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Bemol, 80 anos, como empreender para proteger a Amazônia

“Eis porque em 80 anos, a empresa dissemina o desenvolvimento como instrumento de proteção ambiental e premissa da prosperidade social. E assim fica fácil entender porque é tão importante o atendimento às leis e a qualificação dos recursos humanos, tão indispensável.”

Por Alfredo Lopes(*) Coluna Follow-up 13.08.2022

São quatro os vetores de inteligência operativa que norteiam a ação dos Benchimol Minev à frente da Bemol, atualmente. E são similares, conceitualmente,  aos de 1942, ano de fundação do empreendimento. São eles: a  disponibilidade de insumos naturais, leis e instituições maduras para uso desses recursos, financiamento e capital humano capacitado para a biotecnologia do século XXI.  

Temos de resguardar as especificidades da época, é claro. No caso da Amazônia, porem, os fatores essenciais pouco se modificaram estruturalmente. Os filhos do Sr. Isaac Benchimol – Samuel, Israel e Saul Benchimol –  decidiram criar a Bemol, naquele momento chamada Benchimol & Irmãos, no dia 13 de Agosto. Essa coerência de princípios pode ser interpretada como uma das chaves de entendimento do sucesso histórico do empreendimento em plena Amazônia, com infraestrutura competitiva precária e cara. Uma realidade desafiadora, oferta generosa de insumos, as leis do país e da natureza para quem entende e assume seus significados, a disponibilidade de capital e a qualificação de recursos humanos.

“É preciso barrar a destruição, fazendo com que o desmatamento não seja rentável, apesar do desafio esbarrar na ilegalidade e informalidade reinantes na economia do interior”, segundo o atual CEO do Grupo, economista Denis Benchimol Minev, num comentário sobre a insensatez do desmatamento da Amazônia, uma verdadeira guerra na floresta a ser enfrentada e vencida pelos efeitos demonstrativos dos caminhos mais adequados para a região.  Afinal, a  demonstração objetiva convence mais do que mil exortações. O clima de conflitos na Hileia segue em ondas como o banzeiro de nossos rios,  desde as origens da empresa, em plena II Guerra Mundial. Decifrar a esfinge Amazônia exige sabedoria e resiliência.

Os judeus na Amazônia estão associados no imaginário secular ao empreendedorismo. Vindos, principalmente do Marrocos, nos meados do século XIX, chegaram focados nas promessas da nova terra, a Amazônia, tida por muitos como o paraíso perdido, e por outros, como o inferno verde. Nem uma coisa nem outra, passados mais de duzentos anos  em relacionamento sério com a região e com o que nela há de melhor: as pessoas e as oportunidades. Com o tempo, estes ingredientes se transformaram, através de muito trabalho, em prosperidade e liberdade.

A prosperidade se reafirmou como a melhor forma de proteção da Amazônia. Só os insanos destroem sua galinha dos ovos de ouro. E a liberdade sempre será o melhor tempero da criatividade e da superação. A Bemol Farma, um de tantos “novos” serviços e produtos, é uma iniciativa curiosa, pois significa a atualização do “software original” do empreendimento Bemol em Manaus. No início de tudo, a empresa era de representação de produtos farmacêuticos. As populações tradicionais contavam com a farmacopeia natural mas os novos empreendedores, muitos fugidos da guerra, precisavam das soluções alopáticas da crescente indústria farmacêutica de então.

Inovação e interlocução com os clientes, tratados como pessoas, dentro das melhores práticas de relacionamento e no esplendor da dignidade de cada um – eis um dos segredos do desempenho Bemol. Na percepção pioneira dos fundadores – e dos atuais condutores do programa Bemol de desenvolvimento regional –  é essencial decodificar o sinal dos tempos. Um dos mais sagrados reza que os insumos naturais abundantes na Amazônia precisam permanecer abundantes, para que seus frutos também o sejam. Isso é o avesso da civilização predatória que ainda persiste no critério perdulário da destruição desbravadora. Preservar um bem tem como premissa atrelar os estoques naturais a uma atividade econômica sustentável, que permita “conservação/reposição dos estoques naturais e atendimento das demandas sociais”.

Eis porque em 80 anos, a empresa dissemina o desenvolvimento como instrumento de proteção ambiental e premissa da prosperidade social. E assim fica fácil entender porque é tão importante o atendimento às leis e a qualificação dos recursos humanos, tão indispensável.

Em pouco tempo, a Bemol se credenciou como empreendimento diferenciado e referencial no varejo regional, diversificado em departamentos e no trato com os clientes pela mediação da Ética de seu quadro de valores. Atualmente, emprega diretamente mais de 4.500 colaboradores e, ano a ano, segue no pelotão de frente na arrecadação fiscal do Estado, sendo pioneira no país pela certificação de qualidade no setor varejista em que atua. Outra marca descritiva da diversificação se reflete na interiorização constante do empreendimento, na perspectiva da expansão 4.0,  inovadora, criativa e participativa por este fim de mundo sem fim Amazônia.

 O formato transparente, atraente e descontraído de relacionamento tornou difícil saber quem é mais gratificado com o jeito Bemol de ser e empreender: os colaboradores ou seus frequentadores. Inteligência artificial e emocional se misturam numa revolução de serviços e atendimento dos clientes e daqueles que regem a orquestra da satisfação de interagir, empatizar…

É uma fotografia cultural que se mantém em movimento de evolução sem romper os fios da meada de sua fundação. Presente nos estados da Amazônia Ocidental, onde a Bemol e seu cardápio de serviços se instalam, a “contaminação empreendedora” é rapidamente assimilada pelos novos clientes do beiradão Amazônia. Isso demonstra o ordenamento nos talentos empresariais que se espalham pela região e sua vocação natural para a modernidade: comunicação digital, energia solar, inteligência artificial, a metamorfose incessante da economia da diversidade biológica, que depende dos vetores  elementares para criar as sinapses da transformação.

É muito fácil especular o imaginário dos ribeirinhos que adentram numa loja da Bemol no interior da  Amazônia, onde os insumos naturais estão em todos os lugares e faltam as condições para operar a passagem das potencialidades para as oportunidades. A cultura regional, então, se deixará guiar pela indução tecnológica dos fornos, secadores, geradores, processadores, luminárias e por aí vai a fantasia empreendedora. São altas as chances das soluções de novos negócios, com mais inteligência e mais espaço para  persisistência do inovar, funcionar e ajudar a prosperar sem precisar depredar os bens naturais. Fomento da atividade econômica como fator de sustentabilidade da proteção florestal.

Parabéns a todos que fazem parte dessa história de partilha das oportunidades criativas, aos fundadores, aos colaboradores e fornecedores, aos que escolhem as boas práticas da Bemol. São 80 anos de uma trajetória que resume e simboliza a saga amazônica de obstinação e superação das adversidades, que faz do tropeço, o apogeu, e em tempos de recessão da economia, faz da teimosia uma janela de oportunidades que retoma a caminhada da constante reinvenção. Um emblema da insistente semeadura da mudança e da multiplicação dos talentos e de soluções, como ilustram as escrituras sagradas, ao descrever a jornada compartilhada que antecipará a fruição comunitária da utopia prometida. E que anuncia a Amazônia prometida com a Bemol 80 anos, a bússola da transformação.

(*) Alfredo é editor do portal BrasilAmazoniaAgora

Alfredo Lopes

Escritor, consultor do CIEAM e editor-geral do portal BrasilAmazoniaAgora
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