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Banana pacovan deve ficar mais cara no Amazonas

O preço da banana pacovan deve aumentar em 20%. A alta será puxada pelo período de vazante dos rios que começa dar sinais, após intensas chuvas no Estado. A afirmação é do permissionário e presidente da Feira da Banana, Moacir Cintrão. Ao contrário da banana prata, que apesar de estar entre as culturas mais afetadas com a cheia está sendo vendida a preço bastante acessível, a pacovan teve reação de preço devido à enchente. 

Segundo o presidente, o preço do produto praticado na feira gira em torno de R$ 30 a R$ 50 reais. “Quando o rio seca os igarapés ficam intransitáveis e as bananas que ficam nas áreas mais centrais não conseguem ser retiradas. O produtor perde o produto nessas regiões o que faz diminuir a oferta do item sendo obrigado a aumentar o preço”, explica ele. 

Diferente de meses atrás em que a demanda pelo produto estava aquecida, hoje, os feirantes consideram que a procura está bem abaixo do esperado. “Eu acredito que o fraco movimento está ligado à abertura dos restaurantes. Quando estavam  fechados, as pessoas tinham a opção de ir até as feiras comprar o produto para elas mesmas cozinharem. O que eu acho que não está mais acontencendo”, reflete. 

De acordo com o Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas), mais de 17 mil famílias tiveram a produção neste ano afetada, totalizando prejuízos de R$206 milhões devido à cheia que atingiu os rios.

Feirantes que atuam na venda de banana pacovan na área central da cidade dizem estar comprando o produto com valor mais alto, e para completar, o fraco movimento não tem ajudado. “No fim do dia para tentar vender e não perdermos o produto, chegamos a repassar por R$10 o cacho, mas mesmo assim ainda é dificil”, afirma um feirante que prefere não se identificar. 

Para o feirante José Santos não está compensando para a categoria comprar o produto mais caro e repassar para o cliente com o valor mais baixo. “Não tem o que fazer. Fomos afetados e ainda estamos sofrendo com os prejuízos. Mas a gente vive dessas vendas. Não tiramos nem R$40 nas comercializações”, conta ele. 

Sobre a venda da banana prata, o presidente da Feira da Banana, reitera que muitos feirantes obtêm o produto através das produções de Boa Vista. Ele diz que a área produtiva da banana pacovan em sua grande fica no município de Manicoré, que não foi tão atingido. “Por isso não afetou tanto a nossa produção de banana pacovan porque a maior área de produção fica na região de Manicoré, rio Jari e área do rio de Manacapuru. Mas daqui uns dias será impactado com a estiagem nessa área de Manacapuru e Jari. No momento, estamos tendo acesso também a produções do Acre, de Santarém e do Mato Grosso”. Mas ele afirma que apesar da distância que onera o frete ele não considera que a banana pacovan está com o preço exorbitante. 

Números

Considerada a maior cheia da história, este ano o Rio Negro alcançou a marca de 30,02 metros. Dados do Porto de Manaus, dão conta que o Rio Negro marca 28,43 metros.

Levantamento do Idam indica que entre as produções mais afetadas estão: banana (R$ 66,6 milhões), mandioca (R$31,1 milhões), hortaliças (R$ 29,5 milhões) e o mamão (R$ 24,2 milhões). 

As produções compreendem os municípios de Atalaia do Norte e Benjamin Constant (Alto Solimões); Fonte Boa e Tefé (Médio Solimões); Anori , Careiro da Várzea e Manacapuru (Solimões); Boca do Acre, Pauini, Lábrea e Canutama (Purus); Guajará, Ipixuna, Envira, Eirunepé, Itamarati, Juruá e Carauari (Juruá); Humaitá, Manicoré, Nova Olinda do Norte, Borba e Novo Aripuanã (Rio Madeira), Itacoatiara (Médio Amazonas); Nhamundá e Urucará (Baixo Amazonas). Vale ressaltar que  58 dos 62 municípios do Estado registraram prejuízos causados pela cheia.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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