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Artista Rubens Belém doa seus quadros em ações sociais

Ano passado, no início da pandemia, com pessoas passando por necessidades, o artista plástico parintinense Rubens Belém trocou um dos seus quadros por 26 ranchos, depois distribuídos para comunidades indígenas no entorno de Manaus. O sucesso da ação foi tanto, com várias pessoas querendo ajudar, que ele pintou mais cinco quadros, todos trocados por ranchos. Agora Rubens volta a repetir a ação de pintar quadros para ajudar a quem precisa.

“No mês passado a marchand Adriana Verão disponibilizou uma das paredes de sua galeria Fast Frame Manaus, especializada em molduras, para eu colocar quantos quadros pudesse. Ela não me cobraria nada. Queria apenas que, se eu quisesse, doasse uma parte do valor das vendas para o abrigo ‘O Coração de Pai’. Concordei”, disse Rubens.

Conversando com a esposa, ela disse a Rubens que ao invés de esperar vender os quadros para fazer a doação, poderia pintar um quadro para ser rifado. E assim ele fez. Durante uma live com Adriana, Rubens pintou o quadro ‘Olhar amazônico’, acrílico sobre tela espatulada, medindo 49 x 67 cm.

‘Olhar amazônico’ será rifado no dia 9 de outubro – Foto: Divulgação

“O valor do quadro é simbólico, para que o máximo possível de pessoas possa participar. Estipulamos o valor da rifa em R$ 50. Ainda que a pessoa não ganhe, estará dando uma valiosa ajuda para o abrigo. A renda será toda utilizada nas comemorações do Dia da Criança”, avisou.

O abrigo ‘O Coração do Pai’, localizado no Japiim, atende a crianças de 0 a 13 anos e procura soluções a longo prazo para elas e suas famílias. As crianças que vivem no abrigo são afastadas da família por medidas de proteção.

Mural no Icbeu

Para participar, o interessado deve fazer uma transferência bancária para o Bradesco, agência 3715, conta-corrente 23.535-0, em nome do abrigo ‘O Coração do Pai’, e enviar o comprovante para o WhatsApp 9 8210-0909, de Adriana Verão que, em seguida, fornecerá um número ao depositante. O sorteio do quadro ocorrerá no dia 9 de outubro, às 11h, transmitido online pelo Instagram @fastframemanaus.

O abrigo também ajuda a comunidade com a entrega de complementos alimentares para as famílias que estão cadastradas na instituição. Um dos próximos projetos do ‘O Coração do Pai’ é iniciar aulas de reforço para as crianças e alfabetização para os adultos.

Rubens Belém é parintinense e já atua há 20 anos como artista profissional, tendo se consolidado como pintor de quadros, entre seus pares, pelas expressivas obras que produz. São telas onde retratam o ribeirinho e o índio amazônicos pintados em cores vivas e fortes. Detalhe: o artista plástico não usa pincel, somente espátula, o que torna a confecção de sua arte ainda mais difícil.

Quem quiser conhecer melhor sua obra, pode visitar a Galeria do Icbeu onde, desde 2018, ele tem um dos quadros apresentados na seleta exposição permanente da Galeria.

Em novembro de 2019, Rubens foi matéria no Jornal do Commercio ao inaugurar, na área externa da Galeria do Icbeu, aquela que até agora é sua maior obra: um mural de 5 m x 45 m pintado na parte interna do muro da instituição. O mural mostra os contornos de um menino kaiapó, a floresta amazônica, dois pescadores de pirarucu, arara, onça, tucunaré, garças, araras e, encerrando o painel uma índia karajá com um sauim de coleira na cabeça. Pode ser visto, inclusive, por quem passa pela av. Joaquim Nabuco.

Ajuda aos jamamadi

Jamamadi escaparam da extinção e se recuperaram tanto em termos demográficos quanto culturais – Foto: Divulgação

Há 27 anos Rubens Belém trabalha no Departamento de Artes do Colégio Dorotéia, onde produz arte em agendas, convites e folders, e pinta enormes painéis para os eventos do colégio. Nas horas vagas, trabalha nas suas telas. A imensa sala do artista é um verdadeiro ateliê com quadros espalhados por todos os lados.

“Sábado passado eu estava em casa quando recebi uma mensagem do Turi Sateré, liderança indígena muito importante que durante os piores momentos da pandemia não mediu esforços para ajudar as comunidades existentes em Manaus e redondezas. Ele me pediu ajuda para comemorarmos o Dia das Crianças numa comunidade indígena de Beruri”, contou.

A comunidade é integrada pela etnia jamamadi e habita a aldeia Santa Maria Makurero, no lago do Castanha. Os jamamadi sobreviveram à invasão de suas terras nos dois ciclos da borracha (1890/1910 e 1944/1945). Na década de 1960 foi previsto o seu desaparecimento, mas eles conseguiram se recuperar tanto em termos demográficos quanto culturais.

“Dessa vez pedi ajuda à coordenação do Santa Dorotéia que, através do ‘Projeto Frassinetti’, atende à comunidades carentes do Estado. Os pais dos alunos, e funcionários, que doarem brinquedos, roupas e alimentos, ganharão um bilhete para concorrer a mais um quadro meu. Ainda não pintei o quadro mas até o dia 7 de outubro, aniversário do Colégio e dia do sorteio, ele estará pronto. Enquanto pintar, continuarei a fazer esse tipo de ação”, concluiu.

Brinquedos garantidos para as crianças jamamadi – Foto: Divulgação
Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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