso é outra coisa que tenho para me orgulhar”, lembrou Delphina, ressaltando que o único momento em que o governador relaxa mais é com os filhos. “Ele é um paizão”.
Dona Delphina diz que a única coisa que lamenta nesta história é o fato do pai de Omar, Muhammad Ismail Abdel Aziz, não poder presenciar o momento mais importante da carreira política do filho. “Meu marido apenas o viu vereador”.
Quanto à nova tarefa de governar o Amazonas por nove meses, Delphina garante que o filho tem se preparado há um ano e, além disso, possui características necessárias para crescer na política. “O Omar sabe entrar e sabe sair. Ele é objetivo e sincero com os aliados e, principalmente, não é desses políticos que fazem obras erradas para ganhar popularidade. Ouve muito e pensa antes de agir. Ele trabalha de verdade, não finge”, enumerou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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