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Bolsa cai mais de 7% e tem pior semana desde março

Bolsa cai mais de 7% e tem pior semana desde março

A Bolsa de Valores brasileira teve a pior semana desde março, acumulando queda de 7,22% até esta sexta-feira (29). O período foi marcado por recordes de novos casos de coronavírus na Europa e nos Estados Unidos incerteza quanto às eleições americanas.

Além disso, balanços de big techs desapontaram, levando Wall Street a fortes quedas na sessão. O índice Dow Jones também teve a pior semana, e mês, desde março.

Em outubro, o Ibovespa acumulou leve queda de 0,7%, após recuo de 4,8% em setembro e de 3,4% em agosto. Entre abril e julho, a Bolsa subiu 40,94% em recuperação ao pior trimestre da história no começo do ano, quando tombou 36,86%.

No pregão desta sexta, caiu 2,72%, a 93.952 pontos, menor patamar desde 29 de setembro.

“Um novo pico do Covid-19 neste final de outubro pegou o mercado de surpresa e deve trazer bastante volatilidade pois coloca em xeque a perspectiva de crescimento do ano que vem que já não estava tão forte por conta do primeiro lockdown”, diz Rafael Ribeiro, analista de ações da Clear Corretora.

Segundo Ribeiro, a nova onda de coronavírus pode colocar em xeque a expectativa de recuperação em “V” da economia global. “[Em novembro] números decepcionantes de atividade econômica pelo mundo, em especial varejo, serão suficientes para derrubar o mercado, da mesma forma que irão abrir espaço para novos pacotes de estímulos monetários.”

Já o dólar se valorizou 2,15% em outubro, mês marcado pelo risco fiscal, com incertezas sobre o orçamento de 2021 e receio ao descumprimento do teto de gastos. Nesta semana, a moeda americana subiu 1,92%.

No pregão desta sexta, o câmbio chegou a R$ 5,81, maior patamar desde maio –mês em que chegou a R$ 5,90–, mas cedeu 0,45%, fechando a R$ 5,7390, após intervenção do Banco Central, a segunda na semana, com venda de US$ 787 milhões à vista. O turismo está a R$ 5,887.

Também colaborou para a volatilidade nos mercados de câmbio, a formação da Ptax (taxa de câmbio calculada pelo BC) de fim de mês nesta sexta, bem como a véspera de um fim de semana prolongado pelo feriado do Dia de Finados na segunda (2). As negociações no mercado local retornam justamente no dia da eleição presidencial nos Estados Unidos, na terça (3).

Apesar de pesquisas apontarem o democrata Joe Biden como favorito, a reeleição do presidente republicano Donald Trump não é descartada, assim como agentes financeiros temem um desfecho judicial no caso de um resultado muito apertado.

Segundo analistas, o risco do resultado da eleição ser contestado eleva o risco em torno do pleito eleitoral, o que leva investidores a se desfazerem de ativos arriscados, como ações, para mais seguros, como títulos do Tesouro americano e dólar, contribuindo para a queda de Wall Street.

No pano de fundo, estão expectativas sobre mais estímulos fiscais para a maior economia do mundo, que ainda não vieram, na visão de muitos no mercado, em razão da disputa. Há semanas, democratas e republicanos discutem a aprovação de cerca de US$ 2 trilhões de alívio.

Nesta sexta, S&P 500 caiu 1,21%, Dow Jones recuou 0,59% e Nasdaq, 2,45%.

A Bolsa de tecnologia teve uma queda mais acentuada pela forte queda das big techs após resultados do terceiro trimestre.

Apple e Facebook caíram 5,6% e 6,3%, respectivamente. Amazon caiu 5,45% e o Twitter, 20,7%. A exceção foi o Google, que subiu 3,8%.

Na Europa, a alta histórica de 12,7% do PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro no terceiro trimestre levou o índice Stoxx 600, que reúne as ações das maiores empresas da região, a subir 0,3% nesta sexta. Na semana, porém, perdeu mais de 5%.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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