Pesquisar
Close this search box.

Arthur critica medidas do governo para ‘furar’ teto de gastos da União

Arthur critica medidas do governo federal para ‘furar’ teto de gastos da União

“Furar teto de gastos é pecado. O governo federal deve custear apenas, e com pontualidade, servidores públicos, luta contra a Covid-19 e segurança alimentar para a população vulnerável”, defendeu o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, que usou sua conta no Twitter nesta quarta-feira, 12/8, para criticar a medida, caso o presidente Jair Bolsonaro “fure” a regra criada em 2016 e que estabelece que, por 20 anos, as despesas da União só podem crescer o equivalente ao gasto no ano anterior corrigido pela inflação.

Para Virgílio, o governo deve evitar o excesso de gastos e promover o enxugamento da máquina pública. “O governo deve enxugar drasticamente a máquina pública. Reduzir o número de ministérios, ver quem pode ficar em home office até dezembro. Desfazer-se de penduricalhos”, afirmou.

Arthur também criticou a falta de medidas para tentar controlar o rombo fiscal, que deve chegar perto dos R$ 800 bilhões em 2020, como informou o relatório disponibilizado pelo Ministério da Economia no mês de julho.

“Déficit primário de R$ 800 bilhões é insustentável. O programa de concessões onerosas e privatizações maduras deve ser posto em prática já. Tem que definir se a reforma sai ou não. Colocar tudo na mesa para debater. Inclusive o imposto polêmico do ministro Paulo Guedes”, disse o prefeito, referindo-se à medida para acabar com as isenções de PIS e Confins para o mercado editorial.

Em entrevista nesta manhã, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ser contra o posicionamento de alguns ministros, sem citar nomes, de pedir para que o presidente não respeite a regra do teto de gastos. Na mesma entrevista, Guedes anunciou a saída do secretário de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e do secretário Paulo Uebel, da secretaria de Desburocratização, Gestão e Governo Digital.

“Preocupante a debandada da equipe econômica. Não é fácil, agora, atrair gente do mesmo calibre. Dá medo de que surja um ‘desenvolvimentista salvacionista’, que arrebente as contas públicas de vez”, alertou o prefeito de Manaus. “Não fossem os R$ 600 mensais da Caixa Econômica Federal, teria sido um caos de assaltos, protestos e desespero. O presidente do banco, Pedro Guimarães, é um grande nome para o quadro. Tecnicamente consistente, jeitoso no trato político”, completou Arthur Virgílio.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também se manifestou sobre a entrevista de Guedes e antecipou que não pautará votação de nenhuma proposta que preveja prorrogação do estado de calamidade provocado pela pandemia do novo coronavírus. Segundo Maia, a prorrogação pode ser usada pelo governo, para continuar gastando acima do teto permitido.

Desmatamento

Ainda no Twitter, Arthur Virgílio também criticou a posição do presidente Bolsonaro, que negou, diante de governantes sul-americanos, constatações do Inpe sobre o aumento de 34% no desmatamento da Amazônia.

“Negou o desmatamento e as queimadas afirmando que ‘uns poucos brasileiros’ inventam esses problemas, para queimar o Brasil no exterior. Contradisse seu vice, Hamilton Mourão, que admitiu que o desmatamento cresceu, mas será contido. Falta ele [Bolsonaro] combinar com garimpeiros, grileiros e aparelhar Ibama e ICMBIO. Falta decidirem se querem ou não enfrentar o desmatamento crescente”, comentou Virgílio, pedindo mais políticas efetivas de proteção aos índios e aos povos tradicionais da Amazônia.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar