Com o aumento nos números de casos de gripe, o Amazonas tem registrado crescimento na demanda por testes para detectar se a síndrome gripal trata-se de Covid. Alguns estabelecimentos têm visto crescer a procura de mais de 70%, em relação ao mês de novembro. Ao que tudo indica a previsão é de que dezembro alcance um crescimento acima de 70% na procura por testes rápidos, sobretudo o de antígeno, que informa se a pessoa está ou não infectada naquele momento.
A coordenadora farmacêutica do Grupo Tapajós, Sabrine Cordeiro, explica que desde o momento em que Manaus saiu da onda mais grave e a pandemia estabilizou-se na cidade, as vendas de testes nas redes de drogarias do grupo, Santo Remédio, FarmaBem e Flexfarma, se mantiveram estáveis. “Entretanto, neste fim de ano, de fato, houve um considerável aumento na demanda. Mas não apenas relacionado ao surto de gripe que o Amazonas, assim como outras regiões do país, vem sofrendo”.
Segundo ela, é preciso considerar também que a reabertura da economia e de alguns espaços de entretenimento tiveram bastante influência nessa procura, devido às exigências de comprovação de negatividade para a doença. “Em outubro, por exemplo, aquele jogo na Arena da Amazônia, foi um fato determinante para o aumento na procura. De lá para cá, outros eventos também têm contribuído para isso, como as viagens para fora do Estado, visto que as companhias aéreas exigem a comprovação do teste negativo”.
Luciana Figueira, coordenadora técnica do Sabin Medicina Diagnóstica, também confirma alta na procura por teses para Covid-19, não apenas devido ao aumento nos casos de síndromes gripais, mas também à volta dos eventos empresariais e de entretenimento ao dia a dia da cidade. “Muitas organizações, sobretudo empresas do Distrito Industrial, têm condicionado a participação dos convidados à apresentação do teste negativo, e isso tem crescido cada vez mais”.
Ela reitera que as pessoas que estão viajando para outros estados e, principalmente, para fora do país, têm nos procurado para fazer os testes, tendo em vista ser uma exigência das companhias de viagens.
“Como não fechou o mês, não podemos ainda fazer um comparativo de crescimento em termos percentuais, mas é notório em nossos canais de atendimento a maior procura para todos os tipos de testes para Covid, sobretudo para os que têm resultados em menor tempo, como o PCR Express e o de Antígeno, que saem em até duas horas”.
Testes para detecção da Influenza
De acordo com a coordenadora técnica da empresa, também é possível perceber um sensível crescimento para os testes de Influenza, que têm coleta nasofaríngea, semelhante a alguns testes para Covid-19. Ela aproveita para destacar que o Sabin está oferecendo, sem ônus, a todos os pacientes que buscam os serviços para realizar o RT-PCR convencional (saliva ou secreção nasal) para Covid-19, a opção de realizar, também, o Mini Painel para vírus respiratórios. Trata-se de um exame que identifica,
simultaneamente, os vírus da Influenza A, Influenza B, Vírus Sincicial Respiratório e o SARS-CoV 2, causador da Covid19.
“ Este painel não é capaz de identificar se o Influenza A é H3N2 ou H1N1, por exemplo. Mas a informação clinicamente relevante, e que pode levar a conduta específica, é o diagnóstico de Influenza (independentemente se A ou B). Há opções de painéis mais complexos que identificam especificamente o subtipo H3N2, porém, como mencionado, não muda a conduta médica”.
Registros
No início de dezembro o governo do Estado emitiu alerta, após aumento dos casos da influenza A (H3N2) no Amazonas. A FVS (Fundação de Vigilância em Saúde) emitiu um alerta pedindo reforço na vacinação contra o vírus e dos cuidados preventivos para redução de transmissão. O último caso de influenza identificado no Amazonas tinha sido registrado em 2019.
A Prefeitura de Manaus registrou, nos últimos dois meses, 309 casos confirmados de Influenza na capital. Destes, 272 são do tipo A sazonal (H3N2). Os outros 37 não foram especificados por subtipo. Dados do Departamento de Controle, Regulação, Avaliação e Informação da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) indicam que a maior incidência foi na faixa etária de 21 a 30 anos, com 113 casos. Entre os idosos de 60 anos e mais, e crianças de até cinco anos, que estão nos grupos prioritários e receberam a imunização contra a doença, o número de casos foi de 12 em cada.
De acordo com dados da Semsa, no período de 13 de outubro a 13 de dezembro deste ano, foram realizadas 2.726 coletas para exames em pacientes sintomáticos, com a confirmação de 309. No mesmo período do ano passado, foram feitas 427 coletas, todas com resultado negativo.