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BR-319 será tema de campanha em 2022?

José Fernando Pereira da Silva
Assessor Econômico
[email protected]

No último fim de semana, um dos prováveis candidatos à Presidência da República, em entrevista a uma importante emissora de nossa Cidade, onde entre outras perguntas formuladas era a conclusão das obras da BR-319, um dos principais eixos de integração de nosso estado com o resto do País.

De pronto, o entrevistado foi enfático, que um de seus primeiros atos tão logo tome posse, será entregar a referida rodovia em condições de trafegabilidade em toda sua extensão. Esta afirmação deixa bastante clara a importância da BR-319 para o Amazonas, bem como para os estados que compõem a Amazônia Ocidental.

A BR-319, juntamente com outras rodovias que integram a matriz rodoviária da Região Norte, foi concebida e construída no período do “Milagre Brasileiro”, sendo que a maioria delas sofreram as mais duras críticas, principalmente a nossa BR, onde estudos tendenciosos buscavam comprovar sua inviabilidade econômica, vis-à-vis a utilização da hidrovia do rio Madeira. Faço este registro, mas não entro no mérito da questão.

Em verdade, nos dois últimos quartéis do século passado, a ocupação da Amazônia sempre foi preconizada em face às perspectivas de integração da região às estratégias específicas do crescimento econômico dos vários países amazônicos. Com efeito, prevaleceu uma lógica condominial, uma ideologia de corte nacionalista e uma caracterização das amazônias como reserva de saque de recursos naturais, geralmente a serviços dos principais centros econômicos de cada país ou das suas relações comerciais com terceiros.

Entrementes, no Brasil, nas décadas de 60 e 70, houve forte ênfase na construção de rodovias. Assim, parte da capacidade de endividamento do País foi destinada a estes e outros projetos de desenvolvimento regional considerados estratégicos para a integração da Amazônia com o Centro-Oeste, Sul e Sudeste.

Algumas dessas rodovias foram abandonadas, inclusive a BR-319, sendo praticamente recobertas pela floresta.

Por outro lado, a consolidação do MERCOSUL e a possibilidade de ingresso na Comunidade Europeia estão formando um novo cenário, onde uma nova dimensão é dada ao processo de integração da América do Sul, com aquele importante mercado. As vantagens econômicas objetivas já constatadas tendem a conformar uma complementaridade às economias regionais, abrindo válvulas para expansão econômica num cenário internacional.

Confirmando essa tendência, a participação de todos os países da América do Sul, com efeito, a expansão do Mercosul aos países amazônicos já começa a ser uma realidade. E esse processo tende a estimular novamente a integração terrestre entre esses países e o Brasil, atribuindo ao Amazonas um novo papel, que já não é de fundo de quintal, mas o principal elo de integração continental.

Este sonho que transformar-se-á em realidade, está contemplado na Agenda Positiva do Governo Central. 

Com a BR-174 e agora com o início da recuperação da BR-319, o Amazonas busca formar eixos de transportes e da infraestrutura onde se concentrarão grandes investimentos públicos e privados, e que com a reabertura da estrada já começaram se implantar.

Esses eixos promoverão intensas articulações com o sistema hidroviário do Madeira, Solimões e seus afluentes navegáveis, formando o macrozoneamento do Estado e neles se concentrarão grandes projetos de desenvolvimento. 

Com o acesso do nosso País à OCDE, a Amazônia e particularmente o Estado do Amazonas, pelas suas potencialidades, será o grande polo de desenvolvimento sustentável com o aproveitamento compartilhado de seus recursos naturais.

Pela relevante questão da integração geográfica ao País, o anseio de nossa sociedade organizada é de que antes das eleições de 2022, nossa BR-319 já esteja amplamente trafegável. 

Foto/Destaque: Divulgação

Fecomércio

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