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Autogestão como metodologia organizacional

Este estudo promete fazer uma análise sobre um tema emergente.A autogestão é uma metodologia organizacional em que o controle da empresa e as decisões são exercidas pelos trabalhadores, mas não torna cada trabalhador um acionista da empresa. Nakano (2000),enfatiza que eles decidem sobre tudo: metas de produção, participação nos resultados, política de investimentos e modernização, política de relacionamento entre as pessoas, mercado etc.Para que o projeto de autogestão dê certo, são necessários parâmetros mínimos: democratização das tarefas, motivação dos trabalhadores, viabilidade do projeto e rentabilidade no médio e longo prazo, integração da empresa em redes de negócios, implantação de técnicas modernas e parceria de trabalho com sindicato dos trabalhadores.

A sociedade brasileira assiste à construção de uma nova cultura que tem no aspecto participativo o núcleo do seu desenvolvimento. Trata-se de ações inovadoras que vão sendo aprimoradas constantemente, para maior eficiência de seus resultados. Não está direcionada a grupos sociais pauperizados, que podem ser incluídos pelo cooperativismo popular, como vimos no início deste trabalho. Os membros da Anteag são trabalhadores fabris que encontram-se alocados nas empresas afiliadas a ela. Mas a sua forma de organização interna se aproxima do caráter popular. A cultura do trabalho solidário se manifesta nos cinco cantos do país alcançando pequenas e grandes cidades. Em Manaus, os primeiros passos têm sido dados por um grupo de pessoas ligadas ao Movimento dos Focolares, de origem católico, fundado por Chiara Lubich na cidade de Trento (Itália) nos ano de 1943. É o caso do grupo empresarial amazonense Lopiano é formado por duas pizzarias, onde todos os funcionários têm participação nos lucros e nas decisões autogestionárias da empresa.

Caberia empreender um estudo específico sobre essa experiência inovadora, o que pretendemos realizar num projeto futuro em nível de doutorado. Iniciativas populares podem ser notadas em São Paulo e no Rio de Janeiro onde a Prefeitura e a Universidade Federal viabilizam projetos de incubadoras e cooperativas populares. No Rio Grande do Sul experiência semelhante vinculada ao poder público, também pode ser notada. O atual momento do país é o da construção de um projeto popular, pois nunca foi tão importante e valorizada a participação como um elemento fundador das identidades. As cooperativas industriais e outras do ramo do trabalho são experiências recentes que devem receber apoio de toda a sociedade, para ampliar a possibilidade de construção de novas iniciativas. Por tudo isso devemos optar por outra matriz empregatícia a médio prazo.

Celso Torres é economista e mestre em Sociologia do Trabalho pela Ufam.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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