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Braçadas na Ilha Grande do nadador Vitor Gadelha

Braçadas na Ilha Grande do nadador Vitor Gadelha

Lançada em agosto por Renato Ribeiro, treinador de maratona e ultramaratona aquática, a Bisa (Big Island Swimming Association) pretende se estabelecer como um dos maiores eventos de ultramaratona do mundo. As diversas provas acontecerão entre os dias 20 e 26 de janeiro, na Ilha Grande, no Rio de Janeiro, área com 113 praias, declarada Patrimônio Natural e Cultural da Humanidade, pela Unesco, devido sua riqueza natural. E tem um amazonense que, apesar de nadador, está ‘correndo atrás’ de apoiadores para financiar sua ida ao Rio onde pretende participar da Bisa.

Vitor Gadelha começou a praticar natação em 2008, aos 11 anos, mas no início não queria competir.

“Porém, na minha primeira competição, comecei a gostar muito daquilo e passei a treinar cada vez mais e competir em provas de piscina, até conhecer as maratonas aquáticas. Em 2014, larguei as competições de piscina e resolvi me dedicar exclusivamente para provas de águas abertas, nas quais fui aumentando as distâncias cada vez mais”, contou.

No currículo de Vitor já constam importantes participações dentro do Brasil e no exterior

No currículo de Vitor já constam importantes participações em provas de longa distância em águas abertas: vice-campeão da Copa Brasil de Maratonas Aquáticas, em 2015 e 2016; Desafio do Leme ao Pontal (35 km), em 2016; campeão da Maratona del Golfo Capri-Napoli (36 km), em 2017; Amazon Challenge 30K (30 km), em 2017; recordista do Amazon Challenge 18K (18 km), em 2020.

“A Capri-Napoli, na Itália, foi o meu maior desafio até hoje. Pra participar da prova enviei meu currículo para a organização do evento, que após análise, me ‘aceitou’ na competição. Devido a uma corrente de vento muito forte no final da prova, fiz o percurso em 11h e consegui o 1° lugar individual”, lembrou.

Vitor na Itália

O maior desafio

Agora Vitor pretende participar do maior desafio de sua vida como nadador. Cobrir os 48 km na Bisa, prova com mais de dez horas de duração.

“Em 2020 queria me desafiar em um percurso novo, mas infelizmente não pude devido à pandemia. Então surgiu a ideia de começar 2021 com um desafio mais longo, por isso escolhi os 48K da Bisa. Minha preparação tem sido bem puxada nadando mais de 40 km por semana, além de ter uma equipe multidisciplinar com fisioterapeuta, nutricionista, preparador físico, médico e psicóloga me acompanhando”, explicou.

A prova de 48 km, que poderá ser feita em formato solo ou revezamento em dupla, trio ou quarteto, é apenas uma das quatro que integram a Bisa. As outras têm os percursos de 16 km (formato solo ou revezamento em dupla); 37 km (solo ou revezamento em dupla, trio ou quarteto); e 85 km (solo ou revezamento em dupla, trio ou quarteto). Esta consiste em contornar toda a Ilha Grande a nado.

“Em toda ultramaratona há curtos intervalos de aproximadamente 15 segundos para fazermos hidratação/alimentação. É bem difícil parar o nado e depois voltar no mesmo ritmo, por isso esse intervalo tem que ser o mais curto possível”, disse.

“O meu interesse nas ultramaratonas surgiu com a ideia de me desafiar cada vez mais, além de poder mostrar para as pessoas que é possível superar qualquer desafio, desde que você se dedique àquilo que se propõe fazer”, completou.

Até agora Vitor Gadelha se mantém como o único amazonense a nadar, e vencer, os 36 km da Maratona del Golfo Capri-Napoli, e nessa nova e mais ousada investida, na Bisa, continuará sendo um amazonense solitário.

“O Amazonas tem excelentes nadadores de piscina, porém pouquíssimos nas maratonas aquáticas. Isso se dá pelo fato de muitas pessoas terem medo de nadar no rio Negro, devido suas águas escuras. Acredito que para mudar isso, devemos apenas mudar essa concepção sobre o nosso rio”, explicou.

Precisando de apoiadores

Agora Vitor enfrenta um desafio ainda maior do que vencer as provas de nado: conseguir patrocinadores para que possa custear suas viagens fora do Estado.

Para ajudar nos custos dessa mais nova investida, Vitor está vendendo uma camisa personalizada, ao custo de R$ 200. A camisa será produzida em edição limitada para apenas 48 apoiadores.

“Como os custos da prova são um pouco altos, estamos criando esta camisa, onde cada pessoa pode escolher um quilômetro para colocar seu nome. É uma ideia para que possamos fazer um desafio mais tranquilo, e consigamos levar todo mundo junto comigo, não só dando energia, mas participando de alguma forma da Bisa”, falou.

Agora Vitor precisa de patrocinadores para que possa custear suas viagens fora do Estado

Atualmente o patrocínio de Vitor, que é filho de Pierre Gadelha, organizador do Rio Negro Challenge e é atleta do Manaus FC, vem da parceria com a equipe multidisciplinar que o acompanha.

Quem quiser se tornar um apoiador do jovem atleta amazonense, de apenas 23 anos, basta entrar em contato com ele pelo 9 8236-8299, ou com seu pai pelo 9 8167-3339.

“Na Bisa me inscrevi no formato solo, então irei nadar sozinho. Por enquanto sou o primeiro atleta da Região Norte a participar dessa prova e me orgulho de ir defender o Amazonas numa competição tão difícil”, concluiu.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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