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Arlequinos políticos, respeitem os educadores e cientistas

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O artigo mostra várias traquinagens de políticos nacionais e regionais que prejudicaram profundamente a competitividade da nação, o trabalho dos educadores, pesquisadores e cientistas:

1º) arlequinadas na Petrobras – R$ 42 bilhões de prejuízos
A Petrobras há anos é comandada por profissionais indicados pelo PT, PMDB e PP. A operação Lava Jato descobriu um sofisticado esquema desenvolvido por doleiros, empreiteiras e lideranças desses partidos que agiam em perfeita sincronia para subtrair recursos da estatal em cada obra construída. Estimativas da PF apontam um rombo na ordem de R$ 42 bilhões de reais e o avanço das investigações em Curitiba tem deixado os investigadores de queixo caído com os mais de 2.000 codinomes em meio a 100 milhões de itens encontrados nos sistemas Drousys e Mywebday, utilizados pelo setor de operações estruturadas da Odebrecht. Além da corrupção, há casos de má gestão com decisões desastrosas para a estatal como a compra da refinaria de Pasadena (EUA), cuja última atualização do TCU aponta um prejuízo de R$ 1,9 bilhão de reais. Outros casos são investimentos (Premium I e Premium II) autorizados no governo Lula em locais sem viabilidade técnica nem financeira, visando ganhar votos e atender aos interesses dos aliados do Maranhão (Bacabeira, Rosário, etc) e do Ceará (Caucaia, etc). Em discurso no dia 15/01/10 em Bacabeira, sobre os investimentos na Refinaria Premium I, o Lula afirmou “por trás de um empreendimento desses, virão hotéis, restaurantes, estradas e uma série de coisas que nós ainda não conseguimos enxergar”. Após o discurso, centenas viajaram para estas cidades, construíram restaurantes, hotéis, etc. Com o passar do tempo, as obras foram abandonadas, gerando prejuízos para a estatal, prefeituras e centenas de famílias do Maranhão e do Ceará.

2º) arlequinadas em obras do PAC
Além das refinarias Premium I e II, há casos de diversas obras superfaturadas do PAC, tais como a Transposição do rio São Francisco no Nordeste (saiu de R$ 4,5 bilhões e já ultrapassa R$ 12 bilhões), Usina Nuclear Angra III no RJ (a conta pode chegar a R$ 20 bi acima do que foi orçado), Complexo Petroquímico do RJ (prejuízo perto de R$ 40 bilhões, dos quais R$ 9,6 bilhões com corrupção, segundo relatório do TCU), Usina Hidrelétrica de Belo Monte no Pará (inicialmente orçada em R$ 17 bilhões, poderá custar ao contribuinte pelo menos R$ 33 bilhões).

3º) arlequinadas em 43 fundos de pensão
Segundo a Superintendência Nacional de Previdência Complementar, 43 fundos de pensão fecharam 2016 com rombo de R$ 70,6 bilhões. Esses fundos por anos foram gerenciados por indicados do PT, da CUT e do PMDB, os quais realizavam investimentos com interesses políticos, gerando prejuízos que estão sendo pagos pelos trabalhadores dos Correios, Petrobras, etc.

4º) arlequinadas com a Copa das Copas
Aqui entra os estádios superfaturados da Copas das Copas, os quais estão na mira dos procuradores da Lava Jato. As investigações estão avançando, lá em Brasília, o MPF já denunciou 12 pessoas, das quais Agnelo Queiroz (PT; Ex ministro do Esporte e ex-governador de Brasília), Tadeu Filippeli (PMDB; Ex-vice-governador de Agnelo e foi assessor de Temer) e José Arruda (PR; ex-governador de Brasília), suspeitos de desviar e lavar dinheiro desta obra. O elefante branco Mané Garricha é considerado o 3º estádio mais caro do planeta e segundo perícia preliminar da PF, a obra foi superfaturada em R$ 559 milhões de reais. No Rio Grande do Norte a procuradoria ofereceu ação civil pública contra o Senador José Agripino Maia (DEM) por recebimento de supostas propinas de R$ 900 mil da OAS no âmbito de obras para a construção da Arena de Dunas, em Natal.

Não podemos esquecer que investigações estão avançando sobre a superfaturada Arena da Amazônia, os executivos da AG (Andrade Gutierrez), Andrade Clóvis P. Primo e Rogério Nora de Sá, delataram ter repassado para ex governadores do Amazonas, atuais senadores, pelo menos R$ 38 milhões de propinas. Neste link você ouve o depoimento de um executivo da Odebrecht, Benedito Júnior, que contou como ajudou a fraudar a licitação para a construção do elefante branco. Assim, a AG ganhou a licitação com valor de R$ 499.508.704,15 e o estádio foi entregue por R$ 669,5 milhões, ou seja, 34% acima do valor inicial projetado. Vale ressaltar que esta dívida será paga por décadas pelo contribuinte do Amazonas, sem contar que mensalmente o estádio tem custo de manutenção perto de R$ 768.691,07 reais.

5º) arlequinadas com o Bolsa Empresário=R$ 214 bi
Até 2014, foram lançados R$ 342 bilhões em empréstimos subsidiados pelo BNDES por meio do Programa de Sustentação de Investimentos (bolsa empresário), como o programa não surtiu efeito, o governo federal o encerrou em 2015 com um rombo de R$ 214 bilhões, sendo que a maior parte da conta (R$ 184 bilhões) foi colocada na União (dívida pública) e outra parte será coberta pelo tesouro até 2041.
Nacionalmente, poderia abordar também sobre os rombos no BNDES com os empréstimos feitos para empresas nacionais e também para construção de obras no exterior, mas creio já ser o suficiente para você ter noção da magnitude dos prejuízos dados ao contribuinte, cujo rombo faz cortar recursos da educação, ciência, tecnologia e inovação, bem como aumentar a carga tributária, preços da gasolina e energia.

Localmente, se somarmos o prejuízo da Arena da Amazônia junto com prejuízos também na construção da Ponte Rio Negro, Gasoduto Manaus-Coari, Prosamim, Construção de creches padrão FNDE, o volume de recursos desviados daria para ter construído dezenas de creches, escolas, melhor equipado as universidades, ajudado a alavancar o CBA e a Fapeam, ter valorizado os professores, pesquisadores e cientistas em nosso Estado, gerado mais inovação, emprego, prosperidade e renda.

Finalmente, o último relatório do World Competitiveness Yearbook, informa que o Brasil ficou na 60ª posição em termos de competitividade global, vencendo apenas a Croácia, Mongólia e Venezuela. Dentre nossos gargalos estão: a baixa competência do governo, a fraca cultura de P&D, o baixo nível educacional, a baixa competitividade do sistema tributário, a baixa confiabilidade na infraestrutura, a baixa estabilidade e previsibilidade das políticas governamentais. Então senhores arlequinos de colarinho branco, parem de cortar investimentos essenciais a nação, respeitem o povo brasileiro, especialmente os professores, pesquisadores e cientistas, pois são esses profissionais que ajudam a erguer a competitividade de nosso país.

*é dr. em engenharia de produção e professor da Ufam [email protected]

Jonas Gomes

Prof. Dr. Jonas Gomes da Silva - Professor Associado do Dep. de Engenharia de Produção com Pós Doutorado iniciado no ano de 2020 em Inovação pela Escola de Negócios da Universidade de Manchester. E-mail: [email protected].
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