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Balança comercial do Amazonas apresenta recuperação em maio

A corrente de comércio exterior do Amazonas se recuperou, em maio. Majoritárias, as importações de insumos para o PIM e exportações de manufaturados e produtos primários voltaram a subir em relação a abril, e se mantiveram com uma vantagem de dois dígitos sobre o patamar do mesmo mês de 2020 – quando o Estado ainda passava pela primeira onda e tinha suas lojas e indústrias fechadas. Produtos manufaturados no PIM se mantiveram em alta, mas perderam posições. É o que informam os dados mais recentes disponibilizados pelo governo federal no portal Comex Stat.

As vendas externas do Estado totalizaram US$ 77.99 milhões e foram 3,27% melhores do que as de abril de 2021 (US$ 75.52 milhões), além de ficar 68,19% acima do registro de 12 meses atrás (US$ 46.37 milhões) – período da primeira onda de covid-19, no Amazonas. Da mesma forma, as importações superaram US$ 1.13 bilhão, correspondendo a um acréscimo de 11,88% frente ao mês anterior (US$ 1.01 bilhão) e a uma expansão de 59,57% no confronto com maio de 2020 (US$ 708.17 milhões). 

Os números do comércio exterior do Amazonas também seguem positivos no acumulado dos cinco meses iniciais do ano, tanto nas exportações, quanto nas importações. As vendas externas acumularam US$ 375.03 milhões, correspondendo a um aumento de 33,31% sobre o dado do mesmo período do ano passado (US$ 281.31 milhões). Em paralelo, as aquisições do Amazonas no mercado estrangeiro avançaram 27,04%, ao passar de US$ 4.03 bilhões (2020) para US$ 5.12 bilhões (2021), no acumulado dos quatro primeiros meses de 2021.

As importações do Amazonas registradas em maio foram encabeçadas, como de costume, por insumos para o PIM. Os itens mais comprados foram circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos (US$ 219.16 milhões), partes e peças para televisores e decodificadores (mais de US$ 184.14 milhões), platina (US$ 92.15 milhões), celulares (US$ 70.69 milhões) e polímeros de etileno (US$ 56.83 milhões). Nenhum dos itens da lista apresentou números piores do que os de abril de 2020. 

A China (US$ 441.91 milhões) voltou a liderar o ranking de países fornecedores para o Amazonas, no mês passado, com alta de 42,68% ante maio de 2020 (US$ 309.72 milhões). Os Estados Unidos (US$ 92.25 milhões) ficaram em segundo lugar, sendo seguidos por Vietnã (US$ 86.93 milhões), Coreia do Sul (US$ 79.16 milhões) e Taiwan (US$ 62.57 milhões), entre outros. Todos os países citados avançaram na variação anual.

Óleo de soja

Do lado das exportações, o ranking foi encabeçado, pela primeira vez, por óleo de soja (US$ 11.86 milhões), ultrapassando as motocicletas (US$ 11.15 milhões), em razão da demanda venezuelana. Ambos os produtos tiveram alta diante de 2020. Preparações alimentícias/concentrados (US$ 11.50 milhões) caíram para o terceiro lugar, embora tenham avançado mais de 100%, na mesma comparação. Estratos de malte (R$ 9.27 milhões) e ferro-ligas (US$ 3.99 milhões) vieram em seguida, ambos com elevações exponenciais na base anual. 

A lista incluiu outros manufaturados do PIM, como barbeadores (US$ 2.36 milhões), que caíram da sexta para a oitava posição. Foram remetidos à Argentina (US$ 1.28 milhão), Colômbia (US$ 522.484), Equador (US$ 193.522) e Estados Unidos (US$ 107.032), entre outros destinos. Aparelhos de TV (US$ 878.584) subiram do 11º para o nono lugar, sendo sustentadas principalmente pelas vendas à Argentina (US$ 880.735 milhões), Chile (US$ 654.480 milhões) e Colômbia (US$ 218.160). “Máquinas e aparelhos de escritório” (US$ 1.38 milhão), como terminais bancários, caíram da sétima para a 12ª colocação – todos vendidos à Argentina, que apresentou demanda menor neste mês. 

A Venezuela (US$ 28.98 milhões) renovou a liderança entre os destinos das vendas externas amazonenses, com expansão de 66,83% sobre maio de 2020 (US$ 17.97 milhões). Colômbia (US$ 8.41 milhões), Argentina (US$ 7.10 milhões), Estados Unidos (US$ 4.93 milhões), Bolívia (US$ 4.87 milhões) e China (US$ 3.81 milhões) ocuparam as colocações seguintes. Todos expandiram o volume de compras na comparação com o quinto mês do ano passado.

Diversificação e crescimento

Embora reforce que os impactos econômicos da pandemia não causaram reduções significativas ao fluxo de comércio exterior do Amazonas, o gerente executivo do CIN (Centro Internacional de Negócios) da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Marcelo Lima, considerou que os números da balança comercial amazonense foram “gratificantes”. No entendimento do dirigente, o acréscimo nas importações é um indicador de que a indústria incentivada de Manaus encontra-se aquecida para um período de maior atividade no próximo semestre, embora produtos fora do PIM tenham apresentado destaque. 

“A Venezuela ainda é o maior parceiro do Amazonas, com aquisição de grande volume de produtos alimentícios. Tanto que foi o óleo de soja que alavancou as nossas vendas, fato que nos surpreendeu. É algo que nos alegra, em que pese o fato de que esse produto, e outros que também pontuaram bem, não sejam produzidos por aqui. É diferente do que ocorre com outros países, como a Argentina, que compram manufaturados do PIM, apesar da crise vivida por lá. A Colômbia também vem mostrando potencial e interesse em nossos produtos, assim como Bolívia, Equador e Estados Unidos. Já a China é um importante comprador de commodities minerais, como o nióbio”, listou. 

Conforme Marcelo Lima, a despeito a elevação das vendas externas veio acompanhada de um repique na emissão de certificados de origem, no mês passado, de 170 (abril) para um número próximo a 190 (maio). O dirigente ressalva que a variável não pode ser usada necessariamente como termômetro da corrente de comércio exterior do Amazonas, já que o documento é exigido apenas para as exportações a países que mantêm acordos com o Brasil, a exemplo da América do Sul, mas não para determinados produtos remetidos aos Estados Unidos e à Europa.

O gerente executivo do CIN/Fieam vislumbra uma tendência de alta para as exportações do Amazonas, neste ano, especialmente, no segundo e terceiro trimestres. “Até porque os produtos do Polo Industrial de Manaus já estão sendo diversificados. Estamos aumentando o nível de exportações de TVs, eletroeletrônicos, além dos concentrados, motocicletas e barbeadores. Vão surgir as encomendas para fim de ano e o PIM já está cuidando de importar os devidos insumos para garantir essa produção. Espero que essa tendência se mantenha”, finalizou.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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