Pesquisar
Close this search box.

Arrecadação federal tem maior alta do ano em julho no Amazonas

https://www.jcam.com.br/Upload/images/Noticias/2019/2Sem/08Ago/20/receita%20arrecada%20298.jpg

Em julho, a arrecadação federal do Amazonas registrou seu maior aumento percentual e seu maior volume de receita do ano. Mas os ganhos se concentraram principalmente na tributação sobre rendas, em detrimento do recolhimento sobre vendas. A conclusão vem da análise da base de dados da Receita Federal, disponível no site do fisco.

Sem descontar a inflação, a soma de tributos, receita previdenciária e recursos não administrados pelo órgão acumulou R$ 1,72 bilhão (2019) contra R$ 1,15 bilhão (2018), uma diferença de 49,56%. O Estado ficou novamente bem acima da média nacional (+6,26%), que passou de R$ 129,61 bilhões (2018) para R$ 137,73 bilhões (2019) na mesma comparação.

Todos os impostos e contribuições incidentes sobre rendas apresentaram variação positiva. Diferente do ocorrido nos meses anteriores, contudo, tributos federais importantes que incidem sobre o faturamento das empresas do Amazonas – e, por extensão, sua atividade econômica – fecharam no vermelho em julho.

A baixa mais significativa veio do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que compõe a base de vantagens comparativas da ZFM. Passou de R$ 12,14 milhões (2018) para R$ 11,06 milhões (2019), uma retração de 8,90%. O único dado positivo veio do IPI vinculado à importação (+8,76%), mas as rubricas de bebidas (-50,92%) e automóveis (-69,66%) puxaram o resultado para baixo. 

Os valores recolhidos pelo II (Imposto de Importação) também amargaram queda. Foram 6% inferiores aos de julho de 2018 (R$ 56,49 milhões) e não passaram de R$ 53,10 milhões no mesmo mês deste ano. Vale notar que o recolhimento de II vem caindo ao longo dos meses anteriores tendo pontuado aumento de apenas 1,66% em junho.

Tal como ocorrido ao longo de 2019, o tabelamento do diesel para os caminhoneiros voltou a impactar a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), que encolheu 86,73% ao totalizar R$ 505.440. A diferença, entretanto, foi bem superior à registrada no mês anterior (- 4,11%). 

Os únicos desempenhos positivos entre os tributos sobre vendas vieram do PIS (Programa de Integração Social) e do Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público), assim como da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), mas os índices de crescimento foram menores neste mês.

O melhor resultado veio do PIS/Pasep (+8,82%), que elevou o recolhimento de R$ 73,76 milhões (2018) para R$ 80,27 milhões (2019). Foi acompanhado de perto pela Cofins (+6,43%), que acumulou R$ 305,43 milhões (2019) contra R$ 286,97 milhões (2018). Em junho, os acréscimos nos recolhimentos dos dois tributos foram de 23,97% e de 26,26%, respectivamente. 

Rendas em destaque

O desempenho dos impostos e contribuições incidentes sobre rendas foi positivo em todos os casos. A maior alta veio do IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte), que saltou de R$ 103,13 milhões (2018) para R$ 463,36 milhões (2019), uma diferença de 349,30%, bem acima da marca anterior (+11,26%).

Tanto em números absolutos (R$ 347,73 milhões) quanto proporcionais (+1.633,45%), a contribuição mais significativa veio das remessas ao exterior. Os rendimentos do capital (R$ 31,77 milhões) vieram em segundo lugar, com alta de 815,56%, seguidos pelos rendimentos do trabalho (R$ 78,57 milhões e +4,49%).

Com maior peso proporcional, a CSLL (Contribuição sobre o Lucro Líquido) se destacou no segundo lugar e chegou nos R$ 162,13 milhões, 38,96% a mais do que o obtido em junho de 2018 (R$ 116,67 milhões).A  taxa de crescimento superou a de junho (+29,68%). 

No mesmo ritmo, o IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) avançou 30,18%, totalizando R$ 213,58 milhões. Já o IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física) fechou em R$ 24,08 milhões, um incremento de 12,52%. No mês anterior, os tributos haviam registrado elevações respectivas de 23,56% e de 23,88%.

Minoritário no bolo, o ITR (Imposto Territorial Rural) voltou a crescer em julho (+15,01%), mas subiu com menos forca do que no mês anterior (+157,80%), chegando a R$ 62.042. O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) avançou pouco mais do que isso (+17,51%), totalizando R$ 5,77 milhões.

Dólar e demanda

Em âmbito nacional, o aumento da arrecadação federal se deveu a eventos atípicos, conforme depoimento do chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita , Claudemir Malaquias, à Agência Brasil. Os principais foram a alta nas receitas extraordinárias em virtude de reorganizações societárias e nos depósitos judiciais.

O presidente do CRC-AM (Conselho Regional de Contabilidade do Amazonas), Manoel Carlos de Oliveira Junior, avalia que a apreciação do câmbio, aliada ao enfraquecimento da demanda pela resiliência do desemprego e do desinvestimento, impactou os recolhimentos de IPI e II no Amazonas.

“A alta do dólar faz com que as indústrias adquiram menos partes e peças no exterior. Poderia ser diferente, se o mercado estivesse mais aquecido. Mas, o país passa por um quadro recessivo, sinalizando mais um PIB negativo. Enquanto isso não mudar, não vejo melhora”, concluiu. 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar