O lucro líquido de R$ 11,7 bilhões obtido pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no segundo trimestre de 2022 é 120,7% superior ao registrado no mesmo período de 2021. O novo relatório de resultados financeiros da instituição foi apresentado ontem.
De acordo com o BNDES, o desempenho foi impulsionado pela receita de R$ 3,8 bilhões com dividendos pagos pela Petrobras e pela arrecadação de R$ 1 bilhão com alienações de ações da Eletrobras. Também contribuiu com o resultado positivo a reversão de provisão para risco de crédito, consequência da liquidação da dívida do Grupo Oi, que pagou à instituição R$ 4,6 bilhões usando recursos da venda da Oi Móvel às operadoras Claro, Tim e Vivo.
O BNDES possui atualmente R$ 68,6 bilhões em participações societárias, sendo 44% envolvendo ações da Petrobras. “Houve uma leve queda quando comparado com o trimestre anterior. É resultado da redução da nossa participação na Eletrobras e da desvalorização do preço das duas principais ações do nosso portfólio: Petrobras e JBS”, disse Lourenço Tigre, diretor de finanças do BNDES.
O resultado recorrente, que exclui operações de desinvestimento da carteira de renda variável e provisões para risco de crédito, foi de R$ 9 bilhões. O montante representa um crescimento de 279,7% em comparação ao mesmo período de 2021. O patrimônio líquido da instituição encerrou o período somando R$ 129,3 bilhões.
Segundo o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, foi registrado um recorde somando os números dos dois primeiros trimestres do ano. O resultado líquido nos seis meses iniciais de 2022 é de R$ 24,6 bilhões. “É o primeiro semestre mais rentável em termos de lucros nominais da história do BNDES”, disse.
A conclusão do processo de privatização da Eletrobras, movimentando R$ 33,68 bilhões, foi considerado o principal projeto do período conduzido pelo BNDES. Além disso, foram citados o leilão de rodovias no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, a concessão de parques estaduais, a modernização e ampliação de infraestrutura de aeroportos no Nordeste e no Centro-Oeste, a ampliação de parques eólicos e solares, entre outras iniciativas.
Os desembolsos registraram crescimento de 46% comparado ao mesmo período de 2021. Foram R$ 18,4 bilhões, dos quais R$ 9 bilhões para projetos de infraestrutura, o que representa 48,8% do total. De acordo com o banco, R$ 3,7 bilhões foram destinados a atividades relacionadas à economia verde e R$ 7,3 bilhões ao desenvolvimento social. As operações com micros, pequenas e médias empresas, num total de R$ 6,8 bilhões, representaram 37,2% dos desembolsos.
Segundo Montezano, o BNDES vem passando por uma reestruturação, a exemplo do que ocorre em diversos países. “Outros bancos de desenvolvimento no mundo também estão migrando para uma atuação mais próxima de uma atuação no mercado com foco em agenda climática”. Ele disse ainda estar satisfeito, porque considera que a instituição está liderando esse movimento e sendo capaz de penetrar em diferentes setores.
Perfil
Fumando o cachimbo da paz….
Bolsonaro recebeu a nova cúpula do TSE com muita cordialidade. E ainda deu de presente uma camisa do Corinthians para o ministro Alexandre de Moraes, com quem tem travado embates homéricos. Na quarta-feira (10), Moraes e o colega Ricardo Lewandowski estiveram pessoalmente no Planalto. Durante a visita, o presidente recebeu o convite para a posse dos dois ministros na presidência do tribunal, que acontecerá na próxima semana.
O encontro foi definido como muito cordial, apesar das constantes pendengas pondo supostamente em xeque a credibilidade das urnas eletrônicas. Na audiência, Bolsonaro enfatizou a Morares que quer eleições transparentes e tranquilas, abrindo uma nova etapa no relacionamento entre o ministro e o presidente. Para especialistas, porém, são relações apenas formais para o cumprimento de protocolos institucionais. E ‘fumar o cachimbo’ da paz ainda está longe de acontecer. Mas pode ser o início de uma conciliação para aparar arestas. É o que, presumivelmente, se espera.
Grito
São Paulo e outras grandes capitais brasileiras pararam ontem em defesa da democracia. O documento pelas garantias democráticas, que já teria mais de 1 milhão de adesões no Brasil, foi lido em alto e bom tom, pedindo o afastamento do atual presidente da República. Empresários, artistas e políticos, principalmente lideranças da esquerda, engrossam o movimento desde que (supostamente) o processo eleitoral está sendo ameaçado. Não há clima para um novo golpe. Hoje, a realidade é diferente.
Repercussão
O brado pela democracia também ecoou fortemente na Assembleia Legislativa. Ontem, o deputado Serafim Corrêa (PSB), partido do qual é presidente e faz parte da aliança que apoia Ricardo Nicolau (Solidariedade) na disputa ao governo, ressaltou a lisura do processo eleitoral. Para ele, existem (sim) ameaças veladas contra as urnas eletrônicas, apesar de o Planalto garantir que seguirá os trâmites democráticos. Há muito alarde sobre a questão e muitos tiram proveito político na esteira da polêmica.
Inspeção
As Forças Armadas pediram ao TSE que inclua mais nove militares no grupo que inspeciona as urnas eletrônicas. O documento é assinado pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. O pedido acontece em meio aos supostos ataques às urnas eletrônicas e ao processo eleitoral, fato que motivou a carta em defesa da democracia, reunindo expoentes do empresariado e lideranças esquerdistas. Para Bolsonaro, a mobilização não passa de um circo montado para prejudicar sua imagem.
Preconceito
O padre Júlio Lancelloti, um dos nomes mais respeitados da Igreja Católica do Brasil, classificou como preconceito religioso as declarações da primeira-dama Michele Bolsonaro criticando o vídeo em que Lula aparece em um culto de religião afro-brasileira. “Grande parte das pessoas que integram essas religiões são negras. São extremamente desrespeitadas, maltratadas e até mortas”, disse. O episódio fomenta polêmica, depondo contra as metas do presidente de continuar governando o país.
Votos
O governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), está na frente nas intenções de voto, embora pesquisas apontem uma ligeira vantagem de Amazonino Mendes (Cidadania). O senador Eduardo Braga, que tem apoio de Lula, está em terceiro, seguido de Ricardo Nicolau (Solidariedade). Porém, Lima tem um coringa nas mãos para vencer a disputa em outubro –a máquina estatal e o apoio do prefeito David Almeida (Avante), que representa hoje o seu maior cabo eleitoral. Em tese, não há páreo para ele.
DNA
Vice de Wilson Lima na campanha pela reeleição no pleito deste ano, o ex-secretário Tadeu de Souza disse que quer deixar a sua marca no Amazonas. E vai mais longe –pretende incrustar o seu DNA ao lado do governador, prometendo proporcionar mais benefícios à população amazonense, gerando novos empregos e renda. A escolha de Souza para compor a chapa de Lima foi criteriosa, segundo ressaltou o prefeito David Almeida, prevalecendo o seu perfil técnico. Veremos a performance da dupla.
Javari
O assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, emboscados e mortos na região do Vale do Javari, no município de Atalaia do Norte, no Amazonas, ainda cobra muitos esclarecimentos. Investigações apontam contradições em depoimentos de suspeitos do crime que abalou a comunidade mundial com tantos requintes de crueldade. Os dois tiveram, inclusive, seus corpos desmembrados. O Brasil continua pressionado. O mundo se volta para a Amazônia.
Intercâmbio
O Amazonas estará mais interligado aos Estados Unidos. A partir de dezembro, Manaus começa a ter voos diretos para a Flórida, possibilitando maior intercâmbio de passageiros, mercadorias, gerando novas oportunidades de negócios. As viagens acontecerão três vezes por semana. Os voos serão operados por aeronaves Airbus A320, com capacidade para abrigar 175 pessoas, segundo a Azul, companhia que fará o trecho entre a capital e o aeroporto de Fort Lauderdale (EUA). Mais opção aos clientes.
