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Aumentos na Selic já encareceram casa própria em 27,5%

Desde janeiro de 2021 a taxa Selic vem aumentando consistentemente a cada encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Na época, a taxa era de 2% ao ano. Hoje ela já está em 12,75%.

Utilizada como uma forma de freiar o aumento de preços ao dificultar o acesso ao crédito, a Selic é conhecida como a taxa básica de juros de toda economia, visto que os bancos a utilizam como base para determinar todas as outras taxas de juros aplicadas, como por exemplo, as usadas na hora de financiar um imóvel.

Esse aumento vem causando, intencionalmente, uma maior dificuldade na hora de buscar o sonho da casa própria. De acordo com Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac), calculou que em um empréstimo de R$ 300 mil, uma variação da taxa de juros de 7% a 10% ao ano aumentaria o valor da primeira parcela em 27,5%. Já a renda mínima necessária para obter o crédito também aumentaria na mesma proporção, de R$ 8.431,90 para R$ 10.751,90.

A variação de 7% e 10% não foi escolhida a toa por Oliveira. Segundo uma pesquisa histórica, os bancos sempre trabalharam com uma base e um teto para suas taxas de juros. Em janeiro de 2021, quando a Selic estava em 2%, os bancos mantinham suas taxas de crédito imobiliário em 7%. Já entre 2015 e 2016, quando a selic estava em 14,25%, os bancos cobravam 13,5%.

Hoje, com a Selic em 12,75%, as maiores taxas encontradas são de 10,9%. Logo, a variação escolhida pelo diretor executivo da Anefac representa bem os impactos causados pelo aumento da Selic. Já para Alberto Ajzental, coordenador do curso de desenvolvimento de negócios imobiliários, da FGV, a cada variação de 2,3% na Selic há um aumento de 1% no Custo Efetivo Total (CET) do financiamento de um imóvel.

O CET representa o valor total pago ao final, a soma de todas as parcelas, levando em conta os juros, as taxas, encargos, seguros e tributos. De acordo com o pesquisador, uma pequena variação de juros em um empréstimo imobiliário representa um grande volume de dinheiro devido aos longos prazos. Por conta disso, uma variação de 1% dos juros é capaz de excluir cerca de 1 milhão de famílias “que teriam a renda mínima mensal necessária para comprometer com aquela parcela”, disse Ajzental.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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