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Apagão custa US$ 60 milhões ao PIM

Os prejuízos por conta da demora na liberação das mercadorias no Teca (Terminal de Cargas) da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) já chegam a aproximadamente US$ 60 milhões, de acordo com informações do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas).
As mercadorias estão presas no aeroporto há cerca de um mês. Como resultado, as linhas de produção de mais de 30 empresas do PIM (Polo Industrial de Manaus) estão paralisadas, por falta de insumos. Até o momento, o segmento mais afetado pelo apagão logístico é o eletroeletrônico, em especial os fabricantes de telefones celulares e de televisores LCD (display de cristal líquido).
Conforme os indicadores da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), durante o primeiro bimestre a produção de telefones celulares registrou um crescimento de 14,68%. Já a fabricação de televisores LCD teve incremento de 119,94% no mesmo período. Sem os componentes necessários para a fabricação das mercadorias, as empresas acarretam prejuízos imensuráveis nas linhas de produção.
Segundo o presidente do Cieam, Maurício Loureiro, o aumento da produção das fábricas do PIM registrado no ano passado foi de 6%. O número, na avaliação do dirigente, representa que as empresas superaram o momento da crise econômica mundial e já se preparam para fechar o ano com saldo positivo.Fatores como a Copa do Mundo ajudam no desempenho.
Ainda conforme o presidente do Cieam, o volume de carga preso no aeroporto prejudica não apenas as empresas, mas também os trabalhadores. “É uma grande parcela de mão-de-obra que também está prejudicada. Ou seja, a demora na liberação das mercadorias também causa problemas no que diz respeito a geração de emprego e renda para toda a sociedade”, enfatizou.
Para Loureiro, várias questões como a falta de infraestrutura, por exemplo, são causas para o atraso na liberação dos produtos. “Com um crescimento tão acelerado, há necessidade de maior atenção para o PIM. O governo nunca olhou para assuntos tão simples como esse. Quem paga a conta são as próprias fábricas, que também acabam perdendo seus espaços para os produtos importados”, afirmou.
De acordo com o presidente, a demanda por insumos do PIM está cada vez mais forte, entretanto não está sendo possível atender a todas as necessidades. “As indústrias necessitam de tranquilidade para trabalhar e as soluções têm de aparecer rapidamente. Uma opção seria que o terminal funcionasse também aos fins de semana e feriados, fazendo plantões para agilizar a entrega. Enquanto isso, as indústrias estão paradas por conta da falta de componentes”, salientou. O dirigente acrescenta que, caso a situação não se resolva de imediato, será necessário que os portos de Manaus estejam preparados para atendere a demanda.
Para o presidente da Aficam (Associação das Indústrias e Empresas de Serviços do Polo Industrial do Amazonas), Cristovão Marques Pinto, as empresas sem seus insumos necessários só tendem a perder, tanto no que diz respeito à produção quanto na questão dos empregos. “As indústrias estão passando por grandes dificuldades há mais de duas semanas e não tiveram o retorno necessário. O aeroporto está com carga demais e sem espaço para armazenar as que estão para chegar. Fábricas sem componente é a mesma coisa que Copa do mundo sem a bola de futebol”, ironizou.

Infraero garante que está tomando providências

A Infraero informou, por meio de texto distribuído à imprensa, que todas as ações de competência da estatal estão em andamento na liberação de cargas do Terminal de Logística de Carga do Aeroporto Internacional de Manaus/Eduardo Gomes.
“Os resultados registrados nos últimos dias demonstram uma evolução no processamento de cargas. Cabe ressaltar que o trabalho realizado em conjunto com os órgãos envolvidos está colaborando para a acelerar o processo de escoamento das cargas”, destacou o texto.
Somente no sábado, 24 e no domingo, 25, prossegue a Infraero, desembarcaram cinco voos, totalizando 105 paletes aeronáuticos e pesando 263 toneladas. Em contrapartida, no mesmo período foram despaletizados 12 voos com 303 paletes, pesando 758 toneladas. Na liberação, no mesmo período, foram entregues 2.377 volumes com 69.942,000 quilos. “O Teca está trabalhando nos voos do dia 21. São 31 voos com 885 paletes a serem processados com cerca de 2.300 toneladas”, informou.
A estatal informa ainda que a força tarefa composta por 20 empregados da Infraero, selecionados em todo Brasil, encontra-se em operação, aliada aos 67 empregados orgânicos e 55 empregados terceirizados, que trabalham em regime de escala 24 horas, a fim de manter os processos de recebimento e liberação de cargas de forma contínua. “As instalações de lonados e a montagem de um estruturado com área de 2.500 metros quadrados já estão em curso”, encerrou o texto da Infraero.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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