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Bê-a-bá do empreendedorismo

Empreender é a palavra da moda. Se antes da pandemia muitos empregados já sonhavam em se tornar patrões, as demissões em massa que ocorreram em todo o país como resultado da política do ‘fique em casa’ forçaram essas pessoas a montarem ‘alguma coisa’ para ganhar dinheiro. Quem tiver espírito empreendedor, com certeza vai adiante, e prosperará. Quem não tiver, saiba que o empreender pode ser aprendido. Isso é o que mostra o projeto Escola Criativa, que tem como objetivo estimular o empreendedorismo ainda na raiz, entre alunos do ensino público do Amazonas.

“O projeto foi idealizado pelo Tárik Nina, professor de educação física do IEA (Instituto de Educação do Amazonas), e adaptado por mim, Pedro Cacheado, gestor de projetos da Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Coletivo Difusão para poder participar do edital do sétimo ‘Educar para Transformar’, lançado pelo Instituto MRV”, falou.

Pedro Cacheaodo, “mostro como criar um empreendimento do início ao fim” – Foto: Divulgação

Em 2018, Tárik havia pesquisado sobre escolas que ensinam o empreendedorismo, no Canadá, e foi até lá conhecer in loco o sistema. Voltou para Manaus decidido a implantar esse tipo de ensinamento no IEA. Procurou o Coletivo Difusão para auxiliá-lo a adaptar o projeto do campo teórico para o prático.

O projeto Escola Criativa tem duas frentes. Numa, os professores recebem treinamentos dados por Pedro Cacheado em parceria com o Sebrae, que fornece material didático e cursos de EAD (Ensino a Distância). Na outra frente, os alunos, que recebem os ensinamentos adquiridos pelos professores.

Tárik Nina, trouxe a ideia do Canadá e a está implantando no IEA – Foto: Divulgação

IEA será referência

No conteúdo ministrado pelos professores aos alunos, jogos, jornadas e cursos pelo portal do Sebrae.

“Eu dou aulas de empreendedorismo, focadas na gestão de projetos, mostrando como criar um empreendimento do início ao fim, nas mais diversas áreas, com algumas técnicas de administração”, explicou Pedro.

Num misto de aulas teóricas e recreação, os alunos recebem ensinamentos através de aulas lúdicas. Nas quartas feiras, por exemplo, acontece o ‘Cineclube Criativo’ quando são exibidos filmes sobre empreendedorismo e grandes personalidades empresariais que chegaram ao auge dos negócios começando com pequenos negócios. Após as exibições são realizadas rodas de debate. Nas sextas feiras é a vez do ‘Sextou’ quando os alunos devem expressar seus talentos seja para escrever, cantar, compor, desenhar, falar, pintar e esses talentos natos serão adaptados aos seus futuros empreendimentos.

“O IEA foi escolhido inicialmente porque o Tárik trabalha lá, depois, pelo histórico de magistratura que tem aquele Instituto onde, antigamente, se formavam os professores de Manaus e, como estamos falando de inovação na educação, queremos tornar o IEA uma referência nesses cursos para os professores”, revelou Cacheado.

O espaço físico implantado no IEA tem um conceito futurista projetado pelo escritório de arquitetura Casario, representado por Adelon Murari e Igor Matheus em parceria com o Coletivo Difusão. Pensando na Escola do Fututo, até o mobiliário do espaço foi projetado como quebra-cabeças que se transforma em diversos formatos possibilitando debates e interações. Além disso, o laboratório terá equipamentos de robótica, fábrica de botons, impressão 3D, mini parque gráfico, oficinas de serigrafia e máquinas de impressão de artigos personalizados, e mais cursos profissionalizantes como os de designer gráfico, programação, fotografia, grafite, produção audiovisual, social media entre outros.

Aberto a outras escolas        

O projeto Escola Criativa foi contemplado, em 2019, no edital ‘Educar para Transformar’, para execução já em 2020. Devido à pandemia, começou a ser executado somente este ano para, finalmente, acabar posto em prática em 2022.

“Em 2022 o projeto será executado no IEA, mas a partir de 2023 estará aberto para outras escolas que se interessarem, porém, no próximo ano já teremos versões menores disponibilizadas para as escolas da rede estadual, como a Escola Criativa Sprint, com duração de oito semanas, atuando apenas com os professores; e a Escola Criativa Pocket, para alunos e empresas, com duração de três meses, realizado dentro da escola, ou da própria empresa”, informou.

Pedro lembrou que tanto professores quanto alunos, além de aprenderem sobre vendas e marketing, serão preparados dentro do conceito da Indústria 4.0, a quarta Revolução Industrial, cujo foco é a melhoria da eficiência e produtividade dos processos, dentro dos 17 objetivos do Desenvolvimento Sustentável com soluções no campo social, desporto, educação e terão como meta prototipar uma empresa júnior.

“Os melhores projetos terão acompanhamento até se transformarem numa start up, ou num empreendimento cultural, que se torne uma Oscip. Os alunos são menores de idade e não podem abrir uma empresa, mas nada impede que recebam suporte de incubação até que completem 18 anos, quando sua empresa, com certeza, já estará desenvolvida”, afirmou.

“Ser empreendedor pode ser nato, mas também se aprende. Todo mundo é empreendedor em qualquer situação da vida. Empreender é solucionar problemas. Crianças e adolescentes devem aprender desde cedo a trabalhar com finanças. E nós ensinamos isso de forma agradável e criativa”, finalizou.    

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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