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Baterista Anderson Cerdeira homenageia Curuai em novo single

O baterista Anderson Cerdeira acaba de lançar nas plataformas digitais, o single ‘Curuai’, sua mais nova composição, toda instrumental, em homenagem a Curuai, local em que ele nasceu, no Pará, e onde o músico cresceu dentro dele. O gosto da família Cerdeira pela música começou ainda com o avô de Anderson, Ernesto Barreto Cerdeira, o vô Nhuca.

“Meu avô nunca foi músico, mas gostava muito de música, por isso incentivou o filho mais velho, Juraci, a tocar algum instrumento. Mas como conseguir um instrumento naquela pequena vila perdida em meio à floresta? Atualmente, Curuai cresceu um pouquinho e virou distrito, localizado na região do Lago Grande, em Santarém/PA”, contou Anderson.

Como querer é poder, Juraci transformava folhas de laranjeira em flautas, conseguindo tirar um som rústico do ‘instrumento’, logo aperfeiçoado em uma flauta feita de taboca. Foi então que Nhuca resolveu investir no talento do filho. Não pensou duas vezes em vender dois bois de sua propriedade e comprar um saxofone para o garoto. Talvez nem imaginasse que estava abrindo as portas da música para o resto da família.

Alvino, irmão mais novo de Juraci e futuro pai de Anderson, influenciado pelos irmãos, iniciou na música aos 12 anos, e logo tocava guitarra e cantava. Foi com ele que os horizontes da música se abriram para a família. Adulto, saiu da Vila Curuai e foi buscar objetivos maiores na cidade de Óbidos/PA.

“Lá, meu pai liderou a Banda Simmons, que fez bastante sucesso com o LP Muchacha Triste, gravado no final da década de 1980. O carro-chefe do LP, a música ‘Muchacha Triste’ ‘estourou’ nas festas do baixo Amazonas”, disse.

O primeiro palco

Anderson cresceu em Óbidos, observando o sucesso do pai e, lógico, acabou sendo influenciado por ele.

“Eu e meus irmãos, Gilson e Patrick, brincávamos no quintal de casa como se fôssemos a banda do meu pai. Ele, vendo aquilo, começou a trazer instrumentos para nós, primeiro um teclado, depois uma bateria (pra minha felicidade) e depois outros instrumentos. Aí a banda foi montada: o Patrick, com dez anos, no teclado; o Gilson, com nove, no contrabaixo; e eu, com oito, na bateria”, recordou.  

Gilson, Alvino, Patrick e Anderson, apaixonados por música – Foto: Divulgação

O primeiro palco dos meninos foi a cozinha da mãe e o público, os pais, mas logo os vizinhos começaram a vir ver os meninos prodígio do Alvino.

“A gente se divertia. Era uma festa. Nessa época tocávamos músicas do grupo Dominó, Menudos e outras que faziam sucesso entre as décadas de 1980 e 90. Depois disso logo começaram a aparecer os convites pra gente tocar na nossa escola e em outros lugares e passamos a gostar daquele sucesso, da atenção e admiração que provocávamos nas pessoas”, lembrou.

Em 1994 os garotos foram convidados a tocar numa festa religiosa da Vila Curuai. Tocaram quatro horas sob o olhar do pai orgulhoso.

“A partir dali, meu pai saiu da Banda Simmons e resolveu investir em nós. Queria nos levar a São Paulo. Em 1995 mudamos para Porto Velho, porque ele pretendia ir para São Paulo pela estrada, porém, passamos por muitas dificuldades em Rondônia, então ele decidiu vir para Manaus, onde moravam muitos parentes nossos, e daqui não mais conseguiu sair para realizar seu sonho”, lembrou.

Somente em 2012, Anderson realizou o sonho do pai. Casado com Luciana, ele resolveu ir arriscar em São Paulo.

“Foi uma experiência incrível, entrei na Faculdade Souza Lima, uma das melhores faculdades de música popular do país, atuei no cenário paulistano tocando com diversos artistas e com grandes músicos que sonhava tocar um dia na vida como o contrabaixista Serginho Carvalho, músico manauara que já tocou com artistas como Djavan. Toda essa vivência e experiência em São Paulo pra mim era a realização do sonho do meu pai e da minha família”, revelou.

Homenagem ao pai

Anderson atua há mais de 30 anos como baterista. Como educador, músico e empresário tem se dedicado a popularizar a música na região Norte. Excursionou por várias cidades do Brasil. Tocou com nomes como Serginho Carvalho, Bob Wiber (Benny Godman Orchestra), Paula Lima, Max Vianna e o saxofonista Leo Gandelman. Já participou de produções nacionais em programas de televisão como Caldeirão do Hulk, e na produção da novela ‘A força do querer’, da Rede Globo. Atualmente é um dos fundadores do espaço cultural Casa Som Amazônia (Travessa Planalto, 3, conjunto Castelo Branco – Parque Dez, fone: 9 8415-4544), ao lado do pianista Anderson Farias e da cantora e cientista social Ellen Fernandes. O espaço atua no mercado nacional na área de produção artística e musical, mentoria artística e oferece cursos na área da música.

Quanto a Alvino e os irmãos Gilson e Patrick, estes continuam morando em Manaus, e atuam até hoje como músicos, cantores e compositores gospel.

“Fiz questão que ‘Curuai’ fosse gravada em São Paulo como uma forma de homenagear meu pai e onde tudo começou, e mostrar que a música só fez nossa família evoluir”, concluiu.

“Fiz questão que ‘Curuai’ fosse gravada em São Paulo como uma forma de homenagear meu pai” – Foto: Divulgação

Para ver e ouvir

‘Curuai’ para ver: https://www.youtube.com/watch?v=G-L62IsL1uc

E ouvir: https://open.spotify.com/track/34UBIbi1OK54mmJGVnzOYD?si=vUhe84ATT6GoC0aGQRpqmA&dl_branch=1

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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