Pesquisar
Close this search box.

Boa$ Fe$ta$

https://www.jcam.com.br/Origenes Martins Junior.jpg

Continuação de uma das maiores tradições da humanidade, a história do nascimento de Jesus Cristo trouxe várias consequências para nosso mundo, entre as boas e não tão legais reações. No período natalino, quando se comemora este nascimento de um homem que talvez não tenha em toda a história paralelo como modificador social tão importante, os sentimentos mudam e os comportamentos por vezes se confundem.

O período de Natal traz às pessoas, ou deveria trazer, momentos de reflexão sobre seus comportamentos e relacionamentos humanos, vitórias e derrotas durante o ano quando aproveitariam para uma conversa com Deus na busca de uma mudança de atitude. Como é um momento de comemoração se passou a reunir a família para comemorar, sem esquecer que o aniversariante, o principal homenageado da festa é Cristo.

No entanto, durante a história surgiu a figura do Papai Noel e o costume da troca de presentes entre as pessoas e certamente este costume inicialmente tinha o caráter festivo e inocente de comemoração incorporado a este momento importante de fé e de carinho. O abraço e a alegria no dia de Natal, quando do recebimento do presente é inegavelmente um momento inesquecível para a maioria das pessoas e não se deve deixar morrer uma tradição tão antiga, bonita e importante.

O que me deixa um tanto triste e pensativo é quando vejo as pessoas, as crianças principalmente, em função da má educação que recebem trocarem totalmente a figura principal das festas de natal de Jesus Cristo, o verdadeiro motivo, por Papai Noel, que passa a ser o motivo do recebimento do tal presente. Logico que a partir deste momento a lógica e o motivo da festa natalina já foram totalmente para o espaço, sem que os participantes se deem conta de estarem ali comemorando o nascimento do Filho de Deus. A relação do Papai Noel com o Natal vai sendo fortalecida pela sociedade de consumo que precisa cada vez mais vender e faturar tendo neste caso no Papai Noel um garoto propaganda bem mais efetivo e com maior retorno que o singelo e pouco consumista Jesus Cristo.

Não se está fazendo aqui nenhuma análise prosaica sobre a festa natalina, porém eu particularmente creio que os objetivos econômicos que estão ligados à tradição humana e religiosa de algo tão grande e belo como o Natal, poderiam ser mantidos de forma correta do ponto de vista histórico e religioso, mesmo que gerando os resultados materiais da economia.

Não consigo aceitar que pessoas simplesmente se acabem literalmente, pelo fato de não conseguirem ter condições de adquirir presentes para seus familiares no natal. Pior ainda quando pessoas, crianças ou não, chegam a ofender os seus, simplesmente pelo fato de que seus presentes não terem sido “o que pediram”. Estes gestos de ignorância humana, onde o egoísmo e vaidade vão contra o verdadeiro espírito de Natal pregado pelo filho de Deus, corroem há um bom tempo a qualidade de um momento tão bonito e importante.

No Brasil, este monumento tropical das incongruências e dos absurdos, enquanto em uma ponta cidades se matam para apresentar pompa e circunstância em montagem luxuosa que se enquadra entre as melhores do mundo, do outro lado, bem mais pra cima, temos estados onde quase noventa por cento dos municípios se encontram em estado de emergência pelos seis anos sem chuva e sem atenção do governo. Sim, este mesmo governo que é capaz de financiar festas de carnaval com milhões de reais, enquanto assistimos hospitais sem condições de atender seus clientes por falta de remédios e de equipamentos que esta verba gasta nas festas certamente serviriam para salvar vidas.

Neste país da falta de vergonha, temos shows de cantores duvidosos, e mesmo que não o fossem, sendo financiados por bancos oficiais, enquanto o governo deixa de financiar a educação e a saúde já falada. Sem falar no quanto o presidente gastou com os parlamentares para calar a justiça vetando seu processo. É nessa hora que fica difícil dentro de nosso país, chegar para um brasileiro e desejar de cara limpa: BOAS FESTAS!

Orígenes Martins

É professor, economista, mestre em engenharia da produção, consultor econômico da empresa Sinérgio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar