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Bio&TIC, a transição para a Amazônia 4.0

É hora de avançar, quebrar paradigmas da acomodação, descartar os argumentos do conservadorismo que se opõe ao protagonismo. O programa ZFM está vivo e dispõe de um portfólio pulsante, capaz de integrar para não abrir mão da antecipação da utopia e suas pedras fundamentais de estruturação da brasilidade, de verdade.

Por Nelson Azevedo(*)
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Longe de esvaziar o Polo Industrial de Manaus, como os recentes decretos federais, direta ou indiretamente sinalizaram, está na hora do Brasil acolher, em regime de mutirão, a planta industrial da floresta, a segunda em importância e resultados para a economia brasileira, apesar de representar apenas 0,6% dos estabelecimentos industriais do parque fabril nacional. O convite e o desafio são para compartilhar as contribuições substantivas regionais para a construção coletiva e interinstitucional da Amazônia 4.0. Isso significa buscar na floresta, com as ferramentas da inovação tecnológica, os insumos da biodiversidade para a construção da prosperidade. Estamos convencidos que este é o sonho dourado dos países desenvolvidos e dos 500 pesquisadores autônomos da USP, UFMG e da UFRJ, que atuam na Amazônia deste Aziz Ab’Saber e Bertha Becker. Há três séculos os viajantes europeus também sonhavam com essa mesma utopia e sua sedução florestal.

Tecnologia e recursos humanos

Estamos caminhando a passos lentos para implementar um concerto em lá maior, o canto da mata, que reúna as demandas e necessidades da estruturação tecnológica e qualificação de recursos humanos para essa jornada. Estes foram os fatores que geraram a parceria entre USP e UEA – a única instituição acadêmica do país financiada integralmente pela indústria – para o doutoramento de 22 bolsistas em gestão da Amazônia. Esta é uma frente de desafios entre tantos a encarar e equacionar à luz da Amazônia 4.0. Uma frente de inovação tecnológica para evoluir e diversificar o processo produtivo de Manaus na direção de novas modulações econômicas que utilizem, sustentavelmente, os recursos bióticos e mantenha a floresta em pé.

Olhando pelo retrovisor

Afinal, já iniciamos este processo de transformação e qualificação dos recursos da diversidade biológica, com a instalação em 2000 do CBA, ora em movimento de transição para se transformar em OS, organização social de direito privado sem fins lucrativos. Foi a indústria que financiou a iniciativa, em suas instalações originais, seus laboratórios e seu funcionamento. E, como Centro de Bionegócios da Amazônia, propiciará o polo que nos falta, de biotecnologia e de oportunidades de manejar o banco genético para expandir o mercado da farmacopeia regional, da alimentação integral e funcional e da dermocosmética. 

ExpoAmazonia Bio&TIC

CBA e o Polo Digital de Manaus, a propósito, vão realizar no final de junho e começo de julho próximos, a ExpoAmazonia Bio&TIC, para oferecer ao país e ao mundo as alternativas deste encontro científico, tecnológico e biotecnológico que o mundo já intuiu e materializou em produtos e serviços que atendem a demanda mundial pela bioinformática e biologia molecular. Será, também, a oportunidade de avaliar a prontidão e as lacunas da bioeconomia e da tecnologia da informação e comunicação na floresta

Na transição para o PIMM4.0

E qual é o status deste empreendimento chamado Polo industrial da Zona Franca de Manaus? E em que estágio se encontram os atores desta aproximação nupcial Bio&TIC que resulta de 55 anos de teimosia para redução das desigualdades regionais entre o Norte e o Sul do país? Pesquisa feita pela UFAM, sobre o estágio dos colaboradores em habilidade na comunicação digital mostra um terreno onde há quase tudo por fazer. Entretanto, 57% da liderança nas fábricas defendem adoção da indústria 4.0 e as empresas entendem que é necessário avançar. Na sondagem 14% das empresas se dizem prontas, mas apenas 6% possuem tecnologias autônomas. Entretanto, nas conclusões das pesquisas ficou claro que o PIM – Polo Industrial de Manaus está em nível de transição.

Plataforma de mensuração

Já dispomos de uma plataforma web, com aplicativo criado para para medir esse estágio de transição, o PIMM 4.0, que inclui a categoria “Pessoas e Cultura” para medições técnicas e gestão do time de colaboradores, mais a cultura organizacional da empresa, sua prontidão e maturidade. Nesta mesma direção foi criado um programa de TestBeds tecnológicos, com uso da IoT – Internet das Coisas – no processo produtivo e respectiva plataforma para gerenciar produtos, manufatura, estratégias, modelos de negócios, logística, interoperabilidade e sustentabilidade. Além de treinamento massivo dos colaboradores, não podemos descuidar das startups e seu potencial inovador para novas soluções e modulações de negócios. É hora de avançar, quebrar paradigmas da acomodação, descartar os argumentos do conservadorismo que se opõe ao protagonismo. O programa ZFM está vivo e dispõe de um portfólio pulsante, capaz de integrar para não abrir mão da antecipação da utopia e suas pedras fundamentais de estruturação da brasilidade, de verdade.

(*)Nelson Azevedo é economista, empresário, presidente do Sindicato da Indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus, conselheiro do CIEAM e vice-presidente da FIEAM

Nelson Azevedo

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