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Balança comercial do Amazonas tem queda em abril

A corrente de comércio exterior do Amazonas desacelerou, em abril. As importações de insumos para o PIM e exportações de manufaturados e produtos primários caíram ante março, embora tenham subido em relação ao mesmo mês de 2020 – quando o Estado ainda passava pela primeira onda e tinha suas lojas e indústrias fechadas. As motocicletas, por outro lado, tomaram a dianteira no ranking das vendas externas. É o que informam os dados mais recentes disponibilizados pelo governo federal no portal Comex Stat.

Em abril, as vendas externas do Estado totalizaram US$ 75.52 milhões e foram 13,83% piores do que as de março de 2021 (US$ 87.64 milhões), embora ainda tenham ficado 65,58% acima do registro de 12 meses atrás (US$ 45.61 milhões). Da mesma forma, as importações do Amazonas superaram US$ 1.01 bilhão, no mês passado, correspondendo a um decréscimo de 7,34% frente ao mês anterior (US$ 1.09 bilhão) e a uma expansão de 15,16% no confronto com abril de 2020 (US$ 877.01 milhões). 

Os números do comércio exterior do Amazonas também seguem positivos no quadrimestre, tanto nas vendas, quanto nas compras. As exportações acumularam US$ 297.04 milhões, correspondendo a um aumento de 26,43% sobre o dado do mesmo período do ano passado (US$ 234.94 milhões). Em paralelo, as aquisições do Amazonas no mercado estrangeiro avançaram 20,18%, ao passar de US$ 3.32 bilhões (2020) para US$ 3.99 bilhões (2021), no acumulado dos quatro primeiros meses de 2021.

China e EUA

As importações do Amazonas registradas em abril foram encabeçadas, como de costume, por insumos para o PIM. Os itens mais comprados foram partes e peças para televisores e decodificadores (mais de US$ 177.82 milhões), circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos (US$ 159.78 milhões), platina (US$ 80.55 milhões), celulares (US$ 57.16 milhões) e polímeros de etileno (US$ 56.27 milhões). Nenhum dos itens da lista apresentou números piores do que os de abril de 2020. 

A China (US$ 424.25 milhões) voltou a liderar o ranking de países fornecedores para o Amazonas, no mês passado, com alta de 40,97% ante abril de 2020 (US$ 300.94 milhões). Os Estados Unidos (US$ 101.88 milhões) ficaram em segundo lugar, sendo seguidos por Vietnã (US$ 70.30 milhões), Coreia do Sul (US$ 59.79 milhões) e Taiwan (US$ 55.15 milhões), entre outros. Todos os países citados avançaram na variação anual.

O gerente executivo do CIN (Centro Internacional de Negócios) da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Marcelo Lima, considerou que o acréscimo anual nas importações amazonenses foi expressivo, dada a base de comparação. Segundo os especialista, as variações ocorridas nas importações locais não foram “muito significativas” no ano passado, apesar da pandemia, já que as relações comerciais com a China não sofreram alterações. 

“Podem ter ocorridos reduções em função de atrasos da chegada dos insumos, mas foram pontuais. A China já se consolidou como o principal fornecedor de insumos para o PIM, além de se tornar um importante comprador no Amazonas, especialmente minérios e outros produtos primários. Os Estados Unidos também vem se mantendo como um parceiro interessante e acredito que a tendência é de expansão nessa relação de comércio exterior. O mesmo vale para os países da América do Sul, que inda são os potenciais compradores de nossos produtos”, avaliou.

Venezuela e Argentina

Do lado das exportações, o ranking foi encabeçado pelas motocicletas (US$ 14.82 milhões), que subiram da quarta para a primeira colocação, graças à expansão anual de 198,79% e a demanda da Argentina (US$ 4.43 milhões), Estados Unidos (US$ 3.57milhões) e Colômbia (US$ 3.29 milhões), entre outros. Preparações alimentícias/concentrados (US$ 11.50 milhões) caíram para o segundo lugar, ao praticamente empatar com a performance de abril de 2020 (R$ 11.24 milhões). Óleo de soja (US$ 10.84 milhões), ferro-ligas (US$ 7.31 milhões) e estratos de malte (R$ 5.99 milhões) vieram em seguida, todos com elevações na base anual. 

A lista incluiu outros manufaturados do PIM, como barbeadores (US$ 2.99 milhões), que ficaram na sexta posição, graças às compras de nações como Argentina (US$ 1.89 milhão), Colômbia (US$ 347.685), Equador (US$ 332.715) e França (US$ 169.775), em performance semelhante à de março. “Máquinas e aparelhos de escritório” (US$ 2.80 milhões), como terminais bancários, seguiram no sétimo lugar – todos vendidos à Argentina – e aparelhos de TV (US$ 1.54 milhões), que caíram para o 11º lugar – destinados especialmente à Argentina (US$ 880.735 milhões) e Chile (US$ 656.370 milhões).

A Venezuela (US$ 22.47 milhões) renovou a liderança entre os destinos das vendas externas amazonenses, com expansão de 99,20% sobre abril de 2020 (US$ 11.28 milhões). Argentina (US$ 11.42 milhões), Colômbia (US$ 7.39 milhões), China (US$ 7.35 milhões) e Estados Unidos (US$ 5.81 milhões) ocuparam as colocações seguintes – sendo que todos expandiram o volume de compras na comparação com o quarto mês do ano passado.

“Um dado surpreendente foi a liderança das motocicletas, cujas vendas foram puxadas pelo aumento de compras da Argentina e dos Estados Unidos, assim como da Colômbia. Até porque essa alta das exportações veio acompanhado por uma aceleração na produção no PIM. No caso da liderança da Venezuela, não há novidade: o país vizinho continua comprando, de atacadistas locais, gêneros alimentícios e produtos de higiene e limpeza, em face da crise de abastecimento por lá. Mas, nenhum desses produtos é produzir aqui”, frisou.

“Crescimento vegetativo”

De acordo com o gerente executivo do CIN/Fieam, a despeito do incremento significativo das vendas externas, houve uma redução na emissão de certificados de origem, no mês passado, de 230 (março) para 170 (abril). Marcelo Lima ressalta, no entanto, que essa variável não pode ser tomada necessariamente como um indicativo da saúde da balança comercial amazonense, cuja tendência o especialista reforça ser de alta.

“Há exportações que independem do documento, porque não é exigido pelos países para onde são destinadas as vendas. Isso só ocorre para as nações que mantêm acordos com o Brasil, a exemplo da América do Sul, mas não acontece para determinados produtos remetidos aos Estados Unidos e à Europa. Por isso, esse não é exatamente um termômetro. Acho que essa movimentação de importações e exportações segue crescendo, embora esse aumento seja também vegetativo, em razão das relações comerciais do Amazonas com esses países”, finalizou. 

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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