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Bons ventos para o varejo

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Com temperaturas que facilmente ultrapassam os 30° e que em alguns dias chegam a insuportáveis 40° (e sensação térmica ainda maior), ventiladores e aparelhos de ares-condicionados deixaram de ser luxo e figuram como itens necessários para se viver bem no Amazonas e amenizar o calor do verão amazônico. As vendas desses itens são maiores em julho, um período que coincide com férias escolares e mais gente em casa significa maior procura às lojas de eletrodomésticos. Com isso o comércio varejista, já ciente dessa sazonalidade, aposta sempre em boas vendas.

Início da temporada

Gerente de uma tradicional loja de eletrodomésticos e eletroeletrônicos no Centro de Manaus, Wilson Mancilha afirma ser esse um bom período para vendas, mas o próprio calor tem dificultado um pouco. “Ainda esperamos o volume de outros anos, mas sabemos, por experiência e por viver no Amazonas que logo a procura irá aumentar. Provavelmente o fim de julho traga o cliente que ainda resiste ao calor”, disse.

Na Bemol, os vendedores já comemoram a chegada do calor e as boas vendas, explica o vendedor Nadson Ribeiro. “Já sentimos o mercado aquecido e as vendas seguem boas. O volume de negociações entre ventiladores e aparelhos de ar-condicionado é quase proporcional. Em um dia chego a vender entre sete e 10 aparelhos de ar-condicionado e 13 unidades de ventiladores, só da marca mais vendida”, comentou.

Mais otimista o proprietário da Hud Cell Import, Hudson Cardoso já sente o aquecimento do mercado. “Temos um verão intenso, diferente de outras regiões do país, o que nos proporciona bons negócios. Costumo dizer que as vendas iniciam agora em junho só terminam em fins de dezembro. Posso até ser preciso na data de nossos últimos pedidos: 20 de dezembro. Aí se fecham as vendas do ano e nos preparamos para o ano seguinte”, ressalta.

Facilidades popularizam ar-condicionado

Antes relegado a empresas e compradores de alto poder aquisitivo, os aparelhos de ar-condiconado têm se popularizado no mercado mais popular e as facilidades de pagamento têm impulsionado isso. Hoje praticamente nem uma loja deixa de ter seu crediário ou forma de parcelamento, o importante é não deixar o cliente no calor. “Buscamos sempre facilitar para o cliente, oferecemos até 10 vezes sem juros, para qualquer tamanho ou modelo de ventiladores e para aparelhos de ar-condicionado dos BTUs disponíveis”, conta Mancilha.

De acordo com Nadson, a loja já possui clientes fiéis que sempre voltam ao setor de ar-condicionado com a chegada do calor. “A loja oferece cartão próprio e muitos clientes são antigos, muitas vezes vêm para renovar, comprar um novo, já que parece que o calor só aumenta. A busca por ventiladores até vem caindo com a popularização do ar-condicionado e pelas facilidades. O bom do ventilador é amenizar o clima e por ser barato, pode ser espalhado em vários ambientes da casa, mas o ar-condicionado ainda é sonho de consumo e muitos não ficam sem”, comentou.

As facilidades de crédito abriram mercados em outros municípios, conta Hudson Cardoso. “Parcelamos a venda no cartão e sempre alguém entra na loja para levar uma coisa ou outra. Quem tem espaço expõem ventiladores e vende bem, mas nessa época, mesmo sem expor, as vendas são ótimas e muitos negócios são feitos com clientes do interior do Estado. A procura é grande e quando não temos acabamos por indicar um colega que tenha, assim todos ganham”, disse o empresário.

Consumo de energia

A popularização do ar-condicionado trouxe junto a preocupação com o consumo de energia e aos poucos checar a tabela que acompanha os aparelhos vem se tornando um fator determinante na hora da escolha, disse Mancilha. “Poucos se preocupam em ver a tabela, muitos querem amenizar o calor o mais rápido possível e compram, sem dar atenção a esse detalhe. Mas existe sim essa preocupação, quem já tem experiência com ar-condicionado se importa com a durabilidade do aparelho e o quanto vai consumir de energia”.

“O cliente já vem preocupado com o consumo de energia, quando chegam aqui já procuram pelos ‘classe A’ de maior eficiência e menos consumo, principalmente quem já conhece. Uma coisa importante de dizer é que os classes ‘B’ e ‘C’ praticamente saíram do mercado e os ‘C’ e ‘D’ nem existem mais, a própria indústria percebe que esses não são tão procurados e o mercado mudou, seja para ventiladores, ares-condicionados e bebedouros”, disse Cardoso.

Prontas para atender

Toda loja deve se preocupar em manter estoque nessa época. “Apesar de que a venda desses produtos ser frequente o ano todo, a sazonalidade dá o tom e é preciso atender ao cliente que procura por ventiladores de coluna, mesa, parede e o três-em-um. Já para ar-condicionado as opções ficam em ‘janela’ e split, entre 12 mil e 58 mil BTUs”, encerra Mancilha.

“A fila para comprar esses itens é grande nesse período. Algumas lojas chegam a ficar sem e precisam recorrer ao fornecedor para qualquer emergência. Por experiência, sei de fornecedores que também ficam sem estoque. Isso é uma prova do tamanho desse mercado e como ele se aquece nessa temporada”, comenta Nadson.

Refrigeração em autos

Conduzir nas ruas de Manaus também pede algum conforto e pipocam as lojas e oficinas de refrigeração para autos, fazendo com que cursos técnicos surjam sob o sol amazônico. Um dos que inovaram recentemente, oferecendo a disciplina Climatização e Refrigeração automotiva é o Centec (Centro de Ensino Técnico). A novidade tem chamado a atenção do público interessado em ingressar neste mercado, inclusive o feminino, que cada vez mais investe na capacitação técnica para novas oportunidades de trabalho.

Para o professor e instrutor do curso, Ricardo Mota, o novo programa de refrigeração automotiva reforça a grade curricular do curso oferecido pelo Centec, sendo mais um diferencial para quem busca qualificação de alto nível. “A capacitação de profissionais da área de refrigeração automotiva só era feita em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Agora, Manaus entrou neste cenário por meio do Centec. Além de professores muito bem capacitados, outro diferencial da nossa instituição são os equipamentos do laboratório, altamente estruturado”, destaca.

Outra novidade desta área é a participação de mulheres no curso de Refrigeração e Climatização. Para Mota, hoje, o mercado de trabalho está mais democrático em todos os setores, o que permite a inclusão do público feminino em funções que antes eram exercidas somente por homens. “Após algumas portarias da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e das fiscalizações que exigem mais segurança no exercício da profissão, algumas mulheres enxergaram oportunidades nesse ramo. Temos uma aluna que vai representar muito bem o público feminino nesse universo que era 99% dominado por homens”, enfatiza.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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