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Atividade eSports passa a ser reconhecida no Amazonas

O Brasil já aparece como país mais ativo na área de games. São cerca de 75 milhões de jogadores e o número de desenvolvedores de games também vem aumentando. Segundo a plataforma  NewZoo, que analisa projeções do mercado de games,  até 2024, serão 3 bilhões de jogadores no mundo todo. Em Manaus, o PL nº 188/2021 que reconhece a atividade de quem atua na área  de jogos foi sancionada pelo prefeito de Manaus David Almeida (Avante).

Para o presidente da Comissão de Esportes e também autor do projeto de lei, vereador Allan (PSC), o reconhecimento da nova modalidade reforça a importância que os E-Sports representam para a cidade e aos atletas praticantes, onde há muitos já reconhecidos de forma nacional e internacional.

“Os jogos eletrônicos vêm mudando a vida de muitos jogadores amazonenses. Eu volto a afirmar: não é só um joguinho! É uma prática não somente profissional, mas esportiva, cultural e de desenvolvimento intelectual, valorizando a boa convivência e que merece o reconhecimento necessário. Por isso, afirmo que a cidade de Manaus só tem a ganhar com essa lei”, destacou Allan.

Allan reforçou que o projeto de lei foi um pedido da própria Federação Amazonense de E-Sports (Faesp) e após a sanção da lei, as entidades de esportes eletrônicos poderão buscar apoios para a realização de eventos. “Eles vão poder correr atrás de apoios em órgãos públicos e privados, e dessa forma, potencializar a divulgação dessa modalidade”, finalizou o vereador.

O presidente da Federação Amazonense de eSports, Andryw Antony, admite que o Projeto é um avanço para a atividade que tem crescido exponencialmente no Estado com cada vez mais adeptos. “Atualmente nós temos mais de 64 organizações de eSports que estão investindo no mercado e na formação de jovens atletas. Cresceu muito e eu tenho certeza que o Amazonas não vai ficar para trás quando se trata de esporte eletrônico. A gente está bem avançado. Nós somos o estado do Norte que mais avança no crescimento do eSports. Tem outros estados do Norte que estão entrando em contato com a gente que querem também levantar essa bandeira”. Ele complementa que o eSports antes era visto no Sul e Sudeste eram os pólos e hoje com a existência da Federação,  outros Estados estão se espalhando pelo Amazonas. “A gente vai está fazendo essa força-tarefa e se unindo para aumentar ainda mais essa visibilidade. Onde era o pólo estão começando a enxergar o Norte também como esses olhos”. 

Mercado

O mercado de games eletrônicos teve um crescimento de 12% de faturamento em relação ao ano passado, que atingiu uma receita de 126,6 bilhões de dólares, de acordo com a pesquisa da SuperData (Departamento de análise e pesquisa da Nielsen Games).

Ainda de acordo com a pesquisa, o aumento de consumo de games gerou um crescimento de 14% a partir de março de 2021, sendo o reflexo da interatividade praticada por todo o mundo e ainda podendo ser uma possibilidade de investimento no segmento de games no Brasil. Segundo um levantamento da Pesquisa Games Brasil (PGB) de 2021, os jogos estão tendo uma importância maior por causa da quarentena. Além disso, o investimento em games também está aumentando, das 12.498 pessoas entrevistadas, 42,2% disse ter gasto mais dinheiro com jogos.

Denys Cruz, analista técnico especialista em Inovação e Startups do Sebrae-AM,  destaca que o mercado de games no Amazonas, registra um período favorável com empreendedores nesse setor sendo favorecidos pelo fato de as pessoas ficarem mais tempo em casa por causa do isolamento social. O cenário significa oportunidades de negócio para esse tipo de segmento.

Segundo ele, no Brasil, existem 375 empresas desenvolvedoras de jogos, sendo 71% delas microempresas, isto é, com faturamento anual de até R$ 81 mil, de acordo com o Censo da Indústria Brasileira de Jogos Digitais realizado em 2018. A nossa expectativa é termos um aumento de interessados em entrar nesse ramo. 

Capacitação 

O Sebrae-AM, por meio do SebraeLab oferta  uma série de atividades de inovação tecnológica, que são prioridades do Sebrae no empreendedorismo eletrônico. 

“Temos buscado trabalhar habilidades que estimulem os empreendedores a girar a chave para a transformação digital, entendendo que é possível seguir nesse novo momento em formatos não apenas restritos ao ambiente físico. Conhecer mais sobre liderança ágil, marketing digital, planejamento e gestão em momentos de crise como esse, são cruciais para continuidade das operações. Para isso, o SebraeLab conta com treinamentos e oficinas voltadas para esse foco”. 

Ederson Pinto, supervisor técnico-pedagógico do Senac-AM, comenta que o reconhecimento trás junto a profissionalização que faz com que as competições sejam vistas de forma diferente, sem preconceitos.

“Os esportes permeiam nosso desenvolvimento desde a primeira infância e os games são uma alternativa de esporte que em geral utiliza raciocínio, inteligência , habilidades de coordenação motora e que podem contribuir para a socialização”.  

Ele destaca que a Coréia do Sul e Estados Unidos são pioneiros nos campeonatos de games sendo transmitidos nos principais canais desses países e onde os jogadores são considerados atletas profissionais, em países asiáticos os cyber atletas tem até benefícios como bolsa atleta que é fornecida pelo governo Sul-Coreano.

As premiações em dinheiro são altas e superam a casa de 500 mil dólares entre premiações e patrocínios. No Brasil já tem diversos torneios.

De acordo com o supervisor, o Senac-AM tem trabalhado em nível Nacional o curso técnico em Técnico em Programação de Jogos Digitais, na modalidade EAD onde o aluno aprenderá a desenvolver jogos digitais para multiplataformas, sabendo produzir conteúdo multimídia e garantir qualidade e desempenho aplicando conceitos de computação e engenharia de software.

“Além disso temos o centro especializado em tecnologia, o centro de informática que fica localizado na Darcy Vargas, que tem um portfólio de cursos que estão sempre priorizando o empreendedorismo, por exemplo só hoje, foram apresentados pelo menos dez apps desenvolvidas pelos alunos do curso técnico, são aplicativos para celular que estão sempre voltados ao empresário local.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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