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Bancos juntos para o desenvolvimento sustentável da Amazônia

Bancos se unem para o desenvolvimento sustentável da Amazônia

Desde que os colonizadores portugueses chegaram à Amazônia, ainda no século 17, a região tem sido um saco de riquezas que o Brasil carrega nas costas, riquezas estas ambicionadas por inúmeros países e que o próprio Brasil nunca soube explorar corretamente.

Preocupados com esta situação secular, os três maiores bancos privados do país, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander resolveram elaborar um plano integrado, o Plano Amazônia, com o objetivo de contribuir efetivamente para o desenvolvimento sustentável da cobiçada região. O Plano Amazônia está constituído de dez medidas construídas a partir de três frentes de atuação identificadas como prioritárias: conservação ambiental e desenvolvimento da bioeconomia; investimento em infraestrutura sustentável; e garantia dos direitos básicos da população amazônica.

“Este projeto une Bradesco, Itaú e Santander pelo propósito de contribuir para um mundo melhor. Todos precisam assumir sua parcela de compromisso com as futuras gerações. Por isso, lançamos uma agenda objetiva, que pretende defender e valorizar a Amazônia, suas riquezas naturais, florestas, rios e cultura diversificada. Queremos dar passos concretos para tornar discurso em realidade”, falou Octavio de Lazari Junior, presidente do Bradesco.

“Temos presente a nossa responsabilidade como agentes importantes do sistema financeiro e compartilhamos as mesmas preocupações a respeito do desenvolvimento socioeconômico da Amazônia e da conservação ambiental. Acreditamos que os três bancos têm forças complementares e, atuando de forma integrada, vemos grande potencial de geração de impacto positivo na região”, disse Candido Bracher, presidente do Itaú Unibanco.

“A dimensão do desafio impõe uma atuação a todos os atores que puderem participar da construção de um modelo de desenvolvimento sustentável para a Amazônia, que inclua as necessidades da população e preservação dos seus recursos naturais. Com a união de esforços, conseguiremos fazer ainda mais por essa região, que tem um valor inestimável não só para o país, mas para todo o planeta”, completou Sérgio Rial, presidente do Santander Brasil.

Apresentação ao Governo

Na quarta-feira, 26, o Plano Amazônia foi apresentado ao Governo Federal e, na mesma ocasião, anunciados os nomes dos sete integrantes do Conselho Consultivo Amazônia, instância criada pelos bancos para apoiar a implementação das dez medidas propostas.

Os profissionais escolhidos são especialistas em diferentes experiências e conhecimentos sobre as questões sociais e ambientais da Amazônia. Eles formaram um grupo de trabalho, que tem se reunido regularmente para propor iniciativas e ações concretas para a região. O Conselho se reunirá a cada três meses com o objetivo de trazer reflexões sobre as dinâmicas da região e desafiar os bancos quanto à efetividade do impacto das ações propostas. O grupo será responsável por auxiliar nos desdobramentos dos planos, cujas ações estão previstas para começar ainda este ano, e na criação de métricas e objetivos alinhados aos desafios locais.

Os sete especialistas   

– Adalberto Luís Val, biólogo e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, é um dos cientistas mais reconhecidos e com maior domínio sobre adaptações biológicas às variações ambientais na Amazônia.

– Adalberto Veríssimo, pesquisador associado e co-fundador do Imazon, um dos principais centros de pesquisa e ação estratégica da Amazônia, e diretor de programas do Centro de Empreendedorismo da Amazônia.

– André Guimarães, diretor-executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, cofacilitador da Coalizão Brasil Clima Florestas e Agricultura, foi vice-presidente de Desenvolvimento da Conservação Internacional, gerente de projetos do Banco Mundial e também dirigiu entidades do terceiro setor, como o Instituto BioAtlântica e Imazon.

– Carlos Afonso Nobre, cientista destacado principalmente na área dos estudos sobre Mudanças Climáticas e Amazônia e atual responsável pelo projeto Amazônia 4.0, de fomento à Bioeconomia e Bioindustrialização.

– Denis Minev, diretor-presidente das Lojas Bemol, co-fundador da Fundação Amazonas Sustentável, do Museu da Amazônia e da Plataforma Parceiros pela Amazônia, foi secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Amazonas entre 2007 e 2009.

– Izabella Teixeira, bióloga e doutora em Planejamento Ambiental pela Coppe/Ufrj, foi ministra do Meio Ambiente de 2010 a 2016.

– Teresa Vendramini, pecuarista e socióloga, é presidente da Sociedade Rural Brasileira.

As dez medidas

1. Atuar visando ao desmatamento zero no cadeia da carne, reforçando diligências internas, apoiando a transição e articulando com empresas e associações para a criação de compromisso setorial.

2. Estimular as cadeias sustentáveis, como a do cacau, açaí e castanha, por meio de linhas de financiamento diferenciadas e ferramentas financeiras e não financeiras.

3. Estimular o desenvolvimento da infraestrutura de transporte mais sustentável, como o hidroviário, com aplicação de metas ambientais, em troca de condições diferenciadas de financiamento.

4. Viabilizar investimentos em infraestrutura básica para o desenvolvimento social da região, como acesso à energia, internet, moradia e saneamento.

5. Fomentar projetos que visem o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental por meio de instrumentos financeiros de lastro verde, como o PSA (Pagamento por Serviço Ambiental) e Crédito de Carbono.

6. Incorporar os impactos das mudanças climáticas nas políticas de crédito e investimentos de longo prazo e dar ênfase a isso em nossos relatórios.

7. Ampliar o alcance de negócios que promovam a inclusão e a orientação financeira na região.

8. Articular e apoiar a implantação do sistema informatizado de registro de regularização fundiária.

9. Articular a criação de um fundo para atores e lideranças locais que trabalhem em projetos de desenvolvimento socioeconômico na região.

10. Atrair investimentos que promovam parcerias e desenvolvimento de tecnologias que impulsionem a bioeconomia.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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