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Apagões devem prejudicar desempenho do Natal deste ano

Uma perda de 10% a 15% nas vendas de fim de ano é o que o presidente da FCDL (Federação das Câmaras dos Lojistas), Ralph Assayag, prevê no caso de os constantes “apagões” nos principais shoppings da cidade continuarem. Desde o último fim de semana, o Manaura Shopping tem sido o que mais tem passado pelo problema, exatamente no período em que um maior volume de vendas de Natal é concretizado.
Assayag explicou que os “apagões” prejudicam as lojas em diversos aspectos. “Já brigamos muito por causa desse assunto em Manaus. Sem luz não se pode passar cartão, emitir cupom fiscal, os caixas não funcionam e as lojas fecham por não poderem atender. Essa é uma situação de chorar. Os responsáveis deveriam ter visto esse problema com antecedência”, declarou o presidente, que disse não estar percebendo os resultados dos investimentos milionários que a Amazonas Energia informou ter feito. “Qualquer chuvinha faz com que os principais centros comerciais fiquem na escuridão”, destacou.
Segundo Assayag, algumas pessoas chegam a criticar os lojistas, dizendo que estes deveriam possuir geradores no caso de falta de luz, mas esquecem de considerar que, primeiramente, a energia fornecida deveria ser de qualidade, como em qualquer outro Estado. “Liguei na última segunda-feira para o governador enfatizando que o problema é sério. Também entrei em contato com as pessoas competentes da Amazonas Energia, mas as desculpas sempre são as mesmas. A concessionária deveria estar preparada para atender toda uma demanda de energia, ainda mais nesta época”, ressaltou.
Segundo ele, este ano o consumidor agiu de maneira diferente na hora das compras. Geralmente as vendas começam a aquecer na segunda quinzena de dezembro. Mas em 2009, logo no fim de novembro as vendas já ganhavam um grande impulso. Esse cenário foi possível, dentre outros fatores, pelos resultados obtidos no centro da cidade, onde as pessoas concentraram grande parte de suas compras. Já os shoppings começaram a ter um ótimo movimento mais perto do Natal.
“Esses problemas de energia vêm afetando os shoppings e o Centro de tal maneira que estão prejudicando muito as vendas natalinas”, avaliou. A assessoria de imprensa da Amazonas Energia afirmou que a companhia não tem responsabilidade nenhuma sobre os “apagões” nos shoppings da cidade, pois foram todos causados por problemas internos nos empreendimentos. A assessoria informou que foi verificado no sistema da empresa se durante os incidentes existiam áreas próximas também sem energia, o que não foi constatado.

Datas em baixa

Na avaliação feita pelo presidente da FCDL sobre as principais datas comemorativas, este ano, de um modo geral, foi inferior a 2008, tendo resultados de venda menores. A data mais expressiva deste ano foi a do período de Páscoa, que apresentou um aumento de 31% em relação a 2008.
O Dia das Mães teve um aumento inferior ao de 2008 – foi um crescimento de apenas 6% neste ano contra 6,8% no ano passado. O Dia das Crianças e o Dia dos Pais também apresentaram resultados tímidos de crescimento, com 5% e 3,4%, respectivamente.

Balanço da crise

Questionado sobre como a crise econômica internacional afetou o comércio de Manaus, Ralph Assayag fez uma breve retrospectiva do ano, lembrando que muitos resultados positivos se deram devivo à ações coletivas dos lojistas. Uma delas foi fazer um acordo no qual não poderiam haver demissões e cada lojista deveria admitir pelo menos um profissional. Pelos cálculos da categoria à época, com mais de três mil lojistas, a contratação de pelo menos uma pessoa já seria uma ajuda significativa para combater o desemprego. Outro caminho seguido pelos lojistas, de acordo com o presidente, foi substituir alguns maquinários por mão de obra de fato.
Uma ação da FCDL apontada como uma das mais importantes por Assayag foi a Liquida Manaus, que incentivou a população ir às compras. “O Liquida Manaus teve uma enorme relevância, pois representou 25% das vendas do ano. Lojas de grande porte se surpreenderam, pois tiveram vendas equivalentes ao Natal. Com isso, o comércio voltou a comprar da indústria e, no segundo semestre, esta começou a pensar nas recontratações”, ressaltou. O presidente da federação disse acreditar em um fechamento do ano com aproximadamente 4,5% de crescimento, apesar da perda de 9% das vendas que ocorreu em janeiro.
Segundo Assayag, este ano foi de muito trabalho e ações conjuntas da categoria. “Posso fazer um comparativo até com outros Estados, pois nos encontros com as federações de todo o Brasil eu ainda não encontrei nenhuma outra com melhores resultados de crescimento que a do Amazonas”, analisou. De acordo com ele, 2009 se destacou também pela abertura de 450 novas lojas logo no início do ano, algo quase inédito em locais com iminência de crise. Até o fim do ano é esperado que um número de 5 mil empregos tenham sido gerados e a expectativa é que pelo menos 50% desse contingente seja efetivado em 2010.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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